Ganho minha sentença por um deus de cérebro minúsculo

3 0 0
                                    

''Os olhos sempre dizem a verdade.''

-Nicholas Sparks





[Valentina]

- Saudações, Valentina. - disse Quíron, alto e claro. Ele estava tão surpreso e perturbado quanto qualquer outro ali, mas mesmo assim, como foi com Amanda se ajoelhou diante de mim, todos ali o imitaram, menos Liza que não conseguiu passando a se limitar a apenas abaixar respeitosamente a cabeça. Até mesmo o chalé cinco completo demonstrava respeito. Um silêncio ensurdecedor nasceu naquele campo, apenas as palavras do centauro podiam ser ouvidas. - Filha de Hades. Senhor das riquezas, das sombras, rei dos mortos e criaturas sombrias. Deus do Submundo.

O símbolo então desapareceu, e todos se levantaram.

- No fim, as minhas suspeitas estavam certas então. - Nico diz, dando um passo à frente

- Mais uma filha de Hades... - Freddy murmurava - Isso não quer dizer que ele quebrou o juramento? Quer dizer, sei que esse juramento não existe mais, mas isso não faz nem três anos direito, e ela tem bem mais que três anos.

- Isso é um assunto para depois. - Quíron tocou o ombro de Nico e Hazel - Mostrem o chalé treze a ela, sim?

- Certo.

- Nada disso - Will se pronunciou - Esses dois vão para a enfermaria antes de qualquer coisa, assim como todo mundo aqui. Vamos! - Nico tentou dizer algo, mas o loiro o olhou feio - Ordens médicas!

Nico calou a boca.

Seguindo o filho de Apollo todo o acampamento foi em direção para a casa grande. Os que estavam menos feridos foram mandados de volta para os seus chalés, entre eles Nico e Hazel, que com um pouco de ambrosia, Néctar e curativos ficaram bem.

O caminho foi silencioso, e talvez não tão confortável quanto meus outros momentos com o garoto, mas não fiz questão de mostrar isso.

Por fora o chalé treze era até que bonito, as paredes eram feitas de obsidiana sólida, algumas poucas janelas longas. me lembravam as do palácio que eu vi em meu sonho. A porta assim como todo o resto era negra, divididas em duas partes, e um crânio a enfeitando. Acima, feito com latão tinha o número treze e o desenho de um cão com três cabeças. Ao lado da porta tinha duas colunas, em cima delas fogo verde queimava cessantemente, eles estavam lá dês do dia que cheguei e nunca apagaram, deveria ser alguma magia ou algo assim. O telhado, assim como as paredes eram encrustados de pedras preciosas, dando um brilho maravilhoso ao lugar.

Assim que pus os pés lá dentro perdi completamente o fôlego.

A primeira coisa que me deparei foi com algum tipo de sala de estar. Com um movimento de mão o lugar se iluminou e pude ver melhor. Era bem grande e espaçoso, muito espaço para qualquer coisa, os demais chalés tinham exatamente o mesmo tamanho mas onde eu estava antes, no onze, de tantas camas e pessoas amontoadas era fácil esquecer o espaço avantajado. O chalé treze só tinha o Nico e a Hazel, logo, a organização era bem maior e consequentemente o espaço mais evidente. Metade de uma das paredes era literalmente uma enorme estante cheia de livros, suas capas coloridas davam um contraste bonito com ela, os livros estavam em inglês e italiano, um ou outro em o que eu imaginei ser grego. . Me dei a liberdade de andar livremente pelo lugar, os dois apenas ficaram na porta. Em poucos passos senti algo macio por debaixo dos meus tênis, era um tapete felpudo completamente negro, se não fosse o tecido jamais teria o notado ali, dava até vontade de deitar ali mesmo e senti-lo com meu próprio corpo. Nesta mesma parede mais adiante tinha um armário, também negro com detalhes em prateado, apontei e deixaram que eu abrisse, dentro tinha vários jogos de cartas e tabuleiros organizados de uma forma bem desorganizada, uma arrumação que enchia os olhos e fazia sentido apesar de não ser bem feita. Na parede oposta tinha algo que me lembravam duas cadeiras super confortáveis, só que menores e redondas, como um tipo grande de camas de cachorros, uma vermelha e a outra rosa. Entre elas uma pequena base de madeira com dois porta copos de cada lado. Pareciam tão macios e confortáveis, tive que me segurar para não me jogar neles, tinha a sensação que se o fizesse dormiria rapidamente. Nesta mesma parede ao redor deles, bem lá no alto tinha vários quadros decorativos, o qual me chamou mais a atenção foi um do batman iluminado por uma luz branca que contornava o símbolo do morcego, os outros eram temáticos de livros ou apocalipse, e misturados a eles vários e vários posters de bandas, antigas e novas, do rock ao clássico ou mais romântico. Uma decoração e tanto. Na parede do fundo, bem no canto tinha uma cesta de basquete pendurada no alto, também iluminada por uma luz mas desta vez laranja, perto dela a bola descansava no chão. Do outro lado um pequeno canto reservado para treino, dois sacos de areia, um grande da altura do Nico, um pequeno e redondo mais acima, um manequim surrado, uma esteira, alguns pesos organizados no canto e algo que parecia um cabideiro maluco cheio de braços. Eu não prestava atenção no porte físico do Nico e da Hazel mas aquelas coisas me fizeram lembrar o motivo dele ser instrutor e ela líder de exército. Bem no centro dessa parede, entre duas janelas elegantes e grandes tinha uma lareira apagada, feita de pedra desuniformes, o que achei que combinava bastante, fazia parecer algo subterrâneo, nela tinha pendurado alguns crânios com pedras preciosas no lugar dos olhos, macabro e bonito, não poderia ser nada melhor. Uma árvore deformada contornava a lareira fazendo com que seus galhos se enrolassem como eum uma dança organizada na parte de cima por onde sai a fumaça, eles eram repletos de folhas saudáveis e algum tipo de fruta vermelha, esta que também descansava na bandeja ali em cima, no caso as que já tinham caído. Tinham um cheiro bom que se sobressaia a todos os outros. Em cada canto das quatro paredes tinha uma base de prata que sustentava uma tocha com fogo verde crepitando e embaixo uma outra que sustentava alguns incensos, pendurada por finas correntes. Café passado na hora, canela, terra e alguma flor que eu não soube identificar.

Meio Sangue- Missão de resgateOnde histórias criam vida. Descubra agora