Me aprontei toda, antes de descermos para o café, já para ir ao encontro do professor Lobstein, eu estava bem feliz, Dono me perguntava o motivo de toda aquela alegria.
- Se o Dono me permitir que eu conte quando estiver de volta eu vou gostar muito. Posso Dono?
Ele ficou me olhando enquanto passava manteiga em uma banda de seu pão. Fui tomando o meu café sempre olhando para ele, tinha em meu rosto um sorriso e olhar enigmático. Ele então interrompe o movimento de levar a sua xícara à sua boca, olhando para mim ele a pousou no pires.
- Estou achando que você está aprontando alguma, está bem diferente essa manhã.
Também pousei a minha xícara.
- Estou não meu Dono, não estou, como já disse lhe conto depois.
- Hummmmm, Queta de Hunter, Queta de Hunter, sabe bem que se eu mandar você contar. vai ter que obedecer.
Ele me olhava seriamente e usou o meu nome de submissa por duas vezes.
- Sei sim meu Dono e o obedeceria com toda a certeza, mas Dono, por favor, deixe eu voltar, é uma longa historia e agora já estou atrasada.
Preferi terminar logo o meu café, comi a fatia de queijo e bebi o café.
-Dono preciso subir e de lá vou direto.
Me levantei e cheguei ao lado dele, abaixei-me e lhe beijei os lábios. Me despedi desejando que ele tivesse um bom dia e pedi que ele se cuidasse, que cuidasse do pé.
- Henriqueta, Henriqueta vamos conversar seriamente quando você voltar. E eu vou aproveitar o dia na praia.
Já me preocupei. Olhei para ele.
- Mas Dono...
Não completei a frase.
- Queta de Hunter, você acabou de me dizer que está atrasada. Está mesmo ou?
Agora fui eu quem interrompeu a conversa.
- Estou sim meu Dono, preciso ir.
Voltei a beijar seus lábios e em pensamento eu pedi que ele se cuidasse, saí do salão em direção ao hall dos elevadores e peguei o primeiro para subir, fui direto ao banheiro, me olhei no espelho e lá estava a minha carinha de menina sapeca, sei que o provoquei, sei que ele vai ficar pensando por qual motivo eu estou desse jeito. Acabei de me arrumar, cabelos penteados, dentes escovados, dei mais uma olhada no espelho. Vi o rosto de Suzanne refletido no espelho, não substituindo o meu, mas me olhando, sorri para ela e saí do quarto para ir ao encontro do meu dia de reuniões.
Ao chegar na universidade onde passei anos de minha vida senti um misto de nostalgia e tristeza, olhar todo aquele campo nas condições em que está por falta de investimentos do governo me deixou triste e a nostalgia veio por conta das boas lembranças, os corredores por onde andei, conversas com outros alunos tudo voltou à minha memória, a primeira reunião com os organizadores estava marcada para uma sala de reuniões perto do gabinete do professor Lobstein, mas tomei o caminho mais longo para chegar, quis passar pela biblioteca, passar pelo local onde, anos atrás, esbarrei com certo professor.
Não pude deixar de sorrir, olhar com carinho para aquele local, ao mesmo tempo em que senti meu coração apertar ao ver que parte da biblioteca estava interditada. Foi uma manhã de boas conversas e de contatos, ao final desse encontro o professor Lobstein me chamou ao seu gabinete, de imediato lembrei-me de como ficava nervosa ao ter que ir lá para apresentar o meu progresso, mas agora era diferente, ele não sentou-se à sua mesa, como sempre foi, mas em um pequeno sofá, acomodei-me ao seu lado.
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H&H - S
General FictionA continuação da historia de Hugo e Henriqueta após cinco anos. O nascimento de sua filha, o desenvolvimento profissional de Henriqueta, o seu grande reconhecimento no meio acadêmico. Cada vez mais Hugo e Henriqueta estão envolvidos no estilo de vid...