Dois deuses irritantes roubam nossa carruagem

17 1 10
                                    

"Eu sou a construção
Bem feita de um caos."

                             - Cabe Balzan
    




[Valentina]

Pousamos no terraço de um prédio qualquer, com pressa. Os animais relincharam loucos, e pela cara de Vanessa não pareciam estar nos elogiando. Ela se virou para mim, séria.

- Comida, agora.

- Ah, certo - Luccas estendeu a mochila dela e me estiquei para pegá-la, de dentro ela tirou um pote cheio de biscoitos brancos e laranjas. Enquanto os alimentava descansamos um pouco.

Scoot se aproximou detrás de mim.

- Para onde, capitã?

- É uma ótima pergunta... fiquei de receber os detalhes.

A careta que ele fez foi inapagável.

- Como é que é? Está falando sério?

Respirei bem fundo. Eles já estavam ali mesmo, não tinha motivo de continuar escondendo.

- Lembra quando você descobriu que estavam tentando me atrair? - Ele acenou. - Bom, conseguiram.

- Ai... eu deveria ter adivinhado. - Ele bagunçou os próprios cabelos. - Então agora está viajando às cegas porque ficou deles te enviarem a localização?

- Exatamente. - Falando em voz alta aquela situação parecia ainda pior se é que era possível.

Vanessa escutava tudo apesar de parecer não prestar atenção. Me surpreendendo, ela fala:

- Aquela profecia disse algo sobre viajar para o sudeste, não é?

Verdade!

Luccas tinha a mão no queixo, estava realmente tentando pensar em algo específico.

- O que tem para o sudeste...?

- O Oceano Atlântico? - Deu mais um biscoito para que os pégasos comessem, dava até para ver ela colocando as engrenagens de sua cabeça para trabalhar. Ela torceu o nariz em desgosto.

Amanda estalou os dedos.

- A África também. E o Brasil.

Por alguns segundos duvidei que ela estivesse certa, mas levando em conta que era tudo o que tínhamos e que tudo começou no Brasil... fazia sentido.

- Acha que estão mantendo o Vinni lá? No Brasil?

Ela se concertou nervosamente onde estava, um de seus pés tinha algum tipo de tique nervoso.

- Não acho impossível.

- Brasil, hein? - Scoot se jogou para dentro se acomodando em um dos bancos, bem relaxado. - Teremos uma longa viagem.

- Será que chegamos lá até o fim do mês?

- Se formos ficar parando o tempo todo como estamos fazendo agora, eu duvido.

- Vamos nos apressar então! - Luccas animou-se, era meio reconfortante ter uma "luz do Sol" como aquela para nos iluminar quando precisássemos, ainda bem que ele tinha vindo também - Vamos salvar o amigo da Val, nossos amigos, voltar vivos e inteiros e sermos conhecidos como os loucos e corajosos semideuses que quebraram as regras.

- Ênfase no "loucos" - Emberly mudou de posição - Nossos irmãos e o Quíron vão nos matar, sabem disso não sabem? - E claro que alguém tinha que estragar o clima, era bom saber que Scoot não era o único estraga prazeres do grupo.

- Prefiro não pensar nisso, temos um longo caminho até lá.

- Isso é, se os deuses ou os monstros não nos matarem antes - Continuou, claramente em provocação - Eles também devem estar putos com a sua cara, principalmente Zeus. Sabe, o rei dos deuses, aquele que tentou te matar e você o chamou de... Como era mesmo? "Cérebro minúsculo"? - Ela riu do próprio cinismo, enquanto eu sentia que poderia derruba-la de onde estava por aquela

Meio Sangue- Missão de resgateOnde histórias criam vida. Descubra agora