Capítulo Onze

5.3K 681 396
                                    

Kingsley

Hoje é o dia do jogo e estou ansioso por três coisas.

A primeira é que: Um jogo sempre me deixa com a ansiedade lá em cima. Não importa o quanto o time esteja preparado e o quão melhores nós somos, sempre tem aquela pequena possibilidade de tudo dar errado.

A segunda é: Ellie vai me ver jogar hoje. Pelo que nós conversamos ela não é uma mulher dos esportes e não sabe nada sobre futebol americano, mas disse que vai torcer por mim e disse que vai com a minha camisa (essa parte me deixou maluco)

E a terceira é que: Meus pais vão estar, então provavelmente Ellie os conheça hoje. Não quis dizer nada para ela porque sei que se eu falasse ela não viria e se viesse ficaria ansiosa demais, então surpreendê-la é a melhor opção.

Agora estou em casa relaxando na piscina, depois que deixei Eleanor em casa voltei para escola e tive várias horas de treino com os caras do time.

Sim eu fingi que estava indo embora só para levá-la para casa. O ônibus iria demorar para chegar e se eu dissesse que a levaria para casa e voltaria para a faculdade ela não iria aceitar. As vezes minha Ellie é uma mulher difícil.

Quando saio da piscina vejo meu pai descendo as escadas. Willian Grayson é um homem tão alto quanto eu, seus olhos são castanhos e os cabelos escuros. Papai é o melhor advogado do mundo e um dia tenho fé que serei como ele.

— Filho! — Ele me cumprimenta — Não ouvi você chegando. Eu estava revisando uns papéis e acabei me entretendo.

— Faz pouco tempo que cheguei, eu não queria te incomodar com barulhos, então decidi vir para a piscina. A mamãe já chegou?

— Você nunca é um incômodo, filho. — Diz e mesmo eu estando molhado ele me abraça. — Sua mãe chega daqui uns minutos, ela disse que pegou só um plantão para dar tempo de ir ao seu jogo.

Mamãe é uma cardiologista, então sempre tem que estar no hospital, mas mesmo assim ela sempre teve um espaço para mim na sua agenda. Teve vezes, quando eu era menor, sentia sua falta no meio da noite eu pedia para meu pai ligar para ela só para ouvir sua voz, mas ela sempre que não tinha uma cirurgia saia do plantão por algumas horas só para me colocar na cama.

— Estavam falando de mim? — Sarah aparece do nada na cozinha.

Eu e meu pai nos assustamos, e ele derruba o ovo dentro da pia.

— Meu Deus, amor. Que susto! — Ele fala colocando a mão no coração. — Desse jeito o próximo na sua mesa de cirurgia sou eu.

— Para de drama, Willian. — Ela prende os cabelos loiros em um coque. — Como vai meu jogador favorito?

Sarah Grayson é a mulher mais elegante que eu conheço. Mamãe é alta e magra, se quisesse ser uma modelo com certeza seria a melhor modelo do mundo. Seus olhos verdes, como os meus, sempre têm uma pitada de mistério.

Quando era criança queria ter o olhar dela, queria ser como ela. Mamãe é minha maior inspiração, junto com papai, é claro.

Ela anda em minha direção e deposita um beijo na minha bochecha.

— Mais do que bem. Aliás, tenho que dizer algo a vocês.

Amor nas Entrelinhas Onde histórias criam vida. Descubra agora