Eleanor
Acordo com Amy me chacoalhando e dizendo que já está na hora do café. Ela sempre acorda cedo e muito animada.
Amy é completamente diferente de mim, tanto em aspectos físicos quanto em personalidade. Onde ela tem cabelos loiros e lisos, eu tenho cabelos castanhos escuro e ondulados, onde ela tem olhos verdes como as árvores em um dia de natal, eu tenho olhos castanhos como um bom café em uma noite fria, onde ela tem a pele clara como a de uma bonequinha, eu tenho a pele em um tom de marrom claro, onde ela adora se expressar e falar com todos, eu gosto de ficar quieta e guardar a coisas para mim.
Eu e minha garotinha de 5 anos somos diferentes, mas ao mesmo tempo muito parecidas. Amy e eu compartilhamos a mesma mãe, uma mulher alta de cabelos e olhos castanhos claros e uma pele leitosa, já nossos pais são diferentes. O meu um homem que eu nunca vi e o dela um que eu infelizmente tenho que ver todos os dias.
— Sissi, você pode fazer um chocolate quente para mim? Eu sei que hoje não é dia, mas eu gostaria muito de tomar só um pouquinho. — Ela me pede com uma carinha de cachorrinho que caiu da mudança, uma carinha que eu nunca posso negar nada.
Amy sabe que temos dias para tomar chocolate quente, com meu dinheiro da cafeteria eu consigo nos manter, já que nessa casa só eu trabalho nós temos que economizar para nos manter. Minha mãe faz uns bicos aqui e ali, meu padrasto também, e junto com o dinheiro que recebemos do governo eles têm uma boa quantia para gastar com bebidas e coisas do seus interesses, mas nunca com a casa.
— Claro querida, você pode tomar hoje e amanhã também. Vou tentar comprar um pote de chocolate maior, para que você possa tomar todos os dias. — Preparo o chocolate para ela e logo após isso vou me arrumar para levá-la a escola e ir para faculdade.
— Sissi, você pode fazer um trança bem bonita no meu cabelo? A mamãe disse que fazeria em mim, mas ela não tá em casa e se eu esperar vamos chegar tarde na escola. — Amy é uma garota muita esperta para sua idade, mas ainda tem palavras que ela fala errado e eu sinto vontade de não corrigir porque isso é a coisa mais fofa do mundo.
— Bolinho, se diz "faria" e não "fazeria". E sim, eu faço uma trança bem bonita em você, mas só depois que a senhorita escovar os dentes de por o uniforme do colégio. — Digo dando um beijo em seus cabelos bagunçados e saindo da cozinha.
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— O que você acha? ficou bonita a trança? — Pergunto a ela terminando de por o resto das presilhas de borboletas.
— Sim! Estou me sentindo uma princesa, Sissi. Muito obrigada! Eu te amo!. — Ela diz me enchendo de beijos no rosto. Mas ao dizer as seguintes palavras seu semblante se torna triste — Eu gostaria que a mamãe estiviesse aqui, para fazer tranças em mim também.
Ao ouvir isso eu sinto um aperto no coração, sei que desde que ela nasceu eu faço papel de mãe, pai, irmã e amiga, mas Amy sabe que temos uma mãe.
Uma que só existe, ela é pequena para entender isso, e as vezes eu gostaria de que mamãe simplesmente sumisse, acho que assim seria mais fácil para todos nós.— Querida, a mamãe está um pouco ocupada, você sabe como é. Quando for a noite podemos fazer algo diferente, tá legal? Agora pega a sua mochila se não nós vamos nos atrasar. — Ao dizer isso eu sigo para sala esperando por ela.
Amy e eu saímos de casa e eu faço o possível para manter tudo trancado, já que onde moramos não é o bairro mais seguro da cidade.
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Ao chegar na faculdade encontro Morana, minha melhor amiga, no refeitório já a minha espera. Mor é uma linda coreana, e a pessoa mais engraçada e gentil que eu conheço.
Ela me adotou como amiga assim que nos conhecemos em nosso primeiro dia de aula no ensino médio e de lá até aqui, no segundo ano de administração, seguimos firme e fortes juntas.— Ellie, que demora. Achei que você não iria vir hoje. — Mor diz ao me abraçar.
— O ônibus atrasou quando eu fui levar Amy para escolinha. — Digo ai me lembrar de que já estou atrasada e ainda tenho que ir até a secretaria da faculdade para pegar alguns papéis referente as provas que fiz. — Merda, merda, merda.
— Amiga, o que foi? — Mor pergunta, estranhando meu agitamento.
— Eu tenho que passar na secretaria e provavelmente vou perder a minha primeira aula. Você pode ir, se não vai se atrasar também. — Digo a ela após lhe dar um breve aceno.
— Você tem certeza que não quer que eu vá junto? Não tem problema eu perder essa aula.
— Mor, está tudo bem, eu não vou morrer se for sozinha até a secretaria — Digo em um tom de humor.
— Tá legal, você está certa. Te vejo na segunda aula. — Mor diz ao me abraçar, ela sempre ama contatos físicos. Acho isso fofo e as vezes até gosto.
Assim que me despeço de Morana saio correndo pela faculdade. Os corredores estão praticamente vazios, já que o sinal para o início das aulas touco faz uns bons 15 minutos.
Eu me apresso para chegar o quanto antes na secretaria, mas na me ajuda que ela fique na segunda torre da faculdade e eu esteja na primeira.Ao me aproximar do campo, vejo que os tão aclamados jogadores estão começando o treino, acho que eles devem estar se aquecendo. E se eu cortar caminho pelo campo não terei que dar uma volta gigantesca até a secretaria.
E é com essa ideia que eu passo pelo campo, quando eu chego na metade ouço barulhos de pessoas gritando, acho que não deve ser comigo já que estou bem distante de onde eles estão treinando, então eu continuo andando rápido.
Mas então, eu sinto algo batendo bem forte na minha cabeça, me deixando desequilibrada e com a visão muito turva. Quando olho para os meus pés eu vejo uma bola de futebol americano e ao vejo um rapaz vindo em minha direção.Obrigada por ler até aqui 🫶
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Amor nas Entrelinhas
RomanceEleanor Harper é uma jovem que desde cedo teve responsabilidades que uma criança não deveria ter, desde cedo foi uma adulta. Agora com 20 anos, em meio à um lar conturbado, com um padrasto abusivo e uma mãe omissa ela só quer terminar sua faculdade...