Capítulo Quatorze

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Eleanor

Serah está terminando de fazer ondas em meu cabelo com o babyliss.

Ela me ajudou com a maquiagem, passei um pouco de corretivo, blush é um batom rosa claro.

Meu cabelo está solto e cai em cascatas pelas minhas costas.

— Você está tão linda. — Diz ao finalizar a última mecha.

— Sério?

Estou um pouco, muito, insegura.

— Você está absolutamente deslumbrante, querida. Tenho certeza de que quando King te ver ele vai ficar fascinado. — Ela passa um pouco de máscara de cílios para finalizar sua maquiagem. — Isso que vocês têm, esse amor, me lembra muito de quando eu me apaixonei por Will.

Ela me encara.

— Nós nos conhecemos no colégio, ele era tímido, o típico nerd e eu era líder de torcida. Nós tivemos que fazer um trabalho juntos e quando eu comecei a ter contato com ele me apaixonei. Me apaixonei por tudo nele. Desde sua mania maluca de ser obcecado por casos criminais até sua mania fofa de sempre deixar uma flor para mim quando chega em casa.

— Isso... Isso é lindo. Eu, eu acho que nunca vou viver isso.

— Querida. — Ela se aproxima de mim. — Você já está vivendo, só tem que abaixar um pouco a sua guarda. A maneira com que você e King se olham e conversam é como se eu tivesse vendo meu passado com Will. Tem amor entre vocês dois, meu filho te ama e você também o ama. Você só tem que se permitir sentir esse amor e vivê-lo.

— Amor?

Eu nunca vi isso no sentido romântico, não tão próximo de mim.

Meu pai e minha mãe não tiveram nada, ele a engravidou e depois sumiu, minha mãe e John vivem em um relacionamento abusivo onde o amor é a última coisa que existe. Todos os relacionamentos com quem eu tive contato direto foram um fracasso, todos eles trouxeram dor para quem estava a sua volta.

Então como King pode me amar quando nem mesmo meus pais me amaram?

E eu, eu o amo?

Sempre que estou próxima dele sinto meu coração acelerar, ele trouxe uma alegria que eu só sentia quando estava com Amy ou com Mor.

Eu durmo e acordo pensando nele, pensando em como ele é gentil, carinhoso e atencioso.

Como ele sempre cuida de Amy e pergunta por ela.

Como ele me trata bem e se interessa por mim.

Será que eu o amo?

Eu acho que sim.

É um sentimento diferente, é diferente a maneira do meu amor por ele do meu amor por Amy.

Com Amy sinto que tenho que protegê-la e fazê-la feliz a todo custo, é um amor tranquilo, calmo e seguro, um amor que eu sei que sempre vai estar lá independente de qualquer coisa.

Com Mor é a mesma coisa. Um amor de irmãs.

Agora, com King não é assim.

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