CAPÍTULO 7

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CHEGOU A HORA, NÃO FALHA AGORA

Alice Schmitz
Alemanha | 08:10 - 17/02/2007

AXEL HOFFMANN É OFICIALMENTE UMA DAS MINHAS PESSOAS PREFERIDAS NO MUNDO.

Ele foi incrivelmente simpático com Mia e eu, nos ajudou e respondeu todas as minhas dúvidas, e, por incrível que pareça, não é calvo. Isso é simplesmente impressionante.

Na realidade o imaginei pelo menos dez ou quinze anos mais velho do que realmente é, mas se ele tiver uns trinta e cinco de idade é muito. A mãe dele realmente não devia gostar muito dele quando estava grávida, porque, porra, quem em plenos anos 70 daria para o filho o nome de Axel, sabendo que o sobrenome era Hoffmann? Certeza que era hippie, e devia ter fumado um do bom quando registrou ele no cartório.

Imagino Axel com dreads no cabelo e boné, vestindo aquelas roupas super largas e tocando algum instrumento, tipo um violão, guitarra, ou sei lá, com um baseado na mão. Seria uma cena engraçada.

Ele trouxe Mia e eu para a sala onde farei a audição. Tudo aqui é muito legal e bem estruturado, as paredes são acústicas e há vários microfones e caixas de som, o que é animador. Vejo pôsteres de bandas de rock dos anos 80 e 90 também. Os pôsteres de Halloween, Blind Guardian, Edguy e Guano Apes estão separadas em uma parede a parte, organizadas perfeitamente em ordem alfabética, com as assinaturas e autógrafos brilhando. Tem até uma foto emoldurada do que parece ser um Axel adolescente ao lado dos integrantes do Die Toten Hosen.

O pessoal gosta mesmo de heavy metal por aqui, e aparentemente são bastante patriotas. Procuro por qualquer referência que não seja alemã, mas o máximo que encontro é uma logomarca engraçada semelhante aquelas escrituras em línguas orientais, com o nome Tokio Hotel em preto, logo abaixo. Estranho, essa banda eu não conheço. Não deve ser muito famosa. Imagino que seja japonesa, o que é espantoso visto que não encontro mais nada internacional por aqui. Mas não importa, não tem nem uma foto dos integrantes nesse pôster sem graça, só algumas assinaturas rabiscadas com letra garranchosa. Devem ser aqueles carecões feios que se aparecerem no pôster ninguém vai comprar, rio mentalmente.

Mia e eu estamos sentadas esperando Axel voltar com as demais participantes de hoje, já que aparentemente fomos as primeiras a chegar.

- Alice! - ela de repente me chama - Olha - e aponta para o único pôster que eu não gostei.

- O que foi?

- É a mesma coisa que estava na camiseta do gostosão! - Mia se levanta para observar a imagem de perto.

É CLARO! Ele estava com uma roupa escrito Hotel blá blá blá...

- Deve ser fã dessa banda - digo.

- Tem autógrafos aqui - ela fala - Mas é muito difícil de ler - aperta bem os olhos.

- Com essa cara parece até que você tá fazendo força para cagar - solto uma gargalhada, ainda sentada no sofá do auditório.

- Cala a boca - ela retruca rindo, tentando ler - Bily, acho que é isso. É o primeiro nome. Depois vem... Tommy, Tomê, Tomas. Parece estar escrito Tomas - ela dá de ombros, desistindo e voltando a olhar para mim - Sei lá. Isso aqui é praticamente ilegível. Esse tal de Tomas nunca viu um caderno de caligrafia na vida!

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora