Capítulo pequeno, pois, em alguns dos capítulos terão um pouco dos ocorridos passados, para que possam entender toda a história de Tom.
KRISTINA
Entrei no enorme edifício, era um hospital psiquiatra particular. Hoje é o meu primeiro dia exercendo a função, um mês formada, o frio na barriga me têm, não faço ideia de qual caso irei lidar.
— Bom dia, eu queria falar com o diretor do hospital. — Informo na recepção. — Sou a Dra Kristina.
Havia duas moças, uma loira e outra morena, a morena fez questão de me atender, a outra estava lixando suas unhas.
— Bom dia, é por aqui. Me acompanhe! — A recepcionista sai de seu posto, assim sigo em sua direção.
A sigo, entramos no elevador, ela aperta o piso 4. Assim que o elevador se abre, posso escutar gritos, gritos de pacientes que talvez não estejam tendo bom comportamento ou não querem tomar suas medicações.
A sala do diretor Dante é logo ali, no final do corredor, na última porta. Os gritos somem, assim que a recepcionista abre a porta.
— Com licença, Sr Dante. — Ela diz abrindo a porta, dando espaço para que eu possa entrar.
Ela se vai, me deixando na sala com o diretor. Ele era um homem de meia idade, alto e gordo.
— Dra Kristina, como vai? — Ele diz levantando-se de sua cadeira, estendendo sua mão.
— Ótima, e muito ansiosa por sinal. — Retribuo, sentando à sua frente.
— Imagino, primeiro emprego. — Ele sorri amarelo.
Ela olha em seu computador, talvez seja informações sobre mim, conversamos por email, duas semanas depois de enviar minhas certificações.
— Vou começar com qual caso? — Pergunto curiosa.
— Vamos lá, esse paciente é um garoto de onze anos, a própria mãe pediu para que ele fosse avaliado e acompanhado. — Ele dá uma pausa, virando a ficha do garoto.— Seu comportamento não é nada adequado para sua idade, sua mãe acha que pode afetar o irmão, digamos que ele é a “A sementinha do mal” — Ele dá ênfase nesse apelido medíocre, como se fosse algo engraçado.
— Ele já fez algo incomum? — Pergunto incrédula. — Ele ainda é uma criança, minha nossa!
— Ele tem várias personalidades que estão afetando até seu irmão gêmeo. — Ele continua ler a ficha do garoto. — Sua mãe diz que ele é uma criança agressiva, faz coisas anormais por ouro prazer, coisas do tipo: Matar animais, machucar colegas, brigar na rua.
— Ele está aí? — Questiono descansando meu braço em minhas pernas cruzadas. — Achei que não seria assim, de imediato.Achei que ele me mostraria a equipe, todo o hospital, me falasse o código de ética.
— Sim, está na sala 12, no piso 2, você vai querer o caso? — Ele questiona dando de ombros. — Falo por ser seu primeiro caso, se quiser posso te dar um caso de uma criança “mais normal”— Assim que o diretor fala, me preparo para sair de sua sala.
Ele me entrega a ficha do garoto, havia três folhas de do seguradas por um clip cinza. Seu nome estava anotado de caneta azul, na primeira folha.
Tom kaulitz.
— Claro que vou, eu vou ser a nova psiquiatra de Tom kaulitz! — Segurando sua ficha, levanto-me para sair de sua sala.
— Seja bem-vinda, Dra Kristina.
Apenas sorrio e saio de sua sala, espero não me decepcionar com essa merda de hospital.
Caminhei pelo longo corredor, enfermeiras iam e viam com bandejas de medicamentos, os barulhos nesse corredor eram insanos e assustadores.
Aperto o botão do elevador para o piso 2, era a sala 12. Esse piso era tomado por um silêncio ensurdecedor, uma verdadeira paz, em comparação com o piso de cima, esse era o Elíseos.
A porta de minha nova sala estava aberta, assim que entro, vejo o garoto, ele está sentado com postura e calmo. Seu estilo, o adultizava, parecia um pequeno bad boy.
Me sento na mesa a sua frente, pegando sua ficha para avaliá-lo.
— Bom dia, Tom kaulitz. Eu sou Kristina, irei te acompanhar daqui em diante. — Ele apenas continua sentado na cadeira, sem dizer nada.
Seu olhar me dava a certeza de que foi forçado pelos os pais a virem para essa consulta.
— Tem algo que queira me contar? — Faço questão de dirigir palavras novamente.
— Não, eu não tenho nada! — Responde ríspido. — Isso é uma perda de tempo.
— Por que uma perda de tempo? —Pergunto para evitar um certo desconforto, pois o garoto estava encarando meus seios, mesmo estando completamente cobertos.
Sem respostas, novamente. Folheio sua ficha, assim como o diretor Dante fez.
Sua mãe havia relatado seu comportamento dentro de casa, apenas quando estava em casa, pelo que leio, ele passava a maior parte do tempo fora.
— Sua mãe disse que você teve episódios muito agressivos no colégio. — Lhe digo folheando sua ficha. — Poderia me dizer?
Eu já sabia, segundo o relato que sua mãe deu ao diretor, apenas queria que ele me contasse.
— Vaca mentirosa! — Ele balbucia enquanto girava na cadeira. — Minha mãe não sabe de nada!
— Você realmente enfiou um lápis em um dos olhos de seu colega de classe? — Questiono incrédula, ao ler os relatos de sua mãe Charlotte.
— Qual é, esse caso é antigo, eu não sou mais assim. — Me responde dando um sorriso ladino.
— Esse ocorrido tem apenas uma semana! — Alerto, com a voz áspera.
O garoto perdeu uma de suas visões, ele enfiou no meio de seu globo ocular. Observo Tom, com um olhar assustado, pois em seus olhos não tinham remorso, e ele falava tudo tão naturalmente.
— O que te levou a fazer isso? — Questiono amigável, pois sua mãe queria saber o que o levou a fazer isso.
— Ele disse que meu irmão parecia uma bicha. — Esse garoto não para de girar em sua cadeira, já estou ficando tonta. — Também disse que ele tinha cara de menina, ele chegou em casa chorando.
— Por quê não alertou a direção e sua família? — Pergunto com calma, mantendo o olhar centrado ao seu.
— Porque eles nunca aprendem, só aprendem quando encontram alguém mais forte que eles. — No final de suas falas ele joga um sorriso maquiavélico em seus lábios, um arrepio percorreu todo meu corpo.
— Ok. Você tem amigos? — Pergunto para quebrar o gelo, tirar esse maldito sorriso de seus lábios.
— Tenho quatro, contando com meu irmão. — Ele anui, de maneira simples, girando em voltas longas sobre a cadeira.
— Você se dá bem com seus pais? — Questiono, enquanto finalmente ele para de girar sob a cadeira.
— Gosto de minha mãe, meu pai, eu não sentiria falta, caso ele fosse para o inferno. — Abro a boca em espanto, ao escutar suas falas.
O garoto fala arqueando suas costas para trás com as mãos em sua nuca.
Suas palavras eram frias, em nenhum momento demonstrou tristeza ou remorso.
— Por hoje é só. — Finalizo fechando sua pasta. — Nossas consultas serão às terças e quintas.
Ele levanta da cadeira para ir embora, sem prévia e sem avisos.
O que será que você guarda nessa cabecinha?
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Inefável
FanfictionYolanda, uma garota fria com intenções quentes, carrega a lembrança de Tony, seu protetor e amor de infância. Juntos, prometeram ficar juntos quando crescessem, mas Tony desapareceu sem deixar rastros. Anos depois, Yolanda se envolve com Tom Kaulitz...