usasse, sorvete de creme e romântico

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— Eu nunca mais vou esquecer aquela cena. — Mimosa comentou, os olhos arregalados. — Aquela coisa matou uma criancinha do jeito mais cruel possível.

Noelle soltou uma risada pelo pânico dos três que a cercavam.

Haviam saído da sessão agora e esperavam todos no corredor por Liebe.

— Não sei como aquilo foi permitido de ser feito. — Asta continuou. — Preciso de ar para processar tudo. Onde está o Liebe?

— Se soubéssemos não estaríamos aqui parados, Astupido. — A Silva quase partiu para dar um tapa na cabeça de Asta, mas parou no meio do caminho, repensando. — Liga para ele.

A garota se sentiu levemente incomoda de não poder agredir o de cabelos cinzas, porém era por uma boa causa. Teria que se separar do semi abraço caloroso de Yuno.

Definitivamente Yuno não era o garoto que faria Noelle sentir aquela adrenalina gostosa, muito menos aquele que ela perdaria a racionalidade para beijar. Mas ele era o garoto que transmitia a segurança necessária implicitamente e o que não não a envolvia em confusões — porque ele sabia muito bem o que queria e como agiria.

Agora ele a abraçava tranquilamente enquanto esperava seu irmão, em seu silêncio queito e confortável.

Noelle preferiu muito mais a segurança do que uma aventura confusa que a machucaria no final.

— Você quer voltar agora? — Grinberryall falou baixo, aproveitando que os outros dois estavam em uma conversa distraída sobre as partes que mais acharam assustadoras no filme. — Podemos tomar sorvete.

A Silva quase riu, mas sabia que ela morava no interior e que provavelmente só teria sorvete aberto aquela hora.

— Eu não sei. — Respondeu. — Você tem que voltar ao orfanato e não pode ficar para trás comigo. Se Asta topar, vamos.

— Posso ficar na escola com você.

— Shiu. — Noelle achou a sugestão absurda. — Você passa o mês inteiro trancado naquilo e nos únicos dias que tem livre eu vou te fazer voltar? Não. Tenho certeza que você sente falta de casa.

Yuno sorriu, satisfeito com a compreensão.

Ele achava que era muito cedo para admitir isso, mas Noelle o fazia sentir algumas coisas estranhas.

Tipo o estranho nervosismo, a expectativa absurda e uma adrenalina em fazer coisas impulsivas.

Era tão viciante e contrário aos princípios dele. Tão ruim de se pensar, mas tão bom de fazer.

Yuno inconsciente percebeu o quão próximo estava dela. E pior, não pensava nem um pouco em se afastar. Os lábios meio avermelhados pareciam tão convidativos, o perfume se tornando a única coisa que ele sentia além da enorme vontade de a beijar.

Noelle imediatamente percebeu que o garoto queria a beijar. E derrepente a compreensão silenciosa dele se tomou suficiente. Não se sentia magicamente ou magneticamente presa a aquele momento, mas seria uma experiência boa de qualquer jeito.

O perfume inebriante invadido suas narinas a instigava a saber o que o garoto na sua frente poderia fazer.

A distância foi se encurtando, ela se virando lentamente para ficar de frente para ele. Yuno descia sua mão para a sua cintura. Sim, estava prestes a acontecer.

— CHEGUEI! — Liebe pulou da direção da lanchonete cheio de pipocas e refrigerante. — Não sei o que eles arrumam nisso, é muito bom. Já acabou? Nem percebi.

Noelle e Yuno pularam a quase 120 metros de distância um do outro, como crianças pegas enquanto aprontavam.

Asta fingiu que não acompanhada seu irmão e sua amiga desde que pisaram naquele cinema.

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