CAPÍTULO 52

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PAIN OF LOVE: A DOR DO AMOR DURARÁ PARA SEMPRE

Bella Herbert
Estados Unidos | 08:15 - 20/03/2007

- Eu vou conseguir... sim, tenho certeza - solto um suspiro longo - Eu sei, eu sei. Nós não demos certo.

- Como assim não deram certo, Bella!? Ele era perfeito para você!

- Na verdade eu nem gostava tanto do Tom...

- Não gostava? Vocês eram apaixonados! Sem ele a sua vaga na banda está totalmente em risco. Ou você acha que ele não vai mexer os pauzinhos para ajudar a namoradinha nova?

Reviro os olhos.

- Eu posso conseguir só com o meu talento, sabia, mamãe? Não preciso de um homem.

- Ótimo, então acho bom que consiga mesmo.

O bip de desligar da ligação apita e abaixo o telefone. O que mais eu preciso fazer para ela entender que eu nunca gostei realmente dele?

Guardo meu celular na bolsa e caminho até a sala de reuniões, onde todos estão, decidindo sobre nova vocalista. Alice e eu terminamos as audições há pouco.

Assim que atravesso a porta de entrada, porém, sinto o olhar de todos recair sobre mim, juntamente com um silêncio nojento. Pena. É isso que vejo refletindo nos olhos de Axel. Mas eu não preciso da pena de ninguém, e sei exatamente o que isso significa.

Merda...

Minha mãe vai ficar puta.

- Podem falar, eu não vou chorar. Já sei que escolheram ela - quebro a tensão e aponto para Alice com meu queixo.

- Bella... não é assim... - Axel tenta falar, mas já não ligo mais.

- Tá tudo bem, ok? Eu estou bem - me viro para Mia e Alice, sentandas em um canto - Espero que faça bom proveito da vaga, da fama, dos amigos e do Tom.

Então me viro e saio andando, sabendo que fodi com tudo.

Okay, eu disse que não iria chorar, mas sempre fui uma ótima mentirosa...

Encontro uma saída para o banheiro feminino, e esse é exatamente o refúgio de que preciso agora. Um lugar seguro em que ninguém pode me ver desmoronar. Em que posso me afogar nas lágrimas sem que hajam fotos minhas que me façam parecer fraca e vulnerável depois, tiradas por aqueles paparazzi desocupados e irritantes para porra.

É isso.

Los Angeles.

Que grande bosta.

Estou do outro lado do mundo, e as coisas parecem continuar tão ruins quanto eram em casa. Minha mãe consegue continuar gritando comigo do mesmo jeito, só que por linha telefônica. E eu me sinto um lixo. Como em todos os outros dias.

Cacete.

Minha maquiagem preta escorre pelos olhos enquanto as lágrimas descem, e em poucos segundos meu controle sobre elas se perde. Eu estou perdida. Completamente perdida. Quero dizer, esse caralho de sonho era meu no início, não era? E eu não queria apenas o dinheiro, como a mamãe. Eu só queria ser feliz. Será que ela não vê isso? Uma mãe não deveria ver? Ela me ama, não é? Se me ama quer me ver feliz. Será que ela percebe que quem me faz triste é ela? Será que se importa mesmo?

As perguntas de sempre ecoam repetitivas na minha cabeça, me enlouquecendo. Imagens do passado e do presente passam pelos meus olhos.

O dia em que conheci o Tokio Hotel.

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora