Volta

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Últimos dias de aula sempre eram cheios de acontecimentos, novos representantes de classes, novas notas - as de Marti estavam perfeitas -, novos capitães. E por isso ela estava ali no ginásio junto de Kathy, as líderes de torcida e todos os times que o treinador conseguiria fazer com que os garotos de Stars Hollow jogassem.

- ...É com muito orgulho que eu entrego o cargo de co-capitãs para Katherine Roshister e Susana Martina Nuñes - concluiu a treinadora.

Marti sorria como quem sabia que merecia estar ali, apesar de ter que aturar Kathy por mais um ano.

- Como se ela conseguisse se comprometer com algo - gritou Tremaine da arquibancada.

Seus amigos babacas começaram a rir, mas Mark os deu um pequeno aviso para que parasse. Seus olhos se cruzaram e Marti passou a olhar o teto, que precisava de muita limpeza.

Era meio merda, mas desde que Marti rejeitou Mark os amigos dela começaram a pegar no pé dela, principalmente os que ela já pegou, parecia perseguição. Como se a situação de sua casa já não estivesse ruim o suficiente. Desde que ela foi expulsa do Doosie's seu pai tinha estado um pouco mais nervoso do que o normal. Ela conseguia se lembrar daquele domingo de tarde até hoje.

Marti havia voltado da casa de Rory e estava com os espíritos levantados e com mais possibilidade de desenvolver diabetes do que nunca. Abriu a porta e pareceu ensaiado o seu pai na porta com uma cerveja, sua mãe ao seu lado com Tina abraçando a sua perna. Sua irmã correu para abraçá-la. Marti a pegou no colo e cheirou a sua cabeleira perfumada de creme.

- Tina vai pro seu quarto.

- Mas...

- Ahora, hija.

A garotinha foi andando tristonha que não teria ninguém para com quem contar seus causos.

Quando todos acharam que Tina não escutaria nada do que acontecesse na sala Marti fechou a porta e sua postura confiante caiu ao chão e ela se sentiu uma criança, se perguntava se o banho na casa Gilmore foi o suficiente para tirar o cheiro da festa.

- Sabe - ele tomou um gole da bebida, porém já não havia nada. Apenas chacoalhou no ar e Augustina entendeu o recado - Foi uma vergonha descobrir pelo Taylor, quando estava fazendo compras para a minha família que a minha filha, a filha que criei para ser uma dama foi até o mercado dele atacar um de seus ajudantes. Sabe o quão vergonhoso foi?

Marti não disse nada, não sabia se algo sairia de sua voz, pelo menos algo coerente. Então balançou a cabeça em negação.

- Olha pra mim quando falo com você -  Marti nem percebeu que olhava para o chão, levantou a cabeça e foi uma das coisas mais dolorosas que fez. Juan se aproximou daquele jeito amedrontador, com a sua altura em vantagem e o vidro na mão, pegou seu rosto, apertando as duas bochechas que ainda tinham traços infantis - Vai pro seu quarto, não quero ver você aqui.

Marti começou com passos lentos, mas logo começou a correr com toda a sua força para cima, a última coisa que ouviu foi os gritos de sua mãe. Estava tão nervosa que nem foi até Tina ver como ela estava.

Mark tocou em seu braço, dando um susto nela. Se recuperou e voltou com a sua pose de mulher maravilha. Os braços lindamente cruzados sobre a sua roupa.

- O que foi?

- Eu - ele coçou a nuca daquele jeito fofo. Estava usando óculos, o dando uma aparência ainda mais adorável - Me desculpa pelos meus amigos, eles sabem ser inconvenientes.

- Coloca inconveniente. Se é só isso, com licença.

Ela não queria passar mais do que o tempo necessário ali, era sufocante. Tantas coisas que ela queria dizer para ele e sabia que não deveria.

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