CAPÍTULO 06

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AÇUCENA CARVALHO

Damon: Outro o quê?

— Eu perguntei isso em voz alta?

Damon riu, e respondeu com um sussurro tímido.

Damon: Sim, Sra. Carvalho, você perguntou isso em voz alta.

A sala toda começou a virar, eu senti como se fosse desmaiar.

Damon: O que eu não entendo é o que você quer dizer com isso?

— Você também é o pai do Ben?

Damon riu e se apoiou na parede.

Damon: Sim, Sra. Carvalho. Eu também sou o pai do Ben.

— Mas, você... Dominic... quero dizer, o Sr. Torres... o outro Sr. Torres.

Eu caí de volta na minha cadeira.

— Foi um longo dia, e eu não sei o que pensar, como agir...

Damon: Talvez eu possa te ajudar com isso...

Algo em mim tremeu quando ele pegou a minha mão. Ele começou a passar seu dedão pela minha palma em círculos. Um calor tomou conta do meu corpo, e senti minhas partes femininas doerem.

Damon: Eu quero que você se junte a nós para jantar hoje. Se você não tiver outro compromisso.

— Jantar parece ótimo.

Eu senti meu rosto ficando tão vermelho que tive medo de ele notar.

— Mas é só isso - jantar e mais nada.

Damon riu e apertou forte minha mão como se quisesse me tranquilizar.

Damon: Só jantar. Ah, e eu tenho uma oferta de emprego para você.

— Um emprego? Pra mim? Não sei nada sobre pecuária ou cuidar de animais.

Era como se a minha boca não recebesse informações do meu cérebro.

Damon: Você é engraçada, Sra. Carvalho. Inteligente, engraçada e linda. Uma combinação vencedora.

— Obrigada, Sr. Torres.

Os elogios dele soavam diferentes dos do Carlos. Soavam honestos. Estava surpresa de descobrir que não me incomodavam.

Damon: Sra. Carvalho, de nada. E é Damon.

— De qualquer jeito, sobre a proposta de emprego...

Damon: Ah, certo, isso... por que você não vem à nossa casa às 20h hoje e conversamos sobre isso?

Damon colocou um pedaço de papel na minha mesa com o endereço deles.

— Tudo bem, é um encontro... Quero dizer, combinado.

Eu mordi minha língua com tanta força que quase comecei a sangrar. Damon riu e me prendeu com seus olhos perfurantes.

Damon: Até mais tarde, Sra. Carvalho.

— Até logo, Sr. Torres.

Ele sorriu para mim, pegou o Ben pela mão e se virou para ir embora.

Ben: Tchau, Sra. Carvalho.

Os dois foram embora, juntos com mais alguns alunos e seus pais. Dez minutos depois, minha sala de aula estava vazia, e eu me joguei na cadeira.

— ( Será que alguém consegue ser mais inatingível, Açucena?! É isso, afugente todos os homens da sua vida. Eu tenho que começar a trabalhar nas minhas habilidades sociais. Como é que o papai Magnus se encaixa nessa bagunça?! )

Estava esperando ver o três naquela noite, e descobrir tudo sobre essa relação familiar tudo menos normal deles.

Com um zilhão de pensamentos na minha mente, entrei no carro e fui para casa. Uma imagem particularmente intrusiva me incomodava. Se eu ficasse muito emocionalmente apegada a um dos  Torres, a vida deles estariam em perigo? O Carlos descobriria?

— Meu Deus! Eu tenho uma nova vida! Isso é besteira! O Carlos não tem ideia que eu estou aqui! Eu tenho que parar de viver no passado... eles não podem descobrir da minha vida passada. Meu nome é Açucena Carvalho, professora em Pendleton, eles só precisam saber disso.

Naquele momento, meu celular tocou. Um número desconhecido.

— O que é isso? Ninguém sabe o meu número!

O toque constante me deixou tonta, eu deixei o telefone na mesa e me afastei dele. Me senti ridícula a ponto de rir alto. Era só uma ligação.

LIGAÇÃO INICIADA.

— Alô?

LIGAÇÃO ENCERRADA.

A ligação caiu sem a pessoa dizer uma palavra.

— O que foi isso? Quem era?!

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Quem será que ligou?

Até o próximo capítulo.

LAÇADA PELO COWBOY+18Onde histórias criam vida. Descubra agora