Acho que eu estou enlouquecendo por ver minha melhor amiga, no chão, assim.. na minha frente, mas não consigo ver o rosto dela, e a percebi nesse tempo que o corpo de Luísa é bem diferente do dessa mulher, mas esse cheiro de podre, de mofo, esses corpos espalhados, eu só vejo corpos masculinos, não vi nenhum de mulher, a não ser o na minha frente, que supostamente é o da minha melhor amiga, mas não sei dizer, afinal quem saberia dizer estando tão confusas em pensamentos, preocupações, medos.. entre outras coisas que sinto nesse momento, sei que o medo por mim é a menor delas, tenho medo de realmente ser Luísa, tenho medo de acontecer algo com minha mãe... eu não tenho somente ódio da Day, afinal eu a amo e também estou temendo por ela, já que não seu oque está acontecendo, já que sei do passado dela, não quero que ela veja o meu corpo aqui, em meio a tantos outros, como se eu fosse somente mais uma vítima, e se esses corpos forem não vítimas da Mirela, e sim vítimas de Day? Oque poderia acontecer? Como eu reagiria ao descobrir que o amor da minha vida é capaz de matar tantas pessoas inocentes a sangue frio? Se tem uma coisa que mais me assombra é a violência, e estar sendo exposta a esse tipo de coisa não está me fazendo bem, desde que entrei aqui estou tendo crises de pânico, vômitos contínuos, o cheiro de mofo e podre podem estar ajudando nos vômitos, mas só piora a cada vez que eu vômito, não sei que horas são, não sei quanto tempo estou sem comer algo, sei que estou fraca, e obviamente, cada vez que vômito meu corpo esvazia mais, estou com vontade de urinar e defecar a tempos, mas não posso, imagina o cheiro misturado de necessidades, vômito, mofo e carniça?
Escuto um barulho de porta sendo aberta, consigo ver passos de alguém descendo, meus olhos cruzam com o de Day, ela vem correndo até mim, não consigo olhar para o rosto dela por muito tempo, Day me abraça, eu não sei oque fazer, então a única coisa que faço é chorar, chorar como uma criança.
– Me desculpa, por favor. Me desculpa. - ela cochicha várias vezes em meu ouvido, nessa mesma ordem.
– Quem é a Mulher? Me diz que não é a Luísa, pelo amor de deus.
Day olha para o corpo em minha frente, seu olhar muda de preocupação para raiva, ela vai até o corpo e suspira aliviada, mas não vira para eu ver quem é.
– Não é a Luísa.
– Eu não acredito, deixe-me ver.
Day vira o rosto da mulher para mim, ela está de olhos abertos e definitivamente não é a Luísa, mas aqueles olhos parecem estar olhando para dentro da minha alma.
– pelo amor de deus, vira para lá, VIRA - falo desesperada, querendo sair de lá o mais rápido possível. Dayane vira e vem até mim
– Não posso te tirar daqui agora.
– Por quê?
– Confia em mim
– eu vou enlouquecer se ficar aqui, me tira daqui - Falo desesperada, por que ela não quer me tirar?
– Você quer sua mãe em segurança?
Eu apenas faço um sinal positivo com a cabeça.
– Mirela cercou ela, mas relaxa, nada de mau vai acontecer com ela, pois não vou permitir que aconteça. Vou cercar ela dos meus homens, o máximo de pessoas de minha confiança para mantê-la segura, vou tirar ela de São Paulo e vou mandá-la para Nova York, vou deixar ela segura, com um lar. Não vou demorar mais que três dias, enquanto isso haja como se não soubesse de nada para Mirela, haja como se estivesse desesperada para sair daqui, eu vou te soltar. Eu vou vir aqui todo dia, tome isso.
Day me dá um comprimido e uma garrafa de água, e eu engulo, sem me importar com oque é.
– Isso vai te ajudar a não sentir o cheiro desse lugar, ok? Daqui meia hora vai fazer efeito, não trouxe comida comigo, tente se manter calma e não gastar muito sua energia, amanhã te trago um monte de comida das suas favoritas, a única coisa que não posso fazer é te limpar, pois se Mirela perceber nos fudemos, haja como se não estivesse suportando o cheiro, vai fazer efeito até amanhã de manhã, eu volto aqui amanhã e te dou mais um. Eu te amo, e eu vou te tirar daqui.
Todo aquele sentimento de ódio por Day some, eu só consigo sentir gratidão e amor por essa mulher.
– Eu também te amo.
Ela me beija, sem se importar com o gosto de vômito em minha boca, eu correspondo, damos um beijo intenso, mas rápido, Day não tem muito tempo, e eu seu disso.
– Ache Luísa, certifique-se de que ela está bem e a mande embora com minha mãe. E se cuida, por favor.
– Pode deixar, minha princesa. Vou fazer tudo isso, sem nenhum problema, e não se preocupe com nada, já basta uma de nós preocupada.
Day beija minha testa e sai, fechando novamente a porta.
Agora me sinto aliviada, minha família vai ficar bem, Luísa não está morta, Day está bem e eu a amo, eu a amo profundamente, ela está fazendo de tudo para me ajudar, sei disso, consigo ver seu esforço, e somente queria que ela me libertar-se, mas entendo que ela não me libertou por mim mesma, pela segurança da minha família, eu a admiro por isso, só queria saber como ela sabia que eu estava aqui, será que Mirela foi burra o suficiente para contar a ela? Mas Mirela soube como me desesperar, e graças a deus, tenho Day para me acalmar, coisa que aquela vadia nunca vai ter, O amor de Day é meu, e o meu amor é dela. Por mais que seja um amor imperfeito, ainda é um amor, ainda temos sentimentos fortes uma pela outra, ainda seríamos capaz de matar e morrer uma pela outra, e isso é o mais lindo do amor.
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Um Amor Imperfeito - Dayrol
Fiksi PenggemarEm um mundo onde a perfeição é uma ilusão, duas almas imperfeitas encontram o amor de uma forma única. Day Limns, uma gangster destemida, e Carol Biazin, uma mulher que deseja uma vida livre das sombras do crime. Quando seus caminhos se cruzam, o am...