Capitulo II

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Gente Obrigada Por me darem vosso Apoio, E Em Prova da minha Gratidão, irei Postar Mais Um Episódio hoje
Estou de corpo e alma nessa história,  então por favor Votem, Votem muito❤️

🔥♠ A Aposta ♠🔥
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Capitulo 2
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Moscou – Rússia.
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Claire Stacy
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Ando pelas ruas de Moscou fascinada, eu e meu tio chegamos a capital da
Rússia há duas semanas. Foi tudo muito rápido, após ele comunicar que
estaríamos vindo, em uma semana já estávamos com tudo pronto e
embarcamos. Essa não é nossa primeira viagem internacional, já fomos a
alguns países como Itália, Colômbia e Portugal, sempre para os jogos. Dessa
vez, meu tio disse que aplicará o maior golpe da carreira dele, não gostei
dessa ideia, tentei persuadi-lo a não fazer isso, já havíamos ganhado uma boa
grana que garantiria o nosso futuro, mas a ambição do meu tio falou mais
alto, lembro aquele dia que me comunicou que partiríamos para a Rússia.
— Tio, para que vamos para a Rússia?
— Claire, há muito tempo veio querendo entrar no clube secreto Pogibel.
Sempre soube que lá, as apostas eram altíssimas. Porém, não era algo que
estava em meu alcance, para conseguir os convites, é preciso provar que é
rico. Agora, com esse dinheiro que ganhamos, as portas se abriram para nós.
— Mas tio, nós não precisamos de mais dinheiro.
— Claire, entenda, essa é a nossa oportunidade de ficarmos milionários e
nunca mais precisarmos aplicar golpes, os ganhadores lá, não saem com
menos de $10 milhões de dólares e pretendo ganhar essa quantia.
— É muito dinheiro.
— Sim, e você terá que dar o seu melhor, não podemos falhar.
Retornei meus pensamentos para o presente, não tem jeito, meu tio cismou
com esse clube e eu apenas o obedeço.
Suspirei fundo, Moscou é linda no outono, estou fascinada pela cidade, desde
que cheguei, saio todos os dias para conhecer lugares, já visitei quase todos
os pontos turísticos. Eu e meu tio estamos hospedados em um hotel de luxo,
bem no centro da capital, o que facilita, pois gosto de caminhar. Apesar de
ser outono, a temperatura era baixa, não estava nevando, mas o vento frio que
vinha do Ártico era o suficiente para as minhas vestimentas. Usava um
casaco de pelo fake acinturado, um gorro típico russo, calças preta de veludo
e botas de cano longo de couro também na cor preta.
Caminhava entre as pessoas que estavam sempre com pressa, reparei nas
mulheres elegantes, estava sozinha, aliás, todos os dias, passeava sozinha,
meu tio ficava no hotel, segundo ele, não tinha saco para fazer turismo. Eu,
no entanto, estou curtindo bastante a cidade, já fui ao museu, conheci o
metrô, um dois maiores do mundo, apenas viajei entre as estações. Hoje estou
indo conhecer uma das catedrais, ando sempre com meu guia turístico, um
app no celular que me ajuda a achar os lugares.
Cheguei à famosa praça vermelha e, bem no centro, avistei a catedral de São
Basílio, de uma arquitetura incrivelmente linda, rica em detalhes, com suas
torres coloridas, em forma de chamas de fogo me deixou encantada. Eu
olhava para a igreja hipnotizada. Saquei meu celular e comecei a tirar várias
fotos, precisava registrar aquela beleza arquitetônica. Segundo o aplicativo, a
catedral é uma das mais belas do mundo.
Como de praxe, posicionei-me de frente à catedral e tentei tirar algumas selfs,
nenhuma saia boa, nessas horas ter uma amiga viria a calhar. Estava distraída,
fazendo posses quando escutei uma voz de mulher falando russo.
— YA mogu pomoch?
— Não falo russo, desculpa.
— É americana?
A mulher perguntou em um Inglês com forte sotaque.
— Sim.
— Perguntei se posso ajudá-la.
— Ah... Obrigada.
Entreguei o celular para ela, que sem demora começou a tirar as fotos, eu
sorria e fazia pose, ao final, ela me devolveu o aparelho e se apresentou.
— Meu nome é Natacha.
— Claire.
Estendi a mão para ela, e nos cumprimentamos, a moça era jovem,
aparentava um pouco mais que a minha idade.
— Está fazendo turismo? — ela perguntou curiosa.
— Não, vim com meu tio, ele veio a negócios e eu aproveitei para conhecer a
cidade.
— Está gostando?
— Sim, Moscou é linda.
Percebi que um homem alto, corpulento, com cabelo muito curto, aproximou-
se de nós, ele falou russo em tom rude com a moça.
— Só um minuto Ivan, estou conhecendo uma nova amiga — respondeu em
inglês.
O homem então olhou para mim, seus olhos escuros me encararam
fixamente, seu rosto de traços fortes me assustou, ele não era um cara lindo,
mas tinha uma presença física impressionante. Percebi pelas mãos que tinha
tatuagens.
— Esse é meu namorado, Ivan, essa é a Claire, ela é americana.
— Prazer.
Estendi a mão e ele não as apertou, abaixei-a sem graça. O homem continuou
me encarando e aquilo já estava me deixando nervosa, então decidi falar.
— Desculpem, vou entrar na basílica, obrigada por me ajudar Natacha.
Comecei a me afastar, o homem e a moça continuaram parados, dei uma
última olhada para trás antes de entrar na igreja e vi que eles haviam sumido.
Respirei aliviada.
.
O interior da catedral era mais impressionante ainda. Andei em volta olhando
as obras de artes. Sentei-me em um dos bancos e fiquei por algum tempo.
Senti fome e resolvi comer alguma coisa. Avistei um restaurante, e entrei,
uma garçonete veio me atender em russo.
— Desculpe, não entendo.
Peguei meu celular e traduzi pelo aplicativo.
A mulher me entendeu e fiz meu pedido. Enquanto esperava a comida,
comecei a postar as fotos que havia tirado, no Instagram. Até que as fotos que
a moça havia tirado ficaram boas.
Ao terminar, paguei a conta, meu tio me deu dinheiro russo, o Rublo, sempre
me enrolava pra pagar as coisas, mas no final dava tudo certo.
Resolvi voltar para o hotel, a tarde estava caindo e o frio se intensificando,
coloquei as mãos nos bolsos do casaco, não havia trazido luvas e minhas
mãos estavam geladas. Ao chegar ao hotel, subi e entrei no quanto, já tirando
o casaco, ali estava bem quente.
— Tio, cheguei.
— Claire, que bom que está de volta, nossos convites chegaram.
Segui meu tio e em cima de mesa, tinha uma caixa de couro preta, havia um
logo dourado, como um brasão impresso com tinta dourada. Meu tio, muito
empolgado, sentou e passou as mãos no tampo de couro preto.
— Aqui está nosso passaporte, o qual nos tornará milionários, estava
esperando você para abrir.
Eu também estava curiosa, há duas semanas que meu tio esperava aqueles
convites. Sentei na cadeira ao seu lado e disse.
— Abre.
Meu tio, então colocou as mãos no fecho e destravou abrindo o tampo. No
interior havia dois convites, mas não eram de papel como imaginei, porém,
pareciam cartões de ouro, eles estavam presos em tiras de couro. Meu tio
pegou um deles, o convite era lindíssimo, de fato era feito de ouro, um pouco
maior que um cartão de crédito e da mesma espessura. O nome do meu tio
estava impresso e havia alguns dizeres em russo. Meu tio também retirou o
meu e me entregou, peguei o convite com as mãos trêmulas.
— Sempre sonhei com esse momento, agora somos oficialmente membros do
maior clube secreto para milionários.
Olhei atentamente meu convite, atrás havia uma pequena elevação, parecia
um chip, provavelmente, a gente precisava passar o cartão em algum lugar
para ter acesso à entrada. Li meu nome, senti um calafrio, como se fosse um
mau presságio. Meu tio estava eufórico.
— Amanhã será o grande dia, Claire, não quero que você saia a lugar
nenhum, vou enviá-la para o Spa do hotel, quero você linda amanhã à noite.
Não disse nada, a determinação do meu tio em ganhar mais dinheiro não o
faria mudar de ideia, nem se eu sofresse um acidente.
— Põe o convite de volta aqui, Claire. Vou deixá-la descansar hoje à noite,
durma bem, sairei e não tenho hora para voltar. Não saia do quarto.
— Vai aonde tio? — perguntei curiosa.
— Comemorar, fazer coisas de adulto.
Ele tocou no meu nariz e se afastou assobiando, entrou no banheiro. Eu
então, me deitei na cama e peguei o celular. Meu tio pensa que sou boba, sei
muito bem as coisas de adulto que ele vai fazer, com certeza sairá com uma
mulher. Dei de ombros, espero que depois desse golpe, meu tio sossegue,
compre uma casa no campo, case e me deixa viver.
Depois de uma hora meu tio saiu, pedi comida no quarto, comi tudo, estava
adotando a comida russa, sempre muito bem temperada. Ao terminar, fiz
minha higiene noturna e fui dormir.
Na manhã seguinte, acordei cedo, abri a janela e os primeiros raios de sol
apareciam no horizonte. Fui até a saleta, meu tio já estava lá, sentado olhando
o Laptop, quando me viu logo disse.
— Claire, meu amor, seu horário para o Spa está marcado para as oito da
manhã, após o café da manhã, quero que relaxe, deixa que cuidem de você.
Os russos são conhecidos por serem astutos, não podemos deixar brecha,
você precisa demostrar frieza e precisão.
— Estou preocupada, tio, e se a gente não ganhar?
— Nem pensa nisso, temos que ganhar, ontem fiquei sabendo que o clube
pertence a Bratva.
— O que é isso?
— A máfia russa — meu tio falou sussurrado.
— Tio, mas isso não é perigoso?
— Um pouco, mas tenho certeza que com sua beleza, nem o mais poderoso
chefe deles resistirá a você.
Na hora marcada para o Spa, meu tio me levou até o local, ele me deixou lá e
saiu. Havia duas mulheres, elas falavam um Inglês razoável, o que foi bom,
pois ainda não conseguia falar nada em russo, era uma língua muito difícil
para mim, diferente do meu tio, que já falava algumas frases.
Elas começaram com uma sessão de massagem, depois, tomei um banho de
ofurô, fiquei um tempo naquela água perfumada. Quase dormir de tão
relaxada. Os cuidados continuaram, elas me depilaram, cuidaram das minhas
unhas, estava me sentindo uma princesa. Na hora do almoço, elas serviram
uma comida leve, com muitas frutas.
Para finalizar meu dia de beleza, cuidaram do meu cabelo, fizeram um
penteado estilo Marilyn Monroe e uma maquiagem elaborada. Meu tio veio
me buscar já era de tarde.
— Está esplêndida, com o vestido e as joias que usará, não haverá nenhum
homem que resistirá a você.
Eu e meu tio subimos, ainda não estava na hora de me vestir e meu tio, como
sempre, repassou os sinais. Eu já sabia de cor e salteado, mas ele sempre me
fazia repassar.
No início da noite, coloquei o vestido vermelho, a peça era lindíssima, tinha
um corpete tomara que caia, o que deixava meu colo e as curvas dos meus
seios amostra, era ajustado ao copo, a saia tinha um cumprimento até o
joelhos, porém, havia uma fenda enorme que vinha da ponta até o final das
cochas, o que deixava praticamente toda a minha perna direita exposta. No
meu pescoço, reluzia um colar de brilhantes, não eram diamantes
verdadeiros, apesar de termos dois milhões, ainda não tínhamos condições de
comprar uma joia tão cara, mas o brilho e esplendor do colar eram
estonteantes.
Meu tio trouxe um casaco de veludo comprido, que escondia todo meu
vestido, nos pés, sandálias de salto alto. Estava pronta, aquela noite meu tio
havia caprichado na minha aparência.
— Vamos!
— Sim.
Peguei minha bolsa de mão e saímos para a noite fria, um carro já nos
esperava com motorista. Sei que temos dinheiro, mas meu tio estava
investindo muito naquele golpe, só o hotel que estávamos hospedados, era
uma fortuna a diária.
Seguimos para nosso destino, o local não era muito longe de onde estávamos
hospedados, em meia hora chegamos. O carro parou em frente a um lugar
esplêndido, a fachada era surreal de tão luxuosa.
Um homem com uniforme impecável abriu a porta para mim, desci e olhei
com os olhos arregalados aquele lugar. Uma correte elétrica passou por todo
meu corpo. Senti um medo inexplicável, meus lábios tremeram
Estou olhando assustada para a fachada imponente, não é só luxuosa, é
assustador. Meu tio aproximou-se de mim e parou do meu lado, também
admirado.
— Dizem que essas pilastras são banhadas em ouro 24 quilates — meu tio
disse.
— Nossa! — exclamei.
— Vamos entrar!
Nesse momento fiquei aflita, não conseguia mover as pernas, meu coração
disparou, minha barriga doeu, eu não podia entrar ali.
— Tio, eu estou com medo.
— Calma Claire, vai dar tudo certo, meu amor.
Meu tio segurou em minhas mãos que estavam frias como blocos de gelo e
não estavam assim por causa do frio.
— Suas mãos estão frias, vamos entrar, lá dentro está quente.
Respirei fundo umas três vezes e acompanhei meu tio, dois homens
corpulento, em termos impecáveis, abriram as portas duplas e nós entramos.
A primeira impressão que tive, ao adentrar, foi de que o local parecia um
“night clube de luxo”, com o ambiente a meia luz, garçonetes com roupas
curtíssimas, muita fumaça, uma música ao fundo.
Uma hostess elegantemente vestida, com um vestido de veludo negro veio
nos atender.
— Sejam bem-vindos! — disse em russo.
— Pogibel — meu tio disse.
— Sigam-me.
Eu e meu tio seguimos a mulher, e essa nos levou para outra porta, que se
abriu quando ela passou um crachá em um painel. Se eu achei a entrada do
local luxuosa, quele ambiente que estava a minha frente, quase me fez cair
para trás. O assoalho branco brilhante com tapetes de boas vindas preto e
dourado cobria chão.
A mulher nos indicou o caminho e se afastou fechando a porta atrás de si, eu
e meu tio andamos pelo local e cada vez mais, eu ficava impressionada. Nas
paredes, quadros que claramente percebia-se que eram originais surgiam
iluminados por pequenas luzes. Havia homens discretamente em pé nos
cantos, observando tudo, eles eram enormes, assustadores. Quando chegamos
ao final, havia uma porta dupla dourada, do lado da porta um painel
eletrônico, meu tio aproximou o convite dele, e automaticamente uma voz
eletrônica falou em russo e em Inglês.
— Bem-vindos ao Pogibel, Sr. Stacy.
— Passe o seu convite Claire — meu tio me instruiu.
Aproximei o convite no painel e a voz voltou a falar.
— Bem-vinda ao Pogibel Sra. Stacy.
Nessa hora as portas duplas douradas que pareciam ser de ouro maciço,
abriram-se. O som do ambiente já podia ser ouvido. Eu e meu tio entramos, e
se eu pensei ter visto luxo até agora, o clube em si, era surreal. Um enorme
lustre de cristal iluminava a entrada, deixando-o muito claro, no chão, havia
um tapete vermelho e dourado, logo percebi que tudo era de ouro de verdade.
O tapete parecia que foi tecido com fios de ouro.
Um homem aproximou-se de nós e pediu nossos casacos. Ele nos ajudou tirá-
los e colocou em uma local que parecia um closet dos casacos. Eu e meu tio
adentramos o vasto salão, eu não acreditava no que os meus olhos viam, o
esplendor do lugar era assombroso. Por todo recinto, homens muito bem
vestidos em seus Smokings Black Tie, andavam elegantemente, com bebidas,
outros conversavam em uma roda de amigos, outros sentados em mesas
belíssimas, outros jogavam em roletas. Eu olhava curiosa tudo aquilo e
assustada ao mesmo tempo. Percebi que não havia muitas mulheres. Senti-me
deslocada.
Um homem aproximou-se de nós e se apresentou como sendo o anfitrião
chefe, ele já sabia os nossos nomes e falou em Inglês.
— Boa noite Sr. Stacy e Sra. Stacy, sou o anfitrião chefe. O convite que
receberam também é um dispositivo que lhes dará acesso a tudo que o clube
oferece, basta aproximar no painel eletrônico para ter acesso. No bar, salas de
jogos, restaurante, suítes.
— Queremos a sala de pôquer.
— Perfeitamente senhor, um dos nossos hosts os acompanhará.
Eu e meu tio seguimos o homem para um local onde havia portas separando
vários ambientes. Aproximamos o nosso cartão no painel e a porta abriu-se,
entramos na sala de pôquer. Ali dentro não se ouvia o barulho do salão
principal, a sala era privada, havia um bar exclusivo e a mesa de pôquer no
centro, iluminada por um lustre que pendia do teto alto. Havia um senhor
muito distinto, sentado em uma das cadeiras da mesa, ele olhou meu tio e
falou animado.
— Meu oponente chegou.
Meu tio aproximou-se e apresentou-se.
— Steve Stacy, e, essa é a minha sobrinha, Claire Stacy.
— Nicolai Baranovi.
O homem me olhava como se quisesse me devorar, eu já estava acostumada
com esses olhares de cobiça sobre mim, porém naquele local, aquilo me
incomodava muito.
— Sente-se Sr. Stacy, vamos começar? — o homem falava em Inglês, mas
com sotaque.
— Minha sobrinha nos servirá, ela é meu amuleto da sorte.
— Belíssima — o homem falou com malícia.
Assim começou a primeira rodada, como sempre, o homem que jogava com
meu tio, ficou fascinado por mim e não percebia que eu estava vendo todas as
suas cartas. A primeira aposta foi de $1 milhão de dólares. Engoli em seco,
um medo e uma súbita náusea surgiram em mim, mas não podia sentir isso,
estávamos arriscando muito.
Como era de se esperar, meu tio venceu, eu fiquei aliviada, já havíamos
garantido $1 milhão. As rodadas continuaram e cada vez mais as apostas
aumentavam, uma hora depois, meu tio já havia conseguido os $10 milhões
de dólares.
— Vou parar por aqui — meu tio disse.
— Mas já? Apenas começamos, que tal $20 milhões?
— Não Sr. Baranovi, acho que ganhei o suficiente.
Nesse momento, a porta se abriu e quatro homens muito grandes entraram,
eles se posicionaram nos quatro cantos da sala, eu olhava para eles
apavorada, meu tio também pareceu assustado. Um dos hosts entrou também
e aproximou-se do outro homem.
— Queira me acompanhar senhor.
O homem levantou-se e saiu da sala sem dizer nada e acompanhou o outro.
Em seguida, outro homem entrou na sala, era alto, ombros largos, vestido
impecavelmente em um smoking, como todos os homens ali, porém, aquele
era diferente, sua áurea de poder irradiava todo o recinto.
Ousei olhar em seu rosto, e assim que meus olhos o focaram, senti um aperto
no estômago. Seus olhos de um azul profundo e frio me observavam
atentamente, eu nunca havia recebido um olhar daqueles, já estava
acostumada a ser olhada pelos homens, mas aquele não era um homen
qualquer, sua beleza máscula era estonteante. Ele me fitava como se quisesse
arrancar de mim cada um dos meus segredos.
Lentamente, passeou os olhos por todo meu corpo, detendo-se nas curvas dos
meus seios, que o vestido ousado não escondia muito. Fiquei sem fôlego
enquanto reagia à inspeção indiscreta, claramente ele estava me avaliando,
não como um homem que tinha pretenção de ter-me, mas como um homem
que tinha certeza de que me teria.
O homem desviou seu olhar de mim e aproximou-se da mesa de pôquer,
sentou-se na cadeira e olhou para meu tio.
— Sr. Stacy, ganhou muito pouco, $10 milhões é uma ninharia para meus
jogadores.
Ao ouvir a sua voz, arrepiei-me toda, era forte, firme, em um Inglês perfeito,
com um leve sotaque que lhe dava certo charme.
— Se... Senhor... — meu tio falou gaguejando. — Eu acho que estou
satisfeito, esse quantia para mim é o suficiente.
— Não, nenhum vencedor sai do clube Pogibel com menos de $30 milhões e
esta será a nossa primeira aposta.
Meu tio olhou em volta, observando aqueles homens parados nos cantos, a
porta estava trancada, vi que ele engoliu em seco, naquele momento tive
certeza de que estávamos encrencados. Minhas pernas ficaram moles. Meu
tio tentou argumentar.
— Não acho necessário senhor, eu e minha sobrinha já estávamos de saída,
ganhamos o suficiente para nós hoje à noite.
Falando isso, meu tio começou a levanta-se, porém, sem ao menos o homem
levantar um único dedo, um dos que estava no canto, aproximou-se do meu
tio e colocando as mãos em seus ombros o fez sentar-se novamente com
brusquidão. Meu coração acelerou, eu podia ouvir as batidas como tambores,
anunciando o meu fim, como se eu estivesse indo para a forca.
As cartas foram distribuídas, meu tio não tinha saída, ele não estava sendo
convidado a jogar, ele estava sendo obrigado, naquele momento, decidi
interferi, aproximei-me da mesa com passos vacilantes e fui para o lado do
meu tio, olhei para o homem e falei com a voz mais firme que consegui
sustentar.
— Senhor, acho que não entendeu, eu e meu tio já estávamos de partida, ele
não quer jogar mais.
O homem desviou o olhar das cartas que já estavam em suas mãos e me
contemplou com um semblante sério, seu olhar frio, me fizeram sentir como
se várias facas afiadas entrassem em minha carne.
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— Claire, sirva-me uma bebida — ordenou.
Aquilo era a última coisa que eu esperava ouvir dele, o fato dele ter me
chamado pelo primeiro nome, me deixara mais horrorizadas ainda, meu tio
então falou.
— Pode deixar minha querida, eu vou jogar com o distinto senhor, acho que
$30 milhões de dólares é uma ótima quantia. Faz o que o Sr. pediu e sirva-lhe
uma bebida.
Sem ter o que fazer, afastei-me com as pernas bambas, mas antes de chegar
ao bar, perguntei para o homem gaguejando.
— O... O que gostaria de beber?
— Surpreenda-me.
A maneira como ele falou aquilo, sexy e ao mesmo tempo autoritário, me
fizeram vacilar, eu não vou conseguir engana-ló, tinha certeza disso, era
loucura, mas eu sentia como se o pertencesse. Sua presença era dominante, o
magnetismo que emanava dele, me faziam sentir uma formiguinha diante de
um leão.
Fui até o bar e preparei a bebida que sempre faço para os opoentes do meu
tio, eu mesma havia criado esse blend. Minhas mãos tremiam, as cartas já
haviam sido lançadas a mesa, eu precisava servir ao homem para ver as cartas
dele, meu tio esperava por isso.
Ao terminar de preparar a bebida, andei até o homem e me curvei entregando
o copo, seu perfume masculino e o calor do seu copo, fizeram meus quatro
sentidos aflorarem, eu precisava olhar para as cartas, mas não conseguia, era
como se eu não pudesse fazê-lo. Porém, precisava fazer aquilo, eu tinha
certeza que algo de muito ruim iria acontecer se a gente não ganhasse aquele
jogo.
Com as mãos trêmulas, segurava o copo e esperava ele pegá-lo, no entanto,
ele não o fazia, seus olhos não desviavam das cartas e para a minha surpresa,
ele disse.
— Faça o que tem que fazer princesa.
Meus lábios tremeram, pisquei minhas pestanas por várias vezes, achei muito
estranho ele ter me chamado de uma maneira tão íntima daquele jeito, eu
estava confusa e muito assustada com tudo aquilo. Coloquei o copo na mesa,
ao lado dele e olhei discretamente para as cartas, eu podia vê-las. Então, sem
demora, comecei a sinalizar para o meu tio, eu estava tão nervosa que alguns
sinais eu errei.
Quando achei que já havia passado a maioria das cartas para meu tio, decidi
me afastar um pouco, porém, antes mesmo de dar qualquer passo, ele me
segurou meu pulso. O que senti com o contato dele, foi algo fora da
realidade, simplesmente paralisei, meu coração parou de bater por alguns
segundos e eu congelei, a mão dele apertava meu pulso muito forte, tão forte
que cortou o fluxo de sangue naquela região.
— Fica onde está — ordenou baixo.
Então, ele me soltou, eu não conseguia sair do lugar. Olhei em direção ao
meu tio, ele estava suando, apesar do frescor do ambiente, claramente estava
nervoso. As cartas continuaram sendo lançadas, até a última. Quando meu tio
lançou um rei, minhas vistas escureceram, eu sabia que nas mãos do homem
misterioso, tinha um As, ele havia ganhado. O homem lançou a carta e meu
tio a olhava com os olhos arregalados.
— Venci! — proferiu sério.
Meu tio não falava nada, tamanho era sua incredulidade.
“Deus! Como vamos pagar $30 milhões de dólares?”
— Vamos para mais uma rodada, $ 50 milhões de dólares — o homem disse,
nos surpreendendo.
Meu tio aceitou na hora, dessa vez a gente iria ganhar, essa era a nossa
chance.
As cartas foram lançadas, eu continuava do lado do homem, conseguia ver
todas as cartas e fiz os sinais para meu tio, dessa vez iria dar certo, estava
confiante. Depois da última carta lançada, pensei que iria desmaiar, o homem
havia ganhado novamente, não conseguia entender, eu passei todas as cartas
para meu tio. Era inacreditável aquilo.
— A última rodada, $100 milhões de dólares.
Eu não podia acreditar no que os meus ouvidos estavam escutando, ele estava
oferecendo a última oportunidade, a gente não podia falhar. A última rodada
começou, cada carta lançada faziam meu sangue correr mais rápido nas veias,
ao final, o homem havia ganhado novamente, mesmo eu tendo passado todas
as cartas para meu tio.
— $100 milhões de dólares, tem como me pagar Sr. Stacy?
— Não senhor, eu não tenho — meu tio disse derrotado.
— Veio ao meu clube aplicar seus golpes e pensou que sairia daqui ileso?
Naquele momento, a realidade caiu como uma bomba, ele sabia de tudo e
jogou estrategicamente para ganhar do meu tio, mesmo que meu tio soubesse
as cartas dele.
Meu tio falou gaguejando.
— Não sei sobre o que está falando senhor.
— Não sabe? Então eu acho que você entende mais essa linguagem. Dê que
maneira prefere morrer, lento ou rápido?
Meu tio, em um impulso levantou-se da cadeira, os quatro homens moveram-
se dos seus lugares e o cercaram, o homem continuou sentado, como se nada
o abalasse. Eu estava paralisada de medo.
— Melhor sentar novamente Steve.
Meu tio, sem opção, voltou a sentar-se e com a cabeça baixa, pediu
suplicante.
— Deixe minha sobrinha ir embora senhor, por favor.
— Vou te dar a última chance, porém não quero dinheiro.
— Então, o que o senhor quer?
— Vamos apostar a sua sobrinha, ela é uma garota bonita e me servirá muito
bem na cama, a aposta é essa, se eu ganhar, ficarei com sua sobrinha para
meu bel prazer, se eu perder, os deixarei sair desse clube vivos e com a dívida
de $100 milhões de dólares perdoada.
Olhei para meu tio, alarmada, não acreditava que ele havia feito aquela
proposta. Meu tio também me olhou com o semblante de dor, iria aceitar, eu
tinha certeza. Ele fez um gesto com a cabeça em minha direção, como se
estivesse se desculpando.
— Eu aceito, senhor.
Minhas pernas não sustentaram mais o meu corpo, cambaleei, quase caindo,
porém, braços de aço seguraram a minha cintura e a voz daquele homem
sussurrou no meu ouvido.
— Não desmaie agora, princesa, deixe para fazê-lo no meu leito, depois de eu
tiver você.
— Não! — falei com uma voz embargada pelo choro.
— Fique quietinha, não, é uma palavra que não reajo bem pequena, e em
breve você entenderá isso. Agora senta aqui.
Ele praticamente me empurrou na cadeira, caí como uma abóbora.
O homem voltou para seu lugar. As cartas foram embaralhadas e cortadas,
cada barulho que se fazia, era como um estrondo nos meus ouvidos. Aquele
jogo seria sem trapaças, o meu destino estava sendo traçado a cada carta que
era jogada naquela mesa. Eu não conseguia acompanhar, tudo o que
acontecia em minha volta, parecia irreal, como se fosse um pesadelo, as
cartas eram lançadas, meu tio estava ganhando a maioria, porém percebi que
não eram boas cartas. Só havia mais duas cartas de cada jogador a serem
lançadas. Meu tio jogou as duas últimas dele, um As e um Rei, o sorriso do
meu tio se abriu, nós iríamos ganhar. O homem então lançou as dele, dois As,
meu coração parou de bater.
— Full house! — anunciou.
Tudo o que aconteceu foi muito rápido, antes mesmo de o meu tio ter alguma
reação por ter perdido, dois dos seguranças aproximou-se dele e o agarrou
pelos braços, meu tio começou a lutar tentando soltar-se.
— Solte-me, deixe a minha sobrinha em paz.
Os homens o imobilizaram, ele não conseguia mover-se. O homem
aproximou-se dele e disse.
— Eu ganhei e levarei o prêmio, ela é minha.
Nesse momento, eu saí do meu torpor e me aproximei.
— Deixa meu tio em paz, o senhor disse que se ganhasse que ficaria comigo,
mas não disse nada sobre o que ficaria com meu tio, então o deixe ir embora.
— Que nobre da sua parte, pequena, mas tem um detalhe, eu quero os meus
$100 milhões de dólares.
— Nós não temos esse dinheiro — falei em desespero.
— Não? Então seu tio sofrerá as consequências, leve-o.
Os homens arrastaram meu tio que começou a gritar pedindo para me
deixarem ir embora, sem demora os homens deram vários golpes em seu
rosto, até fazê-lo desmaiar.
Eu me encolhi em um canto e só chorava, não acreditava que aquilo estava
acontecendo. Os homens arrastaram meu tio por uma porta do cômodo que
não era a mesma que havíamos entrado e sumiram.
O silêncio era total, só quebrado pelos meus soluços descontrolados.
O homem alto, aterrorizante e extremamente lindo, andou em minha direção,
como um felino, uma pantera negra, eu não conseguia desviar os meus olhos
dele, apesar de vê-lo sobre uma névoa de lágrimas.
Ele parou a centímetros de mim, era muito alto e eu só conseguia olhar para
seu tórax. Senti suas mãos segurando meu rosto e me fazendo olhar para ele.
Eu foquei em seus olhos, não estavam frios como antes, uma chama ardente
brilhava em suas órbitas azuis.
— Agora somos eu e você, pequena trapaceira.

Oque será que ira acontecer com nossa Protagonista? Amanhã teremos mais 1Capitulo
E não se esqueçam, votem muito
Obrigado Por Ler🥰❤️🔞

A Aposta🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora