Uma profecia nasce

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"A ação correta é a não-ação. Nada fazer, ainda assim nada fica por fazer."

                                                                                                       -Lao Tzu\Filósofo chinês



[Hazel]

Já faziam muitos dias dês que Emma partiu, e nada foi fácil dês de então. Logo pela manhã recebemos a visita indesejada de Zeus, o rei dos deuses, não podemos dizer que foi algo legal ou respeitoso. Foi tudo menos isso.

- Onde está a garota?! - Ele pergunta, furioso. Sua voz era alta e estrondosa, combinando com os trovões que tremiam a terra a cada palavra. Assim como seu olhar reluzia as dezenas de raios que cortavam os céus. Era cedo de manhã, mas aquela tempestade fazia parecer tarde da noite. 

Ele estava bem ali, com o raio-mestre na mão, intimidando Quíron e a todos nós. O resto dos campistas ou tinham fugido ou estavam se escondendo, ninguém era louco de assistir de perto.

Uma árvore passou voando, a ventania tão forte que era capaz de arrancar várias delas direto do chão, eu e o Nico tivemos que travar nossas espadas na terra para não nos juntarmos a elas.

Quíron não sabia responder a pergunta.

- Onde ela está?! - Insistia o deus, como um cão raivoso.

- Ela não está aqui! - disse Nico, firmando ainda mais a espada no solo. Outro trovão sacudiu o céu.

- Eu sei disso!  - gritou. - Eu quero saber o por quê, e onde está agora! - Ele voltou para Quíron, que ainda mantinha-se curvado. - Pensei que minhas ordens tivessem sido bastante claras, Quíron. A garota deveria ficar aqui dentro, sobe vigilância, até minha segunda ordem.

- Até você decidir matá-la, você quer dizer. - Nico resmungou. Queria que ele ficasse quieto, tentei sinalizar para ele, mas ao invés disso, o garoto subiu o olhar, levantando a cabeça e encarando diretamente os olhos do deus. - Ela não é burra, mesmo nunca tendo visto sua face ela já adivinhava o que você pretendia. O atentado no chalé um não dá espaço para muitas outras interpretações.

- Isso está no passado, garoto. Não importa mais. Já resolvi as coisas.

Zeus parecia se segurar para não transformar meu irmão em pó, este que se levantou para encará-lo melhor, olho no olho, cara feia contra cara feia.

- ''Não importa mais''? ''Já resolvi tudo''? Está de brincadeira com a minha cara? Ela só tem doze anos! Doze! E você simplesmente decidiu matar ela? Sabe o que pode ter causado na cabeça dela? Acha que um pedido de desculpas meia boca concerta tudo?

- Nico! - Will também se levantou. Ao contrário dos irmãos, que estavam afastados, ele tinha arriscado uma aproximação bem direta, ficando ao lado do meu irmão. Com pressa, ele tenta puxar Nico de volta, que só cede alguns poucos passos. - Se acalma, ok?

A tempestade ficou pior, se é que era possível. 

- O que está tentando fazer, pirralho? Está tentando passar por cima de minhas palavras? - Um raio poderoso acertou uma das placas de madeiras no campo de morangos, não muito longe assim. - Se eu disse que já está tudo resolvido, está tudo resolvido. Ponto final.

- Ah, certo. - Will tentava puxar Nico de volta, mas o garoto simplesmente não recuava por nada. Parecia querer socar a cara de Zeus. É claro que eu não julgava. - É a palavra do rei-todo-poderoso-Zeus, temos que aceitar de boca fechada e um sorriso no rosto. Patético! Não ficou nada bem e você sabe! Você sequer tenta fazer ficar, e agora acha que pode exigir alguma coisa dela? Deixou sua cabeça nas nuvens idiotas lá em cima? Vai se ferrar!

Meio Sangue- Missão de resgateOnde histórias criam vida. Descubra agora