ALICE
Acordei com leves batidas na porta. Ainda sonolenta fui abrindo os olhos devagar tentando me situar. Minhas pálpebras ainda estavam pesadas.
- Nossa, até que enfim! já estava preocupada com você. - ouvi a voz suave de Nina e fui me sentando.
- Meu Deus., eu não sabia que estava tão cansada. Que horas são?
- Quase oito. - respondeu enquanto abria as cortinas.
- Jesus! eu dormir por quatro horas seguidas? - falei já desperta.
- Quatro? você apagou por dezesseis horas interruptas.
- Não acredito!
- Pois pode acreditar. Coitadinha., estava muito cansada, né? - se aproximou de mim.
- Sim, muito. Mas nunca dormir tanto assim. Peço desculpas pela indelicadeza.
- Até parece. Como disse, fiquei mesmo preocupada. Tive aqui várias vezes para ver como estava. Jorge ligou várias vezes para saber de você. - nesse momento minha barriga roncou - E deve também está com fome.
- Muita. - digo sem jeito - Hum, o que ele queria?
- Saber de você, pois você não atendeu o celular.
- Eu coloquei no silencioso. E Júlia?
- Também ligou para saber se está bem acomodada. Disse que irá chegar por volta das dez horas. - se encaminhou até a porta - o café já está na mesa.
- Está bem. Só vou tomar um banho e já desço.
Após ela sair, me levantei, escolhi uma muda de roupa, coloquei sobre a cama e fui para o banheiro. Olhei no espelho e meu cabelo estava uma bagunça. Depois do banho, escovei os dentes, fiz um rabo de cavalo. Passei somente um protetor solar no rosto e voltei ao quarto. Peguei meu celular e vi que tinhas várias ligações perdidas de Estela, Júlia e muitas outras de um número desconhecido, o que devia ser do Jorge., pois era um número local. O que esse idiota queria tanto comigo? mandei uma mensagem para minha irmã, que ligaria depois, me vesti e desci.
- Alice... venha, se sente e coma alguma coisa. Quer que eu prepare alguma coisa diferente para você? - perguntou solícita.
- De jeito nenhum. Está tudo perfeito. Queria te pedir desculpas por ter dormido tanto e atrapalhar sua rotina. - falei enquanto me servia de uma xícara de café.
- Agora é pecado dormir? - caímos na gargalhada.
Depois de me alimentar devidamente, Nina me mostrou toda a casa. Cada cômodo era mais bonito do que o outro. Tudo de muito bom gosto. Ainda no térreo, ela abriu uma porta ao lado da sala de jantar.
- Aqui está o seu ateliê improvisado. - disse sorrindo.
Era uma sala imensa., com muita claridade. Realmente parecia ter tudo o que eu precisava. Máquinas de costura, uma grande mesa no centro, onde estava a caixa com o vestido de Júlia. Também tinha uma estante com vários tipos de linha e cores diversas. Rendas, miçangas, fitas... enfim tudo que eu necessitava. Nesse momento meu telefone toca e vejo que é Júlia.
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Altar da ilusão
Roman d'amourSó podia ser uma brincadeira do destino., assim pensava Maria Alice ao se ver frente a frente com Jorge Aragão, o homem que a abandonou no dia do seu casamento., deixando-a só e despedaçada entregue a própria sorte, para se casar com outra mulher...