Capítulo Doze

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Eleanor

Hoje não tenho aulas na faculdade, então tiro o dia para arrumar meu quarto e a casa.

Mamãe saiu com Amy e John, os três estão em algum tipo de programa familiar, ideia de John.

Amy ficou super feliz em sair com os pais, então tudo bem.

Como John não bebeu essa semana, está sóbrio o suficiente para fazer seu papel de "pai" e mamãe desde o dia que nós conversamos vem tentando ser melhor, tanto para mim quanto para Amy.

Ela a leva e busca no colégio, cuida dela em casa quando não estou, a leva para passear e fazer coisas de mãe e filha.

Elora sempre me chama, mas eu nunca vou, hoje foi a mesma coisa. Nossa relação tem um buraco que nunca vai ser preenchido, buraco que agora ela quer preencher com atividades em família e conversas de mãe e filha.

  Estou terminando de limpar meu quarto quando pego a camisa que Kingsley me deu.

Ontem foi um dia mágico.

O jogo foi mais do que emocionante, vê-lo correndo no campo foi lindo, ver como ele jogava em equipe e o quanto seus colegas te time o veneram como capitão foi insano.

No nosso primeiro encontro pós jogo eu só queria ir para um lugar reservado e beija-lo até meus lábios caírem, mas o que fizemos foi melhor do que isso.

Fomos comer em família.

Eu já havia conversado com seus pais durante o jogo, mas o nervosismo me dominou e eu só conseguia respondê-los de maneira mecânica, no jantar foi o completo oposto, nós conversamos como se fôssemos amigos a anos.

Sua mãe, Sarah, é uma mulher brilhante, ela é divertida e me contou várias histórias de King criança, também disse podemos sair um dia para fazer compras.

Seu pai, Willian, é mais reservado, porém não deixa de ser um homem incrível. Durante o jogo ele gritava por King como se sua vida dependesse disso e no jantar olhava para a esposa e para o filho como se eles fossem seu tudo.

Graham Brakker, mas todos o chama de Garry, melhor amigo de King, é um menino negro e quando o vi já senti uma imensa conexão com ele. É tão difícil encontrar pessoas negras nos círculos sociais da Imperial College que quando você encontra a conexão que rola é instantânea, além dessa conexão que tivemos devido às mesmas lutas que temos que enfrentar todos os dias por nossa cor, Garry é super engraçado e uma boa pessoa. Ele brincou várias horas com Amy e a ouviu tagarelar sobre vários assuntos.

As pessoas que o cerca são incríveis, King tem sorte por isso.

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Depois de deixar a casa limpa peguei um ônibus para ir até a cafeteria.

O lugar onde trabalho é uma cafeteria moderna, com paredes claras e bancos escuros, a decoração é em um estilo clássico e a maioria dos clientes são empresários e filhos de empresários.

Termino de colocar meu uniforme escuro e checo meu celular, o visor aponta uma mensagem de Elora.

Elora: Boa tarde, filha. Depois do passeio terei que levar Amy para ficar com você aí no seu serviço, tudo bem?  John quer sair hoje.

Eu: Ok. Quando estiver vindo me avise.

A dona da cafeteria, Susan, é uma mulher de meia idade que sempre foi muito gentil comigo, sempre que preciso trazer Amy para cá ela não se importa, ou quando tem algum imprevisto e tenho que chegar atrasada ela releva. Então trazer Amy não é um problema.

Amor nas Entrelinhas Onde histórias criam vida. Descubra agora