Um dia de domingo

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Luke olhou para as duas garotas paradas a sua frente com dúvidas.

Marti nunca havia estado no apartamento, ou tivesse, na verdade, naquele momento ela não tinha nenhuma certeza do que deveria fazer naquele momento. O apartamento dele era pequeno com uma cama, um colchão no chão, um sofá no canto e o resto era só cozinha. E tudo que saiu de sua cama foi:

- Belo pijama, Luke. Estava na promoção?

Ele cruzou os braços.

- Eu não posso deixar vocês aqui.

- Eu deixei um bilhete, e é só até segunda de manhã.

- Eu ainda...

- Por favor, só dessa vez, eles acham que eu fui dar uma volta e raptei a Tina.

- O que é raptar, Marti?

- Não tem onde vocês dormirem.

- O chão, porão, mansão assombrada, qualquer canto, Luke - ela nunca esteve tão desesperada.

Luke olhou para Jess, procurando aprovação para o novo inquilino, mas sua cabeça estava presa em um livro qualquer.

- Okay, mas ninguém pode saber.

- Sem problema.

Tina ficou sentada no sofá observando tudo enquanto Marti e Luke ajeitavam os colchões no chão. E depois pediu para ser levada ao banheiro.

- O papai está brigando com a mamãe de novo?

O coração de Marti se partiu.

- Não, eles só... querem um tempo juntos, sozinhos, um tempo romântico, ok?

- Ok.

Todos pareciam estar dormindo quando Marti fuçou pelas coisas de Jess em busca de um cigarro e passou um tempo para si.

A manhã seguinte foi estranha, com panquecas em seus pratos e um lugar bagunçado. Tina ainda estava muito quieta, mas durante o dia foi se animando. E como não animar? Jess e Luke entravam a cada meia hora com uma música diferente tocando e coreografia para seguir.

A humilhação bate diferente para cada um.

Meio que o dia foi passando até a noite, quando todos estavam mais acostumados um com os outros.

- Mostra pra eles, Titi - pediu Tina quando Jess e Luke atravessaram a porta.

Marti balançou a cabeça em negação, mas Jess era um merda.

- Por que não? Não é, tio Luke?

- Só Luke e eu vou dar o fora.

A parte boa de Luke era que ele se sentia desconfortável em qualquer situação. Mas não Jess, esse adorava deixar os outros desconfortáveis.

- Tina, não.

- Por favor, Titi, é muito divertido, Jess!

Marti respirou profundamente, pois amava a sua irmã porém poderia acabar com ela naquele momento.

- Eu estou cansada de ser sua escrava, Maria Valentina.

Mas a menina só sorriu e puxou Jess para o sofá. E ele parecia tão feliz em vê-la humilhada, canalha.

- Há um tempo atrás uma família normal morava na rua dos alfeneiros...

- Sério, Harry Potter? - Jess a atrapalhou - Já pensou em ir no médico ver esse vício?

- E já pensou em ver se a quantidade de gel do seu cabelo não está atrapalhando o ar chegar no seu cérebro? Sinceramente, cariño, eu veria, você fala muita asneira. Voltando - Marti fez uma pose e uma voz bem colocada - Na rua dos Alfeneiros existia uma família normal...

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