Educação física, ideia ruim e atos impulsivos

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O sol brilhava lá fora como nunca, trazendo um pouco de calor ao outono de setembro. As folhas caiam aos montes enfeitando as ruas com pontos laranjas e deixando para trás galhos secos. A temperatura estava agradável, nem tão quente e nem tão fria, embora ainda existisse uma brisa leve que causava arrepios.

O dia começou normalmente para Noelle: ir ao banheiro, tomar banho, se vestir, comer e ir para a aula. Assim que acordou tentou ligar seu celular, mas aparentemente a bateria tinha zerado na noite anterior.

Colocou para carregar e correu para a improvisada cozinha que havia no dormitório, notando que Mimosa - quem dividia o quarto - já estava fazendo algum tipo de chá.

— Bom dia, Ellie-chan! Quer chá de camomila?

— Sim, por favor.

Um silêncio caiu sobre as duas naquela cozinha, embora não fosse desconfortável. Mimosa não era uma pessoa barulhenta por natureza e Noelle estava exausta porque teve apenas algumas horas de sono até ter que levantar.

Os minutos se passaram e logo era hora de ir para as salas de aula. A escola particular de clover era uma das mais prestigiadas no continente, fornecendo dormitórios, piscinas, quadras e uma variedade de aulas extras curriculares que eram a escolha do aluno.

Em geral, o perfil da maioria dos alunos era de herdeiros de grandes famílias ou empresas. Todo ano, Clover abria uma sessão de bolsas para os menos afortunados menores de 12 anos, para que os escolhidos pudessem crescer dentro da escola. Fui numa dessas seleções que Asta conseguiu sua bolsa, incluindo seu irmão gêmeo e Yuno.

Noelle se encontrava na primeira categoria, já que carregava o grande sobrenome Silva. Era filha de uma importante família de advogados e médicos e foi educada em casa até que tivesse idade para ingressar na escola de Clover. Na época, ela ainda era muito mesquinha e estava fechada na realidade de luxo de sua família, então a adaptação com os três novatos e o resto da sala foi difícil.

Agora, no ensino médio, a Silva conseguia se dar bem com a maioria das pessoas que conhecia. E, para a surpresa do seu eu de 12 anos, ela era muito amiga do "plebeu desajeitado" da sua turma.

E era ainda mais irônico que ela acabou por sentir alguma coisa pelo outro plebeu — o que era mais tolerável e educado. Quem aliás, ela deveria ver se tinha respondido sua mensagem um tanto impulsiva.

Arg! Noelle queria se bater por mandar aquela mensagem. E pior, ainda se auto condenou com a bateria. Quais as chances?

Porque ela achou que seria uma boa ideia? Talvez se os dois fossem em um programa mais leve, tipo cinema, e aí sim ela poderia dizer como se sente enquanto sutilmente tocava sua mão.

Ela era tão estúpida!

Anotou mentalmente que não falaria com Yuno enquanto não soubesse exatamente o que tinha mandando por mensagem. Talvez suas chances com ele tivessem acabado.

— Ei! Você está viajando. — Mimosa apareceu na sua frente, segurando duas bolsas, uma que provavelmente era de Noelle. — A gente tem que ir para a quadra, lembra?

A Silva silenciosamente concordou, embora sua mente ainda estivesse pressa nas situações que poderiam acontecer por culpa da sua mensagem.

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O primeiro horário da segunda era educação física. O que para Noelle significava muito suor e esforço para só o começo da semana.

Quem dava aulas de educação física era Yami, um sujeito com seus 1.90 de altura e muito, muito, muito músculo. As más línguas diziam que ele era envolvido com Charlotte, a professora de Literatura e português, mas eram só boatos que circulavam os corredores. Ele também treinava o time de futebol, embora sua postura no geral fosse de não ligar muito para o que os alunos fazem ou não dentro e fora do jogo.

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