• Dia dos namorados

69 6 20
                                    

Harry não conseguiu explicar, nem para si mesmo, por que simplesmente não jogou fora o diário de Riddle. O fato era que, mesmo sabendo que o diário estava em branco, não parava de pegá-lo distraidamente e de folheá-lo, como se fosse uma história que ele quisesse terminar. E embora tivesse certeza de que nunca ouvira falar em T. S. Riddle antes, ainda assim o nome parecia significar alguma coisa para ele, quase como se Riddle fosse um amigo que tivera quando era muito pequeno, e meio que esquecera.

— Isso não tem nem cabimento - Lucius falou

Mas isto era absurdo. Nunca tivera amigos antes de Hogwarts. Duda cuidara disso. Ainda assim, Harry estava decidido a descobrir mais sobre Riddle. Por isso, próximo ao amanhecer, rumou para a sala de troféus para examinar o prêmio especial de Riddle, acompanhado por uma Mione interessada e um Rony completamente descrente, que disse aos dois que já vira a sala de troféus o suficiente para uma vida inteira. O escudo dourado de Riddle estava guardado em um armário de canto. Não continha detalhes sobre as razões por que fora concedido. (“Ainda bem, porque seria maior e eu ainda estaria polindo essa coisa”, disse Rony.) Mas eles encontraram o nome de Riddle em uma velha medalha de Mérito em Magia e em uma lista de antigos monitores-chefes.
–Ele até parece o Percy –disse Rony, torcendo o nariz enojado. –Monitor, monitor-chefe... provavelmente o primeiro aluno em todas as classes...
–Você fala isso como se fosse uma coisa ruim –disse Hermione num tom ligeiramente magoado.
O sol agora voltara a brilhar palidamente sobre Hogwarts. No interior do castelo, as pessoas se sentiam mais esperançosas. Não houvera mais ataques desde os de Justino e Nick Quase Sem Cabeça, e Madame Pomfrey tinha o prazer de informar que as mandrágoras estavam ficando imprevisíveis e cheias de segredinhos, o que significava que iam deixando depressa a infância.

— Eu adoro Mandrágoras - JaySix falou

–Quando desaparecer a acne delas, estarão prontas para serem reenvasadas –Harry ouviu-a dizer gentilmente ao Filch uma certa tarde. –E depois disso, iremos cortá-las e cozinhá-las. Num instante você terá a sua Madame Nor-r-ra de volta. Talvez o herdeiro de Slytherin tenha perdido a coragem, pensou Harry. Devia estar-se tornando cada vez mais arriscado abrir a Câmara Secreta, com a escola tão atenta e desconfiada. Talvez o monstro, fosse o que fosse, estivesse neste mesmo momento se aninhando para hibernar outros cinquenta anos... Ernie Macmillan da Lufa-Lufa não concordava com essa visão otimista. Continuava convencido de que Harry era o culpado, que ele “se denunciara”no Clube dos Duelos.

— Esse garoto é um idiota - Frank falou

— Realmente - Sophie disse

Pirraça não estava ajudando nada; a toda hora aparecia nos corredores cheios de alunos, cantando: “Ah, Potter podre...”, agora com um número de dança para acompanhar. Gilderoy Lockhart parecia pensar que, sozinho, fizera os ataques pararem. Harry ouviu-o dizer isso à Profa McGonagall quando os alunos da Grifinória faziam fila para ir à aula de Transfiguração.
–Acho que não vai haver mais problemas, Minerva –disse ele dando um tapinha no nariz e uma piscadela com ar de quem sabe das coisas. –Acho que a Câmara foi fechada para sempre desta vez. O culpado deve ter sentido que era apenas uma questão de tempo até nós o pegarmos. Achou mais sensato parar agora, antes que eu o liquidasse.

— Com certeza foi isso sim - Sirius disse impaciente

“Sabe, o que a escola precisa agora é de uma injeção no moral. Esquecer as lembranças do período passado! Não vou dizer mais nada por ora, mas acho que sei exatamente o que...”E dando outra pancadinha no nariz se afastou decidido. A ideia que Lockhart fazia de uma injeção no moral tornou-se clara no café da manhã de catorze de fevereiro. Harry não dormira o suficiente por causa de um treino de quadribol até tarde, na véspera, e correu para o Salão Principal, um pouco atrasado. Pensou, por um momento, que tivesse entrado na porta errada. As paredes estavam cobertas com grandes flores rosa berrante. E pior ainda, de um teto azul-celeste caía confete em feitio de coração.

Dobra no Tempo (Vol 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora