Capítulo 5 - Hotel

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Chegamos ao hotel que reservamos, que até fica próximo ao apartamento do meu Dono, de início eu havia pensado em irmos para o apartamento, de onde só tenho boas e deliciosas lembranças, mas como ele já está fechado a mais de um ano, desde que a senhora que fazia uma limpeza mensal no apartamento havia falecido e como não buscamos outra pessoa, até mesmo por não termos mais contatos aqui no Rio de Janeiro, minha mãe está em Londres, Joy também morando fora e Dono não tem mais ninguém aqui.

Custei a me acalmar, mesmo já estando dentro do quarto do hotel. Só vinha à minha cabeça a cena da minha tentativa de assassinato, onde meu pai faleceu, depois a tentativa na ponte em Londres, onde Viviane faleceu ao proteger meu Dono, assim como a cena em Etrétrat onde Suzanne quase perdeu a vida para me salvar e ao meu filho da morte, e agora de volta ao Rio de Janeiro mais uma vez estou diante de uma arma, se bem que dessa vez foi apenas um momento de pânico vivenciado por mim. Só depois de estar no quarto de hotel é que soube que Dono havia contratado um motorista e um carro especial.

Mas mesmo sabendo que tudo o que aconteceu mais cedo não foi conosco nesse dia eu não consegui sair do quarto do hotel, na verdade eu dormi praticamente o dia todo, acredito que tenha sido uma forma de fuga que o meu organismo tomou, mas no final do dia Dono disse que queria sair, que já havia passado o dia todo trancado em um quarto de hotel e que não havia vindo alguns dias antes da minha apresentação para isso.

Não tive outra alternativa a não ser me levantar, tomar um banho e me vestir para sairmos para jantar, Dono me disse que havia planejado de voltarmos ao restaurante que fomos em Santa Teresa logo no início de nosso relacionamento, na verdade em um momento em que eu ainda nem sabia o que era.

- Dono, não poderíamos ir aqui por perto? Desculpe-me, sei que planejou tudo, mas eu não estou bem para ir e não gostaria de estar lá forçando que tudo estaria bem, sem meias palavras meu Dono hoje eu não gostaria de estar lá naquele lugar em que fui pela primeira vez com meu Dono.

- Está bem minha menina, eu entendo o que estás passando, mas não podemos deixar que esse seu medo impeça que façamos o que planejamos, afinal essa é nossa viagem, a que podemos chamar de nossa viagem em alguns anos, viemos para sermos apenas Hugo e Henriqueta, apenas Dono e submissa.

- Eu sei disso meu Dono e estava muito empolgada, mas hoje foi extremamente traumatizante. Foi impossível conseguir me controlar, sei que fiquei completamente fora de mim.

- Mas vamos descer, aqui bem perto tem um bistrô bem interessante e amanhã que quero ir aproveitar a praia. Tem tempo que não aprecio o corpo de minha menina com marcas deixadas pelo sol.

Descemos e fomos para o bistrô que Dono falou, era bem perto do hotel em que estávamos, mas confesso que eu não estava confortável, ainda estava bem assustada e cada barulho me fazia disparar o coração, e o que acabou acontecendo foi apenas um jantar baunilha, assim como a noite a seguir, imagino que ele tenha percebido que eu não conseguiria, pois ao deitarmos ele me desejou boa noite ao me beijar e deitou de bruços, foi muito difícil conseguir dormir e não tenho certeza de que meu Dono estivesse dormindo.

Acordamos cedo e descemos para o café da manhã no hotel era nítido que nem eu nem Dono havíamos dormido direito, subimos e fomos nos preparar para irmos à praia logo em frente, passei alguns minutos no banheiro diante do espelho tentando escolher um biquíni que ficasse minimamente bem em mim, não comprei nenhum em Londres e os que eu tinha não estavam bem em mim, eu sei que engordei bastante durante a gravidez da Suzanne, nunca fui uma mulher magrinha, e logo após o nascimento dela eu tentei voltar ao meu peso, mas não consegui, tudo era complicado, duas crianças, uma recém nascida, todas demandando os meus cuidados e atenção, claro que sempre tive ajuda do pai, mas tem momentos em que só a mãe consegue resolver, e ainda por cima o mais velho acabou demonstrando ciúmes apesar de termos tentado prepará-lo para o nascimento da irmã.

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