Durante o almoço, todos se deliciaram com as iguarias proporcionadas, tiraram fotos com a câmera Polaroid que Rose trouxera e riram das histórias contadas pelos marotos e seus amigos, as únicas pessoas que poderiam revelar esses detalhes de suas vidas. Um tempo depois, Marlene notou a ausência de Selene e foi até a sala, onde encontrou a garota observando um grande quadro com o mapa de Hogwarts que ali estava.
— O que está acontecendo? — perguntou Marlene.
— Nada, só estava pensando — Selene forçou um sorriso.
— Olha, eu posso não te conhecer há muito tempo, mas sendo sua mãe, sinto que temos uma conexão, e eu sinto que você não está bem.
— Na realidade, estou com medo — ela respirou fundo.
— Vem, vamos conversar — Marlene segurou a mão da filha e a levou até o quarto que dividiam com as amigas.
— Eu sei que essa experiência aqui está sendo uma loucura para todo mundo... Mas para mim, é aterrorizante — disse Selene. — Eu vivi 16 anos de uma vida normal e, de repente, descobri que era uma bruxa... E hoje, eu nem me lembro do que vivi nesses 16 anos! É como se eu simplesmente não existisse... E eu realmente não existo, né?
— Selene, eu realmente não posso imaginar como é estar na sua pele, como é não saber sua história, não saber nada sobre você. Deve ser realmente assustador... Mas eu não quero que você sinta medo — acariciou o rosto da menina.
— Você e o Sirius nem queriam me ter, sou meio que um desvio de realidade.
— Eu e o Sirius nos amamos, mas às vezes na vida nós só precisamos de um empurrão, e isso aconteceu. O tempo, o destino, eles não fazem nada em vão — disse.
— Obrigada — Selene sorriu para a futura mãe.
— Desde o primeiro instante que você apareceu naquela sala, eu já tinha certeza de que amava você. É impossível esse sentimento ser um desvio de realidade.
— Eu tinha muito medo de vocês não me amarem.
— Impossível — Marlene sorriu, com lágrimas nos olhos.
— Porque amor é algo muito complicado, né? — Selene disse, enxugando as lágrimas.
— E esse amor está mexendo com esse coraçãozinho aí também, né? — perguntou.
— Deveria ser proibido amar e ter que fazer escolhas tão difíceis na adolescência — riu entre lágrimas.
— Você ficou em dúvida da sua escolha?
— Não! Eu amo a Sophie, não tenho dúvidas... Mas eu fico pensando que poderia ter escolhido o caminho mais fácil. Toda a leveza e tranquilidade de um relacionamento com o Fred.
— Mas não era isso que te fazia perder o chão.
— Isso... eu seria muito feliz com ele. A gente teve momentos incríveis, mas ontem, enquanto estávamos deitados naquela cama, eu tive a certeza de que minha escolha estava feita.
— Na cama? — Marlene perguntou, surpresa.
— Sim... — Selene disse, ficando vermelha. — Você não vai achar horrível por eu ter certeza de que amava alguém depois de ter ficado com outra pessoa, vai?
— Não! Claro que não. Só que essa geração de vocês está muito adiantada — ela riu.
— Só um pouquinho.
— Nós vamos voltar à leitura — Lily disse, aparecendo na porta do quarto. — Ah, desculpem, eu não queria atrapalhar vocês.
— Não tem problema, amiga, já estávamos indo — Marlene disse.
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Dobra no Tempo (Vol 2)
Aktuelle LiteraturNos confins silenciosos do universo, onde a realidade e a imaginação se entrelaçam, Selene Black encontrou-se diante de uma presença que transcendia o tempo e o espaço. Um véu de incertezas pairava sobre ela enquanto encarava o ser etéreo, cujas lin...