A algum tempo atrás achei uma forma de disfarçar as coisas que eu fazia, bom agora não sou eu exatamente quem faz, eu contro pessoas para fazerem no meu lugar, e se fizeram tudo ganham a metade doque me trouxeram se o assunto for roubo, se o assunto for drogas eles ganham 15% de tudo que venderam no dia.
E enquanto isso, estou trabalhando como cantora, afinal quem desconfiaria de mim como criminosa sendo que sou uma famosa que estava dentro de um estúdio de gravação quando esses crimes aconteceram? Ninguém vai suspeitar de mim, e agora com a Carol pegando as coisas que eu fazia, aprendi a deixar escondido.
Eu amo ela, amo a Caroline, mas não posso viver sem o perigo, sem a adrenalina circulando pelo meu sangue, sem ter medo de ser pega, eu faço porque eu preciso, para mim isso é tipo uma dopamina, preciso cometer crimes para ficar feliz, e eu tenho concorrentes, pessoas daqui sabem oque eu sou e oque eu faço, isso significa que não gostam de mim, oque pode significar que podem querer me matar, e isso me dá um frio na barriga só de imaginar, eu amo isso.
– Meu amor, preparei a banheira pra gente. - Mirela diz, se aproximando e tentando me dar um selinho, eu viro o rosto – Não entendo, nos namoramos mas você foge de qualquer forma de carinho, a não ser o sexo.
– Sexo não é carinho, pelo menos o nosso não. - digo enquanto mecho em uma planta do banco, meus capangas iram assaltar esse daqui 3 dias, tenho muita coisa para organizar ainda – Mirela, pare de encher o meu saco e faça o favor de me deixar em paz, tome banho sozinha, mas que porra.
Ela apenas concorda e sai. ela não entende que para mim ela não significa nada? Que não é ela que eu quero? Ela é só um brinquedo, e nem para isso ela serve, e já deixei bem claro isso a ela. Além de que ela atrapalha todos os meus planos.
Após terminar de analisar a planta, mando as informações para os capangas que realizaram o assalto amanhã, esticou meus braços e endireito minha coluna, ficar horas sentadas organizando aquela planta foi cansativo.
Subo atrás de Mirela, a vejo deitada na cama nua, ela sorri ao me ver entrar no quarto. Aquela cena é totalmente ridícula, ela não tem um pingo de amor próprio, né?
– Vem deitar aqui comigo, meu amor.
– Primeiro: Pare de me chamar de meu amor. Segundo: Você garota, é patética. Terceiro: eu estou cansada, vou tomar banho e dormir, e você? Vá para o quarto de hóspedes, não consigo olhar para sua cara sem ter vontade de te mandar ir embora.
Ela engole em seco, reviro os olhos. Garota frouxa. Ela pega as coisas dela e sai, eu tomo um banho relaxante de banheira, com água quente, quase em nível de queimar a minha pele, enquanto fico com meu corpo relaxado na banheira, pego meu celular e abro a galeria, indo até fotos antigas, quando estou com a Carol, e não deixo de pensar que não mudei nada, que eu não fui capaz de mudar, que se ela me visse assim, desistiria, que eu não mereço a companhia dela, que ela é boa de mais para mim, entre outras coisas.
Eu tenho que parar com essa vida, mas não sei como, e agora pelo oque os sites de fofoca estão dizendo, ela está com uma garota, então ela não deixaria essa garota para ficar comigo, não comigo assim.
Decido que esse assalto ao banco, vai ser o último que vou fazer na vida, e que quando acabar o estoque de drogas que eu tenho vou parar de vendê-las, eu já não venho matado mais as pessoas, então isso não vem para ser um problema.. agora só falta encontrar um jeito de eu conseguir largar das garotas que pego, não que isso seja um problema para resolver agora, vou resolver isso quando e se a Carol voltar comigo.
Fiz a mesma agência de música em que eu canto, chamar a Carol para cantar lá também, eles adoraram minha ideia, não podemos ligar que a Biazin tem uma voz linda, mais linda ainda quando ela estava gemendo no meu ouvido, mas agora ela está gemendo no daquela garota, e só de pensar nisso sinto vontade de pegar aquela ruiva, apertar o pescoço dela até ela morrer asfixiada.
Porra, Dayane. Você acabou de falar que para conseguir a Carol de volta precisa mudar essa forma de ser, e fica aí, pensando em matar a garota que você nem tem certeza se fica ou não com ela.
Ótimo, eu própria estou me repreendendo agora, e acho isso maravilhoso, se eu me reaprender o suficiente para deixar a vida do crime, vai ser maravilhoso.
– Meu amor? - A voz de Mirela ecoa no banheiro, assim que a mesma entra.
– Oque você quer? - Digo revirando os olhos, ela tinha que aparecer justo no momento em que eu só queria pensar na Carol?
– Pode me emprestar o seu celular? É para algo rapido? - Ela diz e me faz rir
Novamente tudo quer se repetir? Não, não mesmo.
– Oque quer fazer?
– Somos namoradas, eu queria saber porque me trata tão mal. Será que você é apaixonada por outra?
Eu nem sei da onde ela tirou essa ideia maluca de que estamos namorando, não é porque ela mora comigo que estamos namorando, não é?
Mas finalmente ela percebeu uma coisa, eu não sou apaixonada por ela, sou apaixonada pela Carol, será que se eu falar isso ela desiste de me perturbar?
– Bom, em uma coisa tem razão, eu estou apaixonada por outra, na verdade sempre fui, e chamá-la de "outra" é ofensivo, você é a única outra aqui.
Ela demora alguns minutos para falar, ficando em silêncio, abrindo e fechando a boca, parecendo que as palavras não saiam, que ótimo, além de burra, fraca, estúpida ainda está muda.
– Posso saber o nome dessa mulher? Assim não me refiro a ela como a "Outra"
– Caroline, é o nome dela.
– Perai, não vá dizer que ela é aquela ruiva ridícula que você falou para a mesma agência que você trabalha trazer ela aqui, né?
– Ah, você chamou ela doque? - digo me levantando da banheira, indo em direção a aquela mulher repugnante
– chamei de ridícula, ela é feia e parece ser uma putinha.
Levanto a minha mão, dando uma grande distância de seu rosto e então dou um forte tapa em sua cara, ela me olha assustada, por mais que minhas palavras não sejam amigáveis com ela, nunca cheguei a bater nela, ela coloca a mão no rosto, no lugar em que eu bati.
– Fale mais um "A" dela, se falar vai sofrer as consequências. E saiba de uma coisa, se Carol me der uma chance de me reatar com ela, eu vou e não estou nem aí para você.
– acho melhor eu ir embora.
– Já demorou muito, meu amor.
Ela sai e eu pego minha toalha, me seco e deito na minha cama, pelada e volto a ver fotos minhas e da Carol, que saudade que estou dessa mulher.
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Um Amor Imperfeito - Dayrol
FanfictionEm um mundo onde a perfeição é uma ilusão, duas almas imperfeitas encontram o amor de uma forma única. Day Limns, uma gangster destemida, e Carol Biazin, uma mulher que deseja uma vida livre das sombras do crime. Quando seus caminhos se cruzam, o am...