Para Sempre Nós Três

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•VIOLLET•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Tenho certeza que um dos maiores medos de qualquer adolescente que tinha começado sua jornada em uma vida sexual, era engravidar tão jovem. Claro que até mesmo eu tinha esse receio.

Minha tranquilidade era saber que não era ativa nesse quesito, mas tudo mudou depois que conheci meus professores. Eu sabia que tinha riscos de engravidar quando escolhi ter relações sem preservativos, mas jurava de pé junto que o anticoncepcional seria o suficiente para fazer com que eu seguisse outro caminho. Aparentemente eu joguei pedra na cruz já que Deus resolveu levar minha vida para outro rumo.

Assim que recebi a notícia que deveria ser o melhor momento da minha vida, quase desmaiei no chão daquele hospital. Como eu resolveria essa situação?

A manhã tinha sido conturbada em minha cabeça, sentia como se fosse morrer naquele momento. Vários pensamentos passavam em minha cabeça e nenhum deles eram bons o suficiente para me fazer relaxar. Eu estava grávida justamente no começo da minha vida acadêmica na faculdade, pior, estava grávida do meu professor que era casado e que inclusive a esposa também participava de nossa relação. O que as pessoas falariam sobre isso? Como minha criança iria crescer com uma família dessas? E se por algum acaso eles não assumirem a parcela de culpa que têm nisso?

Estava aos prantos, sem saber o que fazer e isso significava que minhas decisões eram as mais precipitadas possíveis, inclusive a que tinha tomado nesse exato momento.

Passei horas refletindo sobre tudo isso e a única reação que consegui ter foi colocar um amontoado de roupas dentro de uma mala com a ajuda da minha mãe e segui caminho em direção ao apartamento dos meus professores. Resumindo, não estava nada bem da cabeça.

Olhei para a porta a minha frente e comecei a refletir melhor. Não era mais fácil eu voltar para casa, explicar tudo ao meu pai e pedir perdão por minha vida toda?

Bom, agora era tarde demais. A porta foi aberta e a expressão da mulher logo se tornou de surpresa, Jane pareceu iluminada quando me viu, mas a reação mudou rapidamente.

— Viollet! — A morena me agarrou e a única coisa que eu pude fazer foi chorar ainda mais — Por que está chorando, pequena?

— Jane... me desculpa — Me derramei em lágrimas enquanto pensava no quanto esse era o seu sonho. Gerar uma vida dentro de si.

— Pode me explicar melhor? — Ela se afastou e tocou meu rosto — Vêm, vamos entrar.

A mulher alta e bonita pegou minha mala sem nem fazer perguntas e me levou até a sala, onde seu marido teve a mesma reação ao me vê. Ele se levantou e veio até mim rapidamente.

— Viollet? — O moreno pegou meu rosto e começou a me checar procurando algo incomum — O que fizeram com você? Está tudo bem? Têm alguma coisa doendo? Me fala!

— Esperem, não é nada disso — Me afastei deles e recuperei o ar — Tenho uma coisa importante para contar para vocês.

— Se alguém te fez alguma coisa... — Michael falou com um tom de raiva mas eu não deixei ele terminar a frase.

— Ninguém me fez nada, na verdade a coisa é bem pior — Agora sim seus olhares ficaram paralisados — É melhor vocês se sentarem.

Não fazia a menor ideia de como anunciar isso, minhas mãos tremiam de ansiedade e a verdade era que eu só queria sair daqui e flutuar pela cidade bisbilhotando os problemas de todos. Mas derrepente minha cabeça viajou para outro lugar.

Uma lembrança da qual a muito tempo eu não vagava raiou dentro de mim e em instantes a única coisa que consegui pensar foi em como tudo começou.

Podia me lembrar perfeitamente do momento em que cheguei na escola atrasada e um desconhecido me atendeu de um jeito bruto e sem muita empatia, também conseguia me lembrar da maneira que a mulher mais linda do mundo chegou logo depois. Os esbarrões que dávamos pelo corredor, a forma que o destino parecia sempre nos unir, nosso primeiro beijo... Tudo era como uma brisa de flashbacks e sem perceber meu coração bateu de maneira mais calma.