Capítulo 25 São Paulo

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          Planejei com bastante cuidado nossa viagem, que de inicio eu chamei de sessões em férias, mas depois pensando melhor e sabendo que não estaríamos apenas nós dois, pois em uma parte do tempo a minha posse estaria sendo a Henriqueta Borges de Hunter fazendo a sua apresentação e participando de uma mesa de debates em um importante evento para o qual ela foi a convidada, evento esse em que já estive como palestrante alguns anos atrás. E não, não tenho nenhuma ponta de inveja ou o que quer que seja a não ser um grande orgulho, pois além de ser a minha posse, a minha submissa, ela é a minha esposa e acima de tudo foi a minha aluna e sei que a ajudei a chegar onde chegou no mundo acadêmico, claro que eu sei que o grande esforço foi dela eu fui apenas um condutor que procurava mostrar   além de incita-la a seguir por determinado caminho. Eu poderia afirmar que sou alguém 100% realizado em todos os sentidos. 

          Pensando agora com os meus botões e me relembrando quando eu comecei no meio, ainda aprendendo, percebendo todas as descobertas e é claro o deslumbre pelo descortinar que surge ao se entender, se encontrar e saber o que se é, além de todo o leque de possibilidades que surgem no seu horizonte. Foi quando eu senti a sensação, que até certo ponto pode-se dizer viciante, do poder sobre outra pessoa. Mas com  a experiência e o passar dos anos e o auto conhecimento foi que eu me dei conta de que a submissão e o consentimento não se toma e sim devem ser conquistados e ser aceita.

          Dizem que um homem tem que plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho, pois bem tudo isso já fiz, mas ainda não posso dizer que sou 100% realizado, sou sim como profissional, cheguei onde queria e merecia, sou como pai tenho duas lindas pessoinhas como filhos, sou como homem, sou como marido, pois tenho a melhor esposa que se poderia ter, mas não posso dizer o mesmo sobre mim como Dominador, não por não ter encontrado uma rara e preciosa pedra bruta para ser lapidada como uma joia rara, pois isso eu encontrei, minha menina já foi a mais rara das pedras preciosas, e só não é ainda a joia mais rara por eu ainda não a ter lapidado por completo. Mas conheci uma que foi sim encontrada pelo seu Senhor e transformada em uma completa joia rara. A submissa do meu amigo Christopher, de um porte e uma altivez, de um refinamento pouco encontrado. E pelo que Christopher me contava era sim de deixar qualquer um boquiaberto com a sua entrega e submissão tanto no dia a dia quanto em sessão. Inúmeras vezes presenciei o seu esmero em preparar uma festa ou recepção, ouvia comentários, dos presentes, sobre a sua natural desenvoltura, seu controle e cuidado com todos os detalhes, mas sem nunca perder o foco em seu Senhor. 

          Mas eu estava falando, no início desse texto, de controle e planejamentos. Então por conta disso tudo eu resolvi chamar de férias em trabalho com nuances de sessões BDSM. Dessa forma eu estava aberto a todos os fatores que fugissem do meu controle, não gosto de quando planejo alguma coisa e algo foge do controle, principalmente quando é algo que eu deveria ter previsto, mesmo que fosse uma mínima chance de acontecer eu deveria estar preparado para contornar, não aceito quando acontece de não ter pensado que algo evitável possa me obrigar a alterar algo.

          Nós temos vivido tempos complicados, mas que agora eu acredito que estejam em uma intensidade menos, a vinda de nossos filhos, e de forma alguma eu estou reclamando disso, muito pelo contrário a vinda deles é uma das maiores alegrias de minha vida, acho que só não é maior do que ter Queta de Hunter como minha submissa, saber que ela usa a minha coleira e a honra. Mas não posso negar que a vinda dos filhos me fez ter que dividi-la, não como submissa, se bem que algumas vezes me peguei elaborando a hipótese de que uma mulher em determinado momento de sua maternidade é sim a submissa de seu filho ou filha, pois ela passa a ser dele ou dela, estar sempre pronta aos chamados dele ou dela e para o que seja, mas isso é uma hipótese doida em minha cabeça de pesquisador. Mas sim tive que dividir a mulher tive que dividir a amante e até mesmo em um momento ou outro tive que abrir mão da submissa, interromper uma sessão para que a mulher e mãe acima de tudo estivesse no comando.

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⏰ Última atualização: Jul 25 ⏰

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