— El el el el, a Bell é chata para dedel. — Liebe provocou, mais ao contrário do que se era esperado, a garota nem parecia se importar.
Bell estava focada em alguma coisa no celular, deixando até mesmo os problemas de matemática de lado.
Liebe suspirou, se sentia irritado por ela não lhe dar a atenção convencional dos dois nas únicas aulas que tinham juntos — matemática e história. Por algum motivo, ela não parecia estar normal essa manhã.
— Tinkerbell insuportável. Pelo menos você não me acordou do meu sono precioso. — Nada. Liebe tomou aquilo como um insulto. Agarrou uma mecha de cabelo loiro, quase branco, e puxou. — Quer dizer então que agora eu sou invisível para você?
Bell o olhou de forma raivosa, quase com ódio, jogando seu celular para longe.
— Me deixa em paz, caralho!
Liebe se assustou, parecia um tom de alguém realmente raivoso. Ela nunca havia reagido assim com ele antes. Havia com certeza alguma coisa errada, e ele descobria o que era.
— Perdão madame. — O garoto puxou uma cadeira para perto da de Bell. — Pronto.
— Pronto o que?
— Pronto para saber o porque você está estranha, e com certeza pronto para ofertar consolo se necessário.
— Não é nada, Liebe. Vai viver e me esquece. — Bell suspirou, estranhando o atrevimento do garoto.
— É importante se te incomoda. — Liebe encarou os olhos verdes, notando uma magoa ali. — Se você não estiver ok, quem poderia me acordar do sono interminável? Eu provavelmente reprovaria em história.
Bell estranhou aquilo. Como assim o garoto preguiçoso da aula de história se preocupava com ela? Não podia evitar de um leve rubor surgir na sua face, estranhamente motivado por saber que ele pensava minimamente nela.
— São só problemas familiares, não é relevante. — Desabafou, observando o garoto lhe olhar seriamente.
— Entendo. Mas família é problemática independente de onde você olhar. — Bell olhou para o chão, perdida em pensamentos. Liebe repentinamente sentiu vontade de a abraçar e ofertar todo aquele conforto que sentia para ela. — Eu nem tenho família e o pouco que eu consegui é questionável. Nem órfãos estão livres do family issues.
Bell esboçou um mínimo sorriso, voltando a o olhar.
— Para de fazer piada com o fato de você ser órfão. É problemático.
— Mas é verdade. Tudo é uma desgraça depois que você passa dos oitos anos e entende a realidade.
Liebe a analisou, ela parecia melhorar. Seria loucura se ele quisesse dar um abraço nela, apenas para lhe dizer que família é uma coisa difícil de se lidar e que ela não estava sozinha? Era doidice o fato dele nem saber o que de fato aconteceu e mesmo assim querer passar segurança?
Bem, que se dane. Liebe não era lento que nem Asta e sabia aproveitar as oportunidades quando elas vinham.
— Quero que saiba que eu estou aqui. — Sem perder tempo, ele avançou sobre ela, passando os braços sobre o corpo pequeno. Ele estranhou o fato de achar satisfatório o quanto ela era menor do que ele.
— Obrigada. — Ela o correspondeu depois de alguns segundos, sentindo seu coração como uma montanha russa. Demorou um pouco ali, aproveitando aquele conforto invisível. — Acho melhor me soltar agora, idiota. Tenho coisas a fazer.
Liebe se envergonhou por estar focado no cheiro de flores e brisa fresca que ela tinha. A soltou, rapidamente recuperando sua postura.
— Tadinha da Tinkerbell, está estressadinha.
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Talk To Me
FanfictionEm plena madrugada de domingo, Noelle toma uma decisão: se confessar ao seu grande amor adolescente por uma mensagem estúpida. Ela só não contava que sua mente cansada a fizesse enviar mensagem para seu melhor amigo: Asta.