Só podia ser uma brincadeira do destino., assim pensava Maria Alice ao se ver frente a frente com Jorge Aragão, o homem que a abandonou no dia do seu casamento., deixando-a só e despedaçada entregue a própria sorte, para se casar com outra mulher...
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ALICE
Acordei com o quarto na semi escuridão. Depois que Jorge saiu, minha cabeça começou a doer intensamente e não consegui mais pegar no sono. Me levantei novamente e olhei pela janela e o anexo esta com as luzes acesas. Como que ele apareceu assim de repente se estava viajando? Voltei para a cama e olhei meu celular. Tinha ligações e mensagens de Kiara. Ela dizia que tentou falar comigo e não conseguiu. Que Enzo havia chegado dizendo que tinha ido buscar Jorge no aeroporto e comentado com ele que ela tinha me emprestado o dinheiro. E que Jorge tinha ficado fulo da vida, querendo saber para que era, mas ele disse não saber. Eu disse para ela não se preocupar que estava tudo bem., que amanhã a gente se falava. Olhei mais uma vez e ele ainda estava lá. Por que ele havia ficado tão nervoso? e o que tanto fazia nesse lugar? Tensa, tomei um remédio e fui para debaixo do edredom, atenta a hora que ele entrasse novamente no quarto. Acabei dormindo com a cabeça latejando.
Minha cabeça estava mais leve, bem melhor de quando havia adormecido. Mas não me animava a ideia de me levantar nesse frio e enfrentar Jorge. Me virei na cama e fiquei chocada quando o vi deitado de bruços no meu lado. Sua cabeça estava apoiada no travesseiro perto do meu. Sua respiração estava calma, compassada. Os ombros largos e morenos brilharam sob a luz do abaju.
Tensa e nervosa, fiquei quietinha com medo que ele acordasse. Os longos cílios negros pousavam tranquilamente fechados em sua face. Sua boca carnuda esta relaxada, livre de toda rispidez de horas atrás. Seus cabelos estavam despenteados, deixando-o ainda mais sexy.
Desci meus olhos pelos seus braços musculosos jogados contra o travesseiro, e me lembrei o quanto era bom eles envolta de mim. O cobertor estava embolado em sua cintura, deixando suas costas expostas.
Será que ele estava nu? era assim que ele gostava de dormir. Senti seu cheiro, ficando com o olfato aguçado, alerta. Passei a língua pelos lábios, querendo negar o que me levou a isso. Ele era lindo.
Ele era o meu marido. Como seria se tudo fosse diferente., se eu realmente fosse sua esposa, sua mulher? Isso parecia mentira, uma ilusão. Como também era quase inacreditável que estivéssemos ali, na mesma cama.
- Linda. - murmurou com sua voz rouca e sensual.
Me assustei. Seus olhos negros estavam nos meus. Ele estava acordado. Segurei forte o edredom contra o queixo. Eu deveria sair correndo, mas não conseguia me mover.
- Não, não se afaste. - ele disse quando tentei fazer isso. E em movimento ágil de seu corpo, ele virou de lado, com a cabeça apoiada na mão, olhando do meu rosto para os meus cabelos. - Bellissima. - sua voz muito grave.
- Não me chame assim. - balancei a cabeça.
- Como não, Alice? - afastou uma mecha do meu rosto - Você é a mulher mais bela que já vi em toda minha vida.
- Eu não vou cair na sua conversa. - meu cabelo voltou a cair sobre meu rosto - não é porque você diz essas coisas que eu vou, que você...
Sem me deixar terminar de falar, ele foi se aproximando, movendo-se para perto de mim. Estava tão perto, que os pelos do seu peito encostaram em meu braço.
