New Hollow

Torça por mim pt.2

O grande dia chegou e Marti não estava muito animada. Lane desistiu de torcer porque não achou que era muito a sua praia, Mark não falava com ela e tudo parecia um buraco negro, pelo menos seus pais pareciam felizes após um tempo, orgulhosos de que a filhinha problemática deles ia fazer história.

E Stars Hollow estava louca pela oportunidade de finalmente ganhar um prêmio de nem se sabe quantos anos, um cara do jornal estava as acompanhando, muita loucura.

Por ser em Boston não tinha muitas pessoas que conseguiram ir que não fossem do time, então eram as garotas e a treinadora que esperava ordem e decoro das jovens entre seus catorze e dezoito anos.

Elas foram rapidamente na sala onde seria a competição e Marti ficou realmente encantada com o local e as cadeiras posicionadas, nunca se imaginou em um local como aquele e se passassem iriam para as nacionais e aquelas competições davam muito dinheiro, seria uma chance única na vida delas.

De noite algumas meninas foram para uma festa escondida que teria na área de lazer, Marti até pensou em ir mas tinha uma coisa mais importante para fazer.

~ Aqui é o Mark deixe o seu recado após o beep.

- Mark é a Marti - ela estava em um telefone público, o clima já estava mais quente e menos congelante, mas ainda assim não era confortável - Acabei de chegar em Boston, loucura né? Como estão as coisas aí? A sua avó melhorou? Eu... É... me liga quando ouvir essa mensagem, ou não porque não tenho celular, mas tenta, ou liga para alguém do time. Te amo.

Sabe como é amar até sentir seu coração rasgar? Era o que Marti sentia por Mark, aquele tempo sem definição estava a matando por dentro e ela não sabia como lidar com toda aquela situação. Tinha tanta coisa que só não queria contar, mas que deveria. Não sabia o quanto Mark iria compreender de sua situação, nunca contou par ninguém além de Luke, e, agora, parecia ser o grande motivo do seu namoro.

Oh, Deus, o que faria?

Acordou cedo no outro dia e se juntou com Kathy para aquecer as garotas e repassar a coreografia. As outras equipes faziam o mesmo, apesar da maioria das pessoas estarem mais de ressaca do que deveriam, porém Marti não teria dó, se nem Kathy foi para a noitada as outras não tinham o que reclamar, um compromisso era um compromisso.

Entraram no palco com a maior animação, seria algo único na vida daquelas meninas, conseguir ir para as nacionais, quem de Stars Hollow imaginaria isso?

A parte boa era que ninguém imaginou isso, pois mal conseguiram se classificar. Escolas maiores com times melhores tomaram a frente daquelas formigas que se esforçaram tanto para estar ali, e por nada, nada.

- Sorria para a câmera! - disse. Kirky com a proteção da tela tapando a lente.

Ninguém sorriu e não houve foto, a volta de ônibus foi silenciosa. O pior foi ver que seus amigos e membros da comunidade esperavam o ônibus nas cores vermelhas e branco com vuvuzelas e pompons. Tudo aquilo por nada.

Kathy foi a primeira a se pronunciar, mesmo com a cara de quem preferia morrer a passar aquela vergonha, Marti nem conseguiu fazer nada.

Sua família e amigas surgiu para consolar ela e Marti deixou, aceitou o carinho, mesmo que ninguém entendesse aquela era a vida dela, aquela era a a sua passagem para a ficção e tudo pareceu morrer.

Era de madrugada quando Mark surgiu.

Estava em seu quarto, escrevendo em seu diário de ideias, não conseguia dormir, tudo parecia um grande nada e ela não sabia o que fazer, até a cara de Mark aparecer em sua janela e ela quase gritar.

Abriu a janela, até porque não sabia como agir com um garoto míope em seu telhado que poderia cair a qualquer momento.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou seca.

- Eu quero conversar - ele parecia sério.

- Então fala.

Mark passou as mãos pelo cabelo e depois pelos óculos, sua mente maquinando as palavras.

- Eu quero entender você.

- Me entender? Não fui eu que parei de conversar com a minha namorada por nada.

Mark bufou.

- Por nada? Eu faço o que você quiser, eu te conto as coisas e quando eu acho que alcancei algo você se afasta e foge com a sua irmã por nenhum motivo.

Marti ficou calada, não queria entrar naquele assunto, não queria ser um assunto. Já não bastava o dia merda?

- Então termina - as palavras saíram da sua boca sem que ela quisesse - Se for pra ficar nesse chove não molha é melhor terminar.

- Eu não quero terminar, caralho! - O grito se tornou um sussurro - De todas as garotas eu quero você, eu quero poder olhar para trás e dizer que a mãe dos meus filhos é a minha namorada do ensino médio, é você quem eu quero passar o resto da minha vida, mas pra isso eu preciso que você queira.

E ela queria isso? Ela amava Mark, sem dúvidas, o amava a ponto de doer, mas queria-o para o resto de sua vida? Porém quando ela teria alguém que a tratava como Mark a tratava de novo? Quando alguém invadiria sua janela para declarar seu amor eterno?

- Eu te amo, mas tem coisas que... - lágrimas surgiram no canto de seus olhos - São difíceis pra mim, a minha família é uma bagunça, Mark e eu não quero te meter nela, eu não quero se um fardo pra você.

Os braços dele envolveram a sua cintura e a cabeça dela ficou em seu peito. Mark fazia carinhos nela e deixava ela chorar o quanto quisesse, mesmo que sua camisa estragasse no processo. Marti se agarrou a ele e quando ele beijou sua testa e olhou em seus olhos o mundo acabou para ela.

- Não precisa ser agora, pode ser devagar, eu não me importo.