Aquelas palavras escritas no papel fez com que tudo voltasse para a mente de Melissa. A descoberta da gravidez, quando teve que abortar a pedido dos pais. Só ela e eles sabiam daquilo, ela nunca contou para mais ninguém. Foi esse pensamento que a fez pegar a boneca de dentro da mala e a abraçar com força. Ela estava se sentindo tão culpada, que por um minuto pensou que aquela boneca era o bebê que ela teria.
— Eu não queria, eu não queria… — ela repetiu inúmeras vezes a mesma frase. Gabriel a abraçou, sem nem se importar que estava se sujando com o sangue.
— Calma, vai ficar tudo bem. — ele a confortou, mas Melissa não pareceu ouvir. As lágrimas cobriam seus olhos e ela se agarrava a boneca como se fosse caso de vida ou morte.
Talvez fosse.
— Quero todos pra fora desse quarto agora! — Gustavo mandou, empurrando Laura e Alex que estavam na porta. Ele lhe lançou um olhar agressivo por ter sido expulso. Laura não disse nada, apenas pegou a mão do namorado e foram embora.
Fernando foi atrás de Anne, que estava no banheiro vomitando tudo que tinha comido no café da manhã. Estava enojada. Toda vez que lembrava da carne morta e sangrenta dentro da mala, seu estômago embrulhava e ela vomitava mais. Ela sempre foi fraca para essas coisas. Sempre teve receio de sangue e nunca curtiu assistir filmes de terror. Mal sabia ela que estava dentro de seu pior pesadelo, e que não era um filme, era real.
No quarto, Guilherme ajudava Patrick a tirar a mala daquele cômodo. Estava pesada e o fedor era insuportável. Parecia que estava impregnado no lugar e não sairia mais. Gustavo conseguia sentir o odor horrível dentro dele. Nunca, em toda sua vida imaginaria que um dia iria ver algo tão macabro assim. A pergunta que ficava era: quem foi que colocou aquilo lá?
Não ia demorar para que eles descobrissem a verdade. Para alguns, seria tarde demais, mas para outros, seria um recomeço.
— Aonde vamos colocar essa porcaria? — Guilherme perguntou, fazendo toda a força para não deixar a mala cair no chão. Patrick estava se segurando para não vomitar, já que a bile subia o tempo todo.
— Não sei, porra! Coloquem no inferno, não sei. Se virem. — A paciência de Gustavo já estava no limite. As mãos na cabeça indicava que não sabia muito bem o que fazer vendo Melissa naquele estado no chão.
— O coração dela tá acelerado demais! — Gabriel disse preocupado, mas Gustavo nem deu ouvidos, o pegou pelo braço e o empurrou porta afora. — Você não pode me tirar de perto dela. Ela precisa de mim!
Gustavo respirou fundo, uma veia saltou de seu pescoço e ele se segurou para não perder a cabeça.
— Vai embora agora, antes que eu faça algo que vou me arrepender! — o olhar dele era ameaçador, o que fez Gabriel não questionar mais e ir embora.
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Tecle 2 para matar | Concluído
TerrorQuem seria doido de aceitar ir em uma viagem para uma ilha deserta com tudo pago depois de receber uma ligação suspeita? Parece loucura, mas dez jovens aceitam e embarcam nessa jornada pensando que seria a viagem dos sonhos. Mas não era. Um assass...