Bebedouro, Certezas e Lavar roupa

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Esses são os 1.70m que Noelle Silva com certeza não deveria suspirar nem sequer admirar. Mas poxa, Asta era tão bonito.

Até a oitava série ele era bem mais baixo que ela, mas derrepente ele passou a crescer.

A Silva era uma mulher alta, também com 1.70m, então tendia a sempre achar homens mais altos mais atraentes. Mas Asta poderia ser classificado como excessão.

Ele possuía uma pele mais ou menos bronzeada, cabelos cinzas lisos espetados e olhos verdes espelhadas brilhantes. Entretanto o que mais chamava atenção nele era seu porte físico extremamente sarado.

Oh céus. Asta tinha um tanquinho que Noelle adoraria lavar roupa.

Muitas garotas adorariam ter uma chance com ele, uma mísera chance com o atleta talento do time de futebol. Incontáveis foram as vezes — a partir da oitava série também — que pediriam a garota para fazer uma ponte ou algo assim com o garoto.

Mal sabia que Noelle ria silenciosamente dessas pessoas sozinha. Enquanto elas morreriam por ter uma chance com ele, ele morreria para falar com ela.

Era tão satisfatório saber que Noelle tinha o que muitos queriam de graça.

— Mas que merda você está pensando, ein? — Noelle literalmente se bateu para acordar dos seus pensamentos. — Você não quer lavar roupa naquele tanque, ele é só um garoto bonito que te desviaria do ser amor.

Distraidamente a garota se aproximou do bebedouro para encher sua garrafinha.

— Você é tão difícil de lidar Noelle Silva! — A prateada sussurrou para si mesma.

— Então quer dizer que nesses quinze dias você aprendeu a falar sozinha? —  O coração dela parou por cinco segundos. Asta. Asta. Asta! — Fico feliz em te ver admitindo que você é difícil de suportar.

Então ali estava Asta, parado, a olhando nos olhos tão profundamente.

Era como em uma maldita fanfic.

Por outro lado, Asta se sentia uma confusão borbulhante por dentro.

Seu desempenho com o time estava piorando nos últimos treinos. Yami o chamou para conversar, o perguntou se havia algo de errado na sua vida e que "é melhor você ajeitar isso logo moloque ou eu te dou uma surra".

Estava se aquecendo com voltas na quadra quando Noelle voltou a sua mente.

Desde quando ele pensava tanto assim nela? De dez pensamentos, um era sobre o ser Silva e mais três eram sobre aquela segunda.

Ele não sabia o que fazer, mas sabia que tinha que fazer algo. Aquela situação já estava o perturbando mais do que deveria, estava invadido sua mente e atrapalhando seu esporte.

Foi aí que sua visão captou quem ele mais precisava encontrar naquele momento: Ela.

Usando o mesmo uniforme, blusa branca social, gravada e saia acima do joelho azul. Sim, lá estava ela.

Noelle Silva estava parada bem em frente ao bebedouro do campo, e parecia bem interessada em encarar ele de volta.

Meu deus. Meu deus. Meu Deus! Talvez essa seja a chance que ele esteja procurando.

Sua mente, como um vento silencioso, sussurrou coisas como "ela provavelmente vai te ignorar" ou "você não deveria ir atrás dela novamente".

Mas o que Asta poderia fazer? Ele era um estúpido por natureza. E estúpidos vão contra os óbvios avisos que sua mente dá sobre coisas horríveis que podem acontecer.

Essa é a grande ironia da vida; sua briga com ela foi gerada por um ato impulsivo, mas aqui estava ele, fazendo a mesma coisa.

O coração dele acelerou mais rápido do que qualquer esporte poderia proporcionar. Suas mãos comeram a suar frio.

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