CAPÍTULO 20

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AÇUCENA CARVALHO.

Fazia séculos desde que eu tentei falar com alguém. As últimas pessoas pra quem eu contava as coisas foram minha mãe e o Dean. E quem sabe onde eles estavam nesse momento... eu respirei fundo e comecei a falar.

— É que, na verdade, eu fugi da minha vida passada. Eu precisei fugir. Estava sendo perseguida por um membro respeitável da sociedade, que era doido. Eu vim pra cá procurando uma vida melhor, mas parece que não dá pra escapar do que se costumava ser, não importa o quê.

Ivana: Eu entendo, Açucena. Eu entendo bem demais.

— Pra encurtar a história, agora eu não tenho carro, não tenho onde dormir porque alguém invadiu a minha casa, e estou sozinha numa cidade que eu não conheço.

Ivana: Uau, Açucena. Obrigada por confiar em mim o suficiente pra isso.

Naquele momento, a porta da lanchonete abriu e alguém entrou.

Damon: Sra.Carvalho! Eu não esperava ver você aqui!

Eu estava tão feliz de ver um rosto familiar num mar de desconhecidos que pulei da minha cadeira e corri para abraçar ele. Quando coloquei os braços ao redor de Damon, todos os pensamentos ruim sumiram.

— Como eu estou feliz de te ver!

Damon: O que você está fazendo aqui a essa hora da noite?

— Damon, são 10 da noite.

Damon: Nada de bom acontece depois das 10 nessa cidade.

— Essa foi boa, Damon! Você não quer me dizer que o bicho papão aparece depois das 10, não é?

A expressão seria no rosto dele me disse para calar a boca.

Damon: Com quem você está aqui, Sra.Carvalho?

Eu apontei para Ivana com a cabeça e ela sorriu educadamente para nós.

— Conheça minha nova amiga, Ivana.

Damon: Vou te levar pra casa, Sra.Carvalho.

— De jeito nenhum, nós acabamos de chegar aqui!

O rosto de Damon ficou sério e ele se aproximou de mim.

Damon: Sra.Carvalho, você não pode sair numa cidade da qual não sabe nada com outra garota bonita, sozinhas. É perigoso. Tem todo tipo de lunático na espreita...

— Ah, confie em mim, eu sei disso...

Damon: O que você está falando? Aconteceu alguma coisa ruim? Você sabe que eu posso te proteger, Sra.Carvalho, se esse for o caso...

Eu puxei Damon para mais perto e sussurrei para ele.

— Damon, preciso te contar uma coisa... eu fui para casa depois da escola e vi alguém na minha casa...

Damon: Alguém? Quem era?

— Não sei, Damon, só vi uma silhueta pulando pela janela. Agora não posso ir para casa e não sei o que fazer... por favor...

Damon: Não se preocupe. Eu te ajudo. Você podia ter ligado pra nós.

— Bem, espertinho, eu não tenho o número de vocês!

Naquele momento, ele fez algo inesperado. Damon correu para a nossa cabine e pegou meu celular na minha bolsa.

— O que você está fazendo?!

Com puro pânico no rosto, eu esperei pra ver o que ele faria. Damon digitou algo e devolveu o meu celular.

Damon: Pronto. Agora você tem todos os nossos números, pro caso de precisar. Isso soma um total de quatro números nos seus contatos.

Eu percebi o qual suspeita eu parecia naquele momento. Os olhos azuis de Damon pareciam penetrar uma profundeza escondida em mim.

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Até o próximo capítulo.

LAÇADA PELO COWBOY+18Onde histórias criam vida. Descubra agora