Me chame quando estiver solitário

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- Mais picles! Precisamos de mais picles! - Jimmy gritava para os funcionários enquanto eles corriam para terminar os cinco cachorro quentes.

Marti quase caiu em cima do molho de tomate, e sua vida era bem merda para acabar afogada com cheiro de fruta e cebola.

O dia acabou quando ela estava suada e fedendo a praia.

A parte ruim de trabalhar em um lugar divertido era que você não se divertia, você via diversão.

Matthew a entregou uma cerveja enquanto Jimmy fechava o caminhão e entregava o pagamento de todo mundo.

- O que você acha de um estúdio? - pergunta ele.

- Pra que?

- Arte, criar poesias, um lugar para artistas.

Ela acha una ideia muito idealista, muito sonhadora e não quer dizer o que acha. Sonhar assim não faz bem.

- Se você tiver como se manter - tira um cigarro da bolsa.

Jimmy se aproxima e entrega com exitação o pagamento dos dois.

- O... ele... - Jimmy começa a gaguejar.

- O Jess vai pra casa, só não sei se vai jantar.

Ele assente e sai.

Matthew me olha com vontade de rir, normalmente o chefe é o chefe, não o pai inseguro de seu amigo esquisito.

- Achei que eles tinham melhorado, começado a se chamar pelo primeiro nome.

- Neh, os dois parecem a mesma pessoa, só que um é Nárnia e o outro é a Terra Média.

E o diabo chega depois de um tempo, ele está com uma jaqueta e Marti ainda não entende como ele aguenta. Ela abre um sorriso e vai até ele.

Jess abre um sorriso irritante mas não parece se incomodar com ela se aproximando e pega a cerveja de sua mão.

- Hey! Mia!

- Não quando você só bebe isso. Há quanto tempo você não tem água percorrendo no seu corpo?

- Desde que você passou a ser o constante motivo dos meus vícios - ela pega a bebida em suas mãos de volta.

Matthew surge no meio deles e joga os braços ao redor de seus ombros. Por sua estatura ser baixa a postura dos dois fica apenas desconfortável.

- Jess, meu parça, um estúdio de arte?

Marti tira o braço dele do seu redor e Jess repete o seu movimento.

- De novo com isso?

O baixinho parece desapontado.

- É uma boa ideia! Juntar artistas para ter um lugar onde a criatividade flue e onde todo mundo se ajuda financeiramente, porque todos os artistas que eu conheço estão falidos.

- Quando você tiver um lugar eu vejo o que faço - Jess responde com aquele sarcasmo certeiro.

Cada um vai para a sua casa.

Marti janta com os Mariano, mas Jess se tranca no quarto como sempre.

Ela espera um pouco, quando acredita que todo mundo está dormindo e liga para sua antiga casa.

Sabe que não deveria, mas o faz mesmo assim. O tu-tu do telefone queima seu peito e quando finalmente alguém atende tudo que ela escuta é uma respiração e uma voz pequena, um pouco mais madura porém com a mesma doçura.

- Alô.

Marti quer falar, quer dizer que a ama, mas não consegue, sua língua se embola em sua boca e parece crescer, acabando com sua respiração. Lágrimas rolam de seu rosto e ela acaba com a ligação e se prepara para outra.

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