Quem seria doido de aceitar ir em uma viagem para uma ilha deserta com tudo pago depois de receber uma ligação suspeita?
Parece loucura, mas dez jovens aceitam e embarcam nessa jornada pensando que seria a viagem dos sonhos.
Mas não era.
Um assass...
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No momento em que Anne se soltou puxando seu braço que ainda estava preso, ela estava com sede de vingança.
Sede de liberdade.
E por isso quando conseguiu se soltar, a primeira coisa que fez foi pular nas costas de Ramon, com os braços em volta de seu pescoço. Sabia que ele estava distraído, e esse foi o momento perfeito para agir. Lembrava de algumas aulas de judô que seu pai tinha a obrigado a fazer quando tinha 13 anos. Mesmo que odiasse, aprendeu o básico. Por isso sabia que tinha algum tempo de vantagem.
Gustavo observava tudo, boquiaberto. Ainda não tinha acreditado que tinha perdido seu amigo. Na verdade, parecia que ele já se acostumou com a dor da perda. Não sentia mais nada, apenas um vazio, algo inexistente em seu peito. Talvez seja porque ele tenha se conformado que daquele lugar ninguém sairia vivo. Foi por isso que já sabia o que ia acontecer com Anne. Sabia que ela iria morrer igual Fernando há minutos atrás. Ninguém avançaria em um assassino e ficaria viva depois.
— VOCÊ MATOU ELE! — Anne berrava enquanto segurava com mais força o pescoço de Ramon.
Ele rodava em volta de seu próprio corpo, tentando tirá-la de cima dele, mas Anne estava firme no que estava fazendo.
— Sai de cima de mim! — usando a faca que ainda estava em suas mãos, ele apunhalou a perna direita dela.
Anne gritou, por um momento sentiu a queimação invadir sua carne com toda força. Era questão de tempo até que ele conseguisse a derrubar no chão. Ramon tinha muito mais força, e ainda por cima tinha uma faca.
Patrick observava tudo com um sorriso no rosto. Batia palmas como se tudo fosse uma brincadeira. Estava achando divertido, pois acreditava que logo Ramon iria matá-la. Ele olhava para Gustavo, querendo que ele reagisse, que gritasse. Mas, Gustavo ficava quieto, imóvel na cadeira como se fosse um boneco.
— Seu desgraçado! — Anne gritou quando Ramon conseguiu derrubá-la no chão.
Sua perna estava sangrando demais, mas ela nem parecia se importar. Usava as pernas para se prender ainda mais em Ramon. Ainda estava apertando seu pescoço, fazendo ele perder o ar a cada segundo. Respirar já estava ficando difícil para Ramon, que batia os pés no chão, tentando se soltar. Não sabia de onde Anne tinha tirado tanta força, mas não iria deixar uma garota imobilizá-lo daquele jeito.
Era humilhante.
Por isso, mesmo lutando para conseguir que ar chegasse aos seus pulmões, ele agarrou a faca. A aproximou tão perto da barriga da Anne, que só precisava de mais um centímetro para que conseguisse atingi-la.
— Cuidado, Anne! — Melissa avisou, desesperada.
Havia acordado há poucos minutos, sem entender nada por conta da dor de cabeça. Seu corpo todo estava dolorido, mas ela tentava não se importar com isso. Também queria o mesmo que Anne estava tentando fazer naquele momento:
