capítulo Vinte quatro

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O amor não deveria doer tanto assim,pelo menos era o que Kara pensava.
Mas agora,depois de tudo o que aconteceu, ela sabia que doía,sangrava e dilacerava até demais.

Quando despertou nesta manhã, enrolada nos braços acolhedores de Sam e tendo Ruby fechando o aconchego, ela apenas se deixou apertar ainda mais a outra Kriptoniana,que despertou no menor de seus movimentos e a abraçou mais apertado, fazendo algumas carícias leves em seu couro cabeludo, enquanto a loira se deixava chorar,sentindo sua ressaca física e moral lhe atingir em peso.

Quando o primeiro soluço escapou da loirinha, Sam levantou com ela em seus braços, cuidadosamente ,para não acordar a menina adormecida em seu lado e as levou para o andar de baixo, sentando no sofazinho triplo de sua sala, enquanto Kara, sentava sobre seu colo,uma perna de cada lado, com os braços ao redor de seu pescoço, o rosto escondido entre o vão de sua clavícula e colocava para fora toda dor alojada em seu peito, a castanha alisava calmamente suas costas com uma das mãos e a outra migrava até a nuca e pescoço,dizendo palavras doces e acolhedoras para confortar a jovem Kriptoniana que amava.

Eram raras as vezes,podia até mesmo contar nos dedos, em que a loirinha se deixava abater deste jeito.
Havia tanta dor e ressentimento, que Sam tinha vontade de voltar na Luthor e a encher de tapas,mas daí lembrava que se machucasse Lena, independente do motivo, a loirinha também ficaria chateada.

Quando voltou para casa noite passada, encontrou suas duas pessoas favoritas no mundo,ainda enroladas uma na outra, não pode deixar de sorrir para a sensação de pertencimento que aquela cena lhe despertou.

Logo se aconchegou ao seu amor, a abraçando apertado, Kara por instinto se aconchegou mais ainda a ela, virando aos poucos o corpo e se aninhando sobre si mesma e horas mais tarde, teve seu sono reparador interrompido pela loirinha manhosa em seu colo.

Tudo o que podia fazer no momento,era esperar a garota se acalmar, iniciar os preparativos para o café da manhã e rezar para que tudo ficasse bem no final.

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Mas sabe o que é engraçado? você disse que pediu uma chance pra ela e ela não deu nenhuma brecha, mas ela te deu todas, sou eu que estou na fila de espera Lena, não você, sou eu que só terá alguma chance com ela se algo der muito errado entre vocês, sou eu que tenho que ver a mulher que eu amo chorando por outra.

Essas palavras ecoavam sem fim em sua mente.

Fora extremamente difícil pegar no sono após a saída de Samantha de sua cobertura.

Sua melhor amiga, a única pessoa no mundo além de Kara, que era capaz de lhe conhecer completamente e compreender, também amava a mesma mulher que ela.

Quão irônico tudo isso podia ser?

Lógico que o universo iria gozar com sua cara.

Qual a probabilidade de tudo isso acontecer em outra vida?

Será que se ainda estivessem na outra realidade,essas coisas estariam acontecendo?

Não tinha como saber,isso era a única certeza que podia ter.

No outro universo, seu eu quase matou Kara incontáveis vezes, a expôs a Kriptonita, a traiu para ajudar o próprio irmão e desceu tão baixo no mar de ódio e rancor que habtava seu ser, que até mesmo, matara um ser humano inocente para concluir uma pesquisa  em prol de transformar seres humanos em deuses.

Um mundo que não existe mais, um mundo que Kara quase morreu para salvar, perdendo vários amigos no processo.

Será que um dia a loirinha seria capaz de lhe perdoar pelas coisas horríveis que disse?

Lena não sabia,havia algo no olhar de Kara que lhe tirava toda e qualquer certeza, ela podia enxergar dor, tristeza, confusão ou qualquer outro sentimento que passasse por aqueles lindos olhos, mas ontem a noite? Eles estavam vazios e inexpessivos, ela, pela primeira vez desde que se conheceram, não conseguiu ler aqueles olhos.

Foi com esse pensamento,que ela se levantou, arrumou e rumou para o DEO,hoje era sexta, Supergirl teria que aparecer a qualquer momento e ela poderia falar com sua pessoa favorita no mundo todo.

Mas qual foi sua surpresa, ao saber pela Diretora Danvers,que sua adorada irmã, não iria comparecer a organização,por pelo menos uma semana?

Algo não estava certo e ela descobriria o que aconteceu, ou não se chamava Lena Luthor.

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Quinze minutos, foi o que precisou, para a loirinha se recompor, agora era apenas alguns queixumes fungados.
Mais alguns segundos e era como se nunca houvesse tudo uma ruptura, Kara estava quietinha em seu colo, agora fazendo pequenos carinhos em sua nuca, enquanto Sam apenas aguardava em silêncio,ela se restabelecer.

- Eu sou uma pessoa ruim? - por fim veio a quebra de silêncio,mas Sam sentiu um arrepio ruim perpassa todo seu corpo, pelo tom quebrado da garota.

- Não querida! - disse suavemente,sem parar com as carícias. - Você não é! Você é uma das pessoas mais incríveis e inteligentes que conheço neste planeta e quem disser o contrário estará mentindo. Entendido? - a loirinha apenas balança a cabeça num leve concordar.

- Estou com fome! - veio o reclamar, não só oral, como seu estômago decidiu se manifestar junto, a castanha riu audívelmente.

- Posso ouvir! - Ainda rindo, a loirinha se afastou de seu breve esconderijo, sorrindo envergonhada, para logo um beicinho adorável surgir em seus lábios.  Sam ergueu a mão direita, levando até o rosto da menina e fazendo um leve carinhar. - Não se preocupe, tudo vai ficar bem, eu estarei sempre ao seu lado, independente do que vier, ok?

- ok. - murmurou. Enquanto recebia um beijinho na bochecha. - Eu tenho que ir encontrar o Glee Club hoje, iremos competir em Nova York pelos próximos dias junto aos novos integrantes. - olhando esperançosa para a mulher a sua frente. - Você e Ruby,podem 8r comigo?

- É claro que sim Sweet! - sorriu amorosa. - Nós estaremos com você,onde estiver, sempre! El Mayara, certo?

- El Mayara! - concordou com um leve sorriso.

Kara não sabia o que o destino lhe reservou neste novo plano,mas se tiver Samantha Árias e su pequena Ruby por perto sempre, assim como sua família e amigos, ela pode enfrentar o que for.

Ela não está sozinha afinal.

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