• Justino Finch-Fletchley

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Harry não conseguiu aguentar mais. Pigarreando alto, saiu de trás das estantes. Se não estivesse tão zangado, teria achado engraçada a cena que o aguardava: cada aluno da Lufa-Lufa parecia ter se petrificado só de vê-lo, e a cor foi se esvaindo do rosto de Ernie.
–Olá –disse Harry. –Estou procurando o Justino Finch-Fletchley. Os receios dos garotos da Lufa-Lufa claramente se confirmaram. Todos olharam cheios de medo para Ernie.

— Nossa mas você também não tem tato nenhum né - Lily falou

–Que é que você quer com ele? –perguntou Ernie com a voz trêmula.
–Eu queria dizer a ele o que realmente aconteceu com aquela cobra no Clube dos Duelos. Ernie mordeu os lábios brancos, tomou fôlego e disse:
–Nós estávamos todos lá. Vimos o que aconteceu.
–Então vocês repararam que depois que falei com a cobra ela recuou? –perguntou Harry.
–Só o que eu vi –disse Ernie, insistente, embora tremesse enquanto falava –foi você falando em língua de cobra e açulando o bicho para cima de Justino.

— Não adianta falar, eles não vão acreditar - Sirius disse

–Eu não açulei a cobra para cima dele! –protestou Harry, a voz trêmula de raiva. –A cobra nem encostou nele!
–Por pouco. E caso você esteja tendo novas ideias –acrescentou depressa –, é melhor eu informá-lo que pode investigar minha família por nove gerações de bruxos, e que o meu sangue é tão puro quanto o de qualquer outro, portanto...
–Não ligo a mínima para o tipo de sangue que você tem! –tornou Harry furioso. –Por que eu iria querer atacar pessoas que nasceram trouxas?
–Ouvi falar que você detesta os trouxas com quem mora –disse Ernie na mesma hora.

— E quem não odiaria? - Regulos perguntou

–É impossível morar com os Dursley e não detestá-los. Eu gostaria de ver você no meu lugar.

— Ele é muito esquentadinho, assim as pessoas vão acreditar mais ainda nisso - Alice disse

— Difícil não ficar furioso com essas acusações - James defendeu

— Mas o Harry é esquentadinho mesmo - Neville brincou

E dando meia-volta, saiu furioso da biblioteca, ganhando um olhar de reprovação de Madame Pince, que estava lustrando a capa dourada de um grande livro de feitiços. Harry saiu pelo corredor às tontas, mal reparando aonde ia, tal era a sua fúria. O resultado foi que bateu em alguma coisa muito grande e sólida, que o derrubou no chão.
–Ah, olá, Hagrid –disse erguendo a cabeça. O rosto de Hagrid estava inteiramente oculto pelo gorro de lã esbranquiçado de neve, mas não podia ser mais ninguém, pois ele praticamente ocupava o corredor com aquele seu casacão de pele de toupeira. Um galo morto pendia de suas enormes mãos enluvadas.
–Tudo bem, Harry? –perguntou ele, empurrando o gorro para trás para poder falar. –Você não está em aula?
–Cancelada –disse Harry, levantando-se. –Que é que você está fazendo aqui? Hagrid ergueu o galo inerte.
–É o segundo que matam neste período letivo –explicou. –Ou é raposa ou bicho-papão e preciso permissão do diretor para lançar um feitiço em volta do galinheiro.

— Galos mortos - JaySix disse pensativo - Tô tentando ligar as informações, tô pensando numa coisa mais improvável que a outra... queria o meu livro do newt aqui

— Você com livros? - Rose debochou

— Não preciso ser um nerd pra ser inteligente querida prima - Ele disse sério

Por debaixo das sobrancelhas grossas e salpicadas de neve, ele examinou Harry com mais atenção.
–Você tem certeza de que está bem? Está cheio de calor e zanga...
Harry não conseguiu se forçar a repetir o que Ernie e o resto dos garotos da Lufa-Lufa tinham andado dizendo.
–Não é nada. É melhor eu ir andando, Hagrid, a próxima aula é Transfiguração e tenho que apanhar meus livros.
Ele se afastou, a cabeça inchada com o que Ernie dissera a seu respeito. O Justino estava esperando uma coisa dessas acontecer desde que deixou escapar para o Potter que vinha de família trouxa... Harry subiu a escada batendo os pés e entrou em outro corredor que estava particularmente escuro; os archotes tinham sido apagados por uma corrente de ar forte e gelada que entrava por uma vidraça solta. Estava na metade do corredor quando caiu estendido em cima de uma coisa que havia no chão.

Dobra no Tempo (Vol 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora