Para Sempre Nós Três

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•MICHAEL•
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O sol já brilhava fora das janelas, meus olhos tentavam não se despertar pela claridade, mas a dor do meu corpo me dizia que meu sono não duraria por um longo tempo. Acho que não conseguiria guardar tanto o meu cansaço.

Abri os olhos com cuidado e senti alguns freixos de luz em meu rosto. O incomodo só não foi maior do que a sensação ao meu lado.

A mulher que estava deitada no meu braço tinha cabelos pretos, mas não tinha o cheirinho de abacate que eu gostava, ela usava um perfume gostoso mas não era o de Jane, e o seu corpo era magro com alguma curvas, mas não se encaixava perfeitamente no meu. Não era a minha mulher.

Observei Isabella deitada e evitei olhar Castiel e Jane juntos, sabia que não ia segurar o ciúmes, não por ele ter passado a noite enfiando o pau nela, mas só porque ele havia dormido com ela, isso já era íntimo demais.

Não tínhamos controlado a bebida ontem e como sempre acabamos fazendo loucuras. Ótimo Michael, você estava todo marcado para ir trabalhar.

Tirei minha amiga dos meus braços e senti cada musculo do meu corpo pedir por socorro, nem queria olhar para minha pele tão cedo. Andei até o outro lado da cama e cutuquei Castiel para ir mais para o lado. O moreno reclamou mas estava com sono demais para pensar, ele foi até a esposa e a abraçou.

— Jane — Deitei ao lado da minha mulher e a trouxe para perto — A gente têm que ir trabalhar.

— Hum... Não quero — Ela colocou seu rosto no meu peitoral.

— Eu também não, mas daqui a pouco o alarme toca — Beijei a testa dela e instantaneamente aquela dor passou.

Eu não sabia que tipo de magia Jane tinha feito para mim, mas eu simplesmente não conseguia dormir bem sem ela, não importa o que acontecesse, eu precisava dela para um sono tranquilo, era como se minha esposa fosse um tipo de ursinho de apoio.

Olhei Castiel fazendo carinho na Isabella e dei um sorriso ao perceber o que ele queria, aposto que meu amigo ainda tinha minha porra na barriga dele. Podemos dizer que as coisas se animaram para a gente também.

Mas naquele momento ele só queria os peitos da esposa e eu prefiro nem comentar sobre o fetiche dele estranho de fazer a mulher carregar leite exclusivo para ele. Castiel podia até ser ótimo de foda, mas quando estava fora das quatro paredes ele conseguia ser um verdadeiro bebezão e aí de quem tentasse tocar no leite da Isabella, já confirmei isso com o quase soco que recebi dele a alguns anos atrás quando tentei brincar com meu amigo.

Soltei uma risada abafada e me aconcheguei com minha esposa, meus olhos foram pesando aos poucos.

•VIOLLET•
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As aulas tinham sido bem menos estressante que o comum, a escola estava fazendo um planejamento de passeio educativo para os alunos e eu me encarreguei de ajudar com a localização do evento. Trabalhos sustentáveis geralmente são um tédio mas isso me garantiu uma ótima escapada das aulas.

Praticamente não falei com Nick e Alicce o dia todo, não só por está ocupada, mas também por evitar aqueles dois a qualquer custo. Meus amigos estavam começando a fazer perguntas que nem eu tinha resposta mas sabia que todo esse problema levaria aos dois professores que tem me tirado bastante questionamentos.

Por falar neles, eu não tinha os visto durante o meu curto trabalho, o que me garantiu um péssimo mal humor por algum motivo. Sei que eles são dois insuportáveis, mas eu estranhamente gostava da companhia.

Guardei todo o meu material que havia ficado na sala de biologia e fui em direção aos corredores pronta para sair desse fim de mundo. Quando estava prestes a dar mais alguns passos uma voz feminina surgiu atrás de mim. Foquei minha atenção na loira.

— Inspetora? Aconteceu alguma coisa? — Perguntei a Paula que parecia cansada de me procurar.

— Viollet a diretora quer falar com você na sala dela — Meu coração levemente acelerou as batidas.

— Eu fiz alguma coisa de errado?

— Não sei, mas ela pediu para você ir rápido.

Paula se afastou de mim e minha cabeça se encheu de pensamentos pessimista. Jamais tinha recebido uma reclamação da diretora, será que hoje seria minha primeira vez?

Respirei fundo e tentei ao máximo pensar em alguma atitude ruim que tinha feito, andei quase rezando até a sala da diretoria. Os corredores estavam totalmente vazios, os alunos já tinham sido dispensados para suas casas.

Olhei para a porta a minha frente e não pensei muito quando dei duas batidinhas na madeira e recebi a autorização para entrar. Fui em direção a diretora e por surpresa ela não estava só. O moreno sorriu para mim.

— Viollet, estávamos te esperando — Raquel falou como se fosse um raio de sol.

— Boa tarde diretora, Paula me disse que a senhora estava me procurando.

— Sim querida, pode se sentar.

Fui até a cadeira ainda confusa e sentei de frente para eles. Tentei ao máximo não parecer nervosa.

— Bom, o assunto que temos pode ser um pouquinho difícil para se falar mas precisamos resolver isso — Ok, agora eu estava com medo — O professor Michael veio até mim e nós dois tivemos uma longa conversa sobre você.

— Sobre mim? — Olhei o moreno que parecia se divertir com a confusão.

— Sim. Viollet as suas notas decaíram bastante nesse primeiro bimestre comparado ao ano passado e você sabe que  é uma líder importante para o grêmio, por isso, pensando no seu bem, Michael veio aqui para oferecer aulas particulares para você.

Surpresa correu minhas veias e não pude deixar de expressar isso, o homem que a alguns dias atrás me detestava queria me dá aulas particulares? Era isso que ele planejava quando pedi uma segunda chance para a prova?

— Então eu não tô encrencada? — Foi a primeira coisa que consegui dizer.

— Não — Um sorriso escapou dos meus lábios.

— Eu preciso falar com o meu pai mas tenho certeza que consigo convencer ele, como vai funcionar essas aulas?

— Bom, podemos fazer um acordo — foi a vez de Michael de falar — Mas eu pensei que poderíamos fazer, pelo menos, três aulas durante a semana, depois da escola vamos ir para minha casa e então...

— Por que na sua casa e não na escola?

A pergunta pareceu desconcertar o moreno. Será que falei algo de errado?

— Ah... — Ele desviou os olhos dos meus e tive a impressão que suas bochechas ficaram vermelhas — Se não se sentir avontade podemos estudar aqui na escola, eu só pensei que poderia atrapalhar os alunos do outro turno e que talvez em casa fosse mais confortável.

— Entendi, por mim essas aulas são perfeitas — Eu estava mesmo precisando de um incentivo.

— Ótimo, agora só preciso da confirmação do seu pai e assim não vamos precisar te tirar do grêmio por notas ruins.

A diretora levantou e apertou minha mão e assim que Michael foi fazer o mesmo meu coração acelerou de uma forma que não deveria, sua pele estava tão quente contra a minha.

— Vai ser um prazer trabalhar com você, Viollet.