tiro

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– Dayane, você está fora de si. - digo e começo a chorar, será que ela seria capaz de fazer isso comigo?

Então vejo que ela também começa a chorar, ela vem até mim e me abraça.

– Me perdoa, pelo amor de deus, me perdoa. Eu... eu não queria te machucar, me desculpa.

Eu abraço fortemente ela, e nos duas choramos juntas.

Você desde o início sabia que não daríamos certo, Caroline.

– eu queria que sim.

– eu também, eu queria muito.

– e não quer mais?

quero, mas primeiro preciso amadurecer, aprender oque é amar, aprender a ser amada. Você sabe que oque eu disse, não é verdade, não é? Você não é um brinquedo, nunca foi.

– oque você me disse, me machucou.

– me desculpa, mas não posso mais continuar com você, não agora. Mas não quero ver você pegar ninguém também

– quanta hipocrisia.

E então me lembro de tudo que ela fez comigo, não acredito que estava quase perdoando ela.

– Sabe de uma coisa, Dayane? Quem deveria atirar em alguém aqui, sou eu.

Pego a arma em cima da mesa e dou um tiro no ombro dela, saio correndo com a arma e no carro ligo para a ambulância enquanto dirijo para longe, aviso que vi uma moça levando um tiro e falo para virem o mais rápido possível, escuto Dayane gritar, não de dor, mas sim de ódio.

Saio de lá mas fico por perto, só vou embora depois que vejo Dayane lutando para não entrar na ambulância, sei como minha garota é, e ela nunca aceita ajuda de primeira, nem que precise, e depois de uns 5 minutos ela entra. Vou para a casa chorando, chego e vou até minha mãe.

– Mãe..

– Oi meu amor, isso na sua camisa é sangue?

Percebo que pelo tiro respingou algumas gotas em mim, e começo a chorar

Filha, você está bem?

– Mãe.. eu atirei na Day.

Você matou a Dayane?

não, atirei no ombro, e chamei a ambulância logo depois.

– Primeiro: Por que você fez isso? Segundo: você corre risco de ser presa? E terceiro: por que ainda está aqui, e não no hospital com as coisas dela, a fazendo companhia? Igual ela fez com você TODAS as vezes.

Mãe, ela me ameaçou, e eu estava tentando me defender. Não sei mãe, eu não sei se eu corro o risco de ir para a cadeia. Você acha que eu devo ir, mesmo sendo eu que fiz ela estar ali?

– ela ama você, Caroline. Para de ser anta, vai ficar com ela, porque por mais que você esteja com raiva dela, você também ama. E o amor é completo de fazes, tem a faze paz, tem a faze "I love you, te quero, te amo, te espero", tem a faze " puta que pariu, não quero mais olhar na cara dessa pessoa", tem a faze problema, tem um monte de fazes, mas se algo acontecer com a pessoa que amamos, perdemos o chão, somos capazes de matar e morrer por ela. Somos capazes de salvar ela de tudo, por mais que também estejamos correndo riscos. Filha isso é o amor, não é um sentimento certo, alinhado, ele é confuso, e é quando se entende a confusão, quando perdoa os erros e os defeitos da outra pessoa, que vemos a verdadeira beleza na palavra "Amar".

Minha mãe é sabia com as palavras, e eu amo ela. Então eu vou seguir os conselhos dela, dou um beijo em sua bochecha e subo para o quarto arrumar as minhas coisas e as de Day, vou ser a acompanhante dela. Pego tudo que é necessário, roupas confortáveis que Day adora, roupas íntimas, produtos de higiene, entre outra coisas, e coisas minhas também. Pego o travesseiro de Day, sei o quanto ela odeia dormir em travesseiros diferentes do dela, pois ela pode ser toda marrenta, mas comigo, na privacidade, conforto e segurança da nossa casa, ela é uma neném. Não sei como vai ser depois de tudo que aconteceu, não sei se ela ainda vai se sentir confortável comigo, não sei se eu ainda vou me sentir confortável com ela, uma incerteza tão grande hábita dentro de mim, mas a única coisa que tenho certeza é que preciso ver a Day, preciso pedir desculpa pela minhas atitudes e minhas irresponsabilidade, porque por mais que ela tenha sido uma filha da puta, escrota comigo, ela nunca me feriu fisicamente, pelo ao contrário, ela sempre me defendeu e eu, na primeira oportunidade que eu tive atirei nela.

Coloco as coisas dentro de uma mala e coloco no carro, me despeço da minha mãe e agradeço por ela ter me acordado para a vida, então entro no carro e dirijo até o hospital, assim que chego a mulher não me deixa ser a acompanhante de Day, e fala que ela está em uma cirurgia, eu digo a ela que vou esperar até a Day acordar e chamar por mim, eu tenho certeza de que ela vai fazer isso.

Um Amor Imperfeito - Dayrol Onde histórias criam vida. Descubra agora