• Banheiro da Murta

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Foi provavelmente o pior dia da vida de Harry. Ele, Rony, Fred e Jorge se sentaram juntos a um canto da sala comunal da Grifinória, incapazes de dizer qualquer coisa. Percy não estava presente. Fora despachar uma coruja para o Sr. e a Sra. Weasley, depois trancou-se no dormitório.

— Imagino a dor de vocês - Marlene falou

Nenhuma tarde jamais se arrastou tanto quanto essa, nem tampouco a Torre da Grifinória esteve tão cheia e, no entanto, tão silenciosa. Próximo ao pôr do sol, Fred e Jorge foram se deitar, porque não conseguiam continuar sentados.

— Eu jurei que eles iriam fazer algo imediatamente - Narcisa disse

–Ela sabia alguma coisa, Harry –disse Rony, falando pela primeira vez desde que entraram no armário da sala de professores. –É por isso que foi sequestrada. Não era uma bobagem sobre o Percy, nada disso. Descobriu alguma coisa sobre a Câmara Secreta. Deve ter sido por isso que foi...

— E pelo que o livro mostrou faz tempo que ela sabia - Regulos falou

Rony esfregou os olhos com força.
–Quero dizer, ela era puro sangue. Não pode haver nenhum outro motivo.
Harry podia ver o sol se pondo, vermelho-sangue, na linha do horizonte. Nunca se sentira pior na vida. Se ao menos houvesse alguma coisa que pudessem fazer. Qualquer coisa.
–Harry –disse Rony. –Você acha que pode haver alguma chance de ela não estar... sabe...
Harry não soube o que dizer. Não conseguia ver como Gina ainda pudesse estar viva.

— Aí graças a Merlim o pior não aconteceu - Molly disse triste

— Era difícil não pensar isso - Ron falou

— Todo mundo tinha certeza que tinha acontecido - Neville falou - Ainda bem que...

— Neville - Hermione olhou pra ele

— Foi mal - ele disse percebendo que ia contar algo antes de acontecer

–Sabe de uma coisa? –falou Rony. –Acho que devíamos ir ver Lockhart. Contar a ele o que sabemos. Ele vai tentar entrar na Câmara. Podemos contar onde achamos que é, e avisar que tem um basilisco lá dentro.

Eles realmente ainda estão acreditando nesse idiota? - Sirius perguntou

— Eles precisavam se agarrar em alguma esperança - Lily disse

Porque Harry não pôde pensar em mais nada para fazer e porque queria fazer alguma coisa, ele concordou. Os alunos da Grifinória na sala estavam tão infelizes e sentiam tanta pena dos Weasley, que ninguém tentou impedi-los quando se levantaram, atravessaram a sala e saíram pelo buraco do retrato. Anoitecia quando desceram à sala de Lockhart. Parecia haver muita atividade lá dentro. Os garotos ouviram coisas sendo arrastadas, baques surdos e passos apressados. Harry bateu e fez-se um repentino silêncio na sala. Então abriu-se uma frestinha na porta e eles viram o olho de Lockhart espreitando.
–Ah... Sr. Potter... Sr. Weasley... –disse, abrindo um pouco mais a porta. –Estou muito ocupado no momento, se puderem ser rápidos...
–Professor, temos umas informações para o senhor –disse Harry. –Achamos que podem ajudá-lo.
–Hum... bem... não é tão... –A metade do rosto de Lockhart que podiam ver parecia muito constrangida. –Quero dizer... bem... muito bem...
Ele abriu a porta e os garotos entraram. Sua sala tinha sido quase completamente desmontada. Havia dois malões abertos no chão. Vestes verde-jade, lilás, azul-meia-noite, tinham sido apressadamente dobradas e guardadas em um deles; livros tinham sido enfiados de qualquer jeito no outro. As fotografias que cobriam as paredes agora estavam comprimidas em caixas sobre a escrivaninha.

Dobra no Tempo (Vol 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora