• Esquelesce

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Voltou a si, a chuva batendo no rosto, ainda deitado no campo, com alguém debruçado sobre ele. Viu um brilho de dentes.
–Ah, o senhor, não –gemeu.
–Ele não sabe o que está dizendo –falou Lockhart em voz alta para o ajuntamento de alunos da Grifinória que cercavam ansiosos os dois. –Não se preocupe, Harry. Já vou endireitar o seu braço.

— Péssima ideia, péssima ideia - Lily gemeu

–Não! –exclamou Harry. –Vou ficar com ele assim, obrigado... O garoto tentou se sentar, mas a dor foi terrível. Ele ouviu um clique conhecido ali por perto. –Não quero uma foto deste momento, Colin –disse em voz alta.
–Deite-se, Harry –mandou Lockhart acalmando-o. –É um feitiço muito simples que já usei muitíssimas vezes...

— Alguém leva esse garoto pra ala hospitalar - Molly falou

–Por que não posso simplesmente ir para a ala hospitalar? –disse Harry com os dentes cerrados.
–Ele devia mesmo, professor –disse um enlameado Wood, que não pôde deixar de sorrir mesmo com o seu apanhador machucado. –Grande captura, Harry, realmente espetacular, a melhor que já fez, eu diria...

— Esse garoto é louco - Selene falou

Por entre a floresta de pernas à sua volta, Harry viu Fred e Jorge Weasley, lutando para enfiar o balaço errante numa caixa. A bola continuava a resistir ferozmente. –Afastem-se –pediu Lockhart, enrolando as mangas de suas vestes verde-jade.
–Não... não faça isso... –disse Harry com a voz fraca, mas Lockhart agitava a varinha e um segundo depois apontou-a diretamente para o braço de Harry. Uma sensação estranha e desagradável surgiu no ombro de Harry e se espalhou até a ponta dos dedos da mão. Era como se o braço estivesse se esvaziando. Ele nem se atreveu a verificar o que estava acontecendo. Fechara os olhos, virara o rosto para longe do braço, mas os seus piores temores se confirmaram, as pessoas em volta exclamaram e Colin Creevey começou a fotografar furiosamente. Seu braço não doía mais –e nem de longe se parecia com um braço.

— Não é possível que esse idiota sumiu com os ossos do garoto - Regulos falou

— Quando a gente acha que não pode piorar - Remus disse

–Ah –disse Lockhart. –É, às vezes isso pode acontecer. Mas o importante é que os ossos não estão mais fraturados. Isto é o que se precisa ter em mente. Então, Harry, vá, dê uma chegada na ala hospitalar, ah, Sr. Weasley, Srta. Granger, podem acompanhá-lo?, e Madame Pomfrey poderá... hum... dar um jeito nisso.

— Idiota - James xingou

Quando Harry se levantou, sentiu-se estranhamente inclinado para um lado. Tomando fôlego, olhou para baixo, para o braço direito. O que ele viu quase o fez desmaiar de novo. Pela manga das vestes saía uma coisa que lembrava uma grossa luva de borracha cor de pele. Ele tentou mexer os dedos. Nada aconteceu. Lockhart não emendara os ossos de Harry. Ele os removera. Madame Pomfrey não ficou nada satisfeita.
–Você deveria ter vindo me procurar diretamente! –dizia furiosa, erguendo a lamentável sobra do que fora, meia hora antes, um braço útil. –Posso emendar ossos num segundo, mas fazê-los crescer outra vez...

— A Molly fez os ossos do meu gato crescer não sei se funciona com humanos - Lilu falou

— Como seu gato perdeu os ossos? - Alice perguntou

— Domi e JaySix estavam inventando feitiços e um acertou o pobre do gato - Alvo disse

— Foi sem querer, eu pedi desculpas - JaySix se defendeu

Dobra no Tempo (Vol 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora