Capítulo 15 - Por do sol

87 12 4
                                    


          Minha angustia e apreensão estava só aumentando, não tirava os olhos do meu celular, e em um gesto que tornou-se natural para mim levei meus dedos à medalha que Suzanne me deu e segurando-a pedi proteção ao meu Dono. Fiz isso enquanto apertava a tecla de religar, mas nada dele atender, apenas aquele som irritante de chamando, chamando, chamando e chamando.

          Em verdadeira polvorosa eu liguei para a recepção do hotel, primeiro perguntei se havia algum recado para o meu quarto, na minha cegueira pelo medo eu imaginei que ele pudesse ter deixado algum recado para mim lá, mas depois de ouvir a negativa da atendente eu fui além e perguntei se ela sabia o horário que o Sr. Hugo, sim foi dessa forma que usei o nome dele, havia deixado o hotel, a recepcionista foi muito simpática ao me dizer que ela não saberia informar, pois não consegue guardar o rosto de todos os hospedes que entram e saem e que ela estava assumindo o posto a menos de uma hora. Agradeci e desliguei.

          Claro que passei a recriminar-me, como você pode ser tão tonta Henriqueta, imagina se seu Dono iria deixar alguma mensagem na recepção do hotel, ele teria mandando uma mensagem pelo celular ou ainda, se ele estivesse querendo algo diferente teria deixado um dos bilhetes no nos envelopes já tão conhecidos por mim.

          Pensei em ligar para a Suzanne, falar com ela, como eu queria e precisava que ela estivesse aqui comigo, poder me ouvir, comecei a discar para ela, mas logo eu voltava a me recriminar, pare com isso Henriqueta, o que Suzanne vai poder fazer? Ou você está querendo e só falar com ela, só revê-la por conta de suas saudades? Pense um pouco mulher. Tornei a ligar e antes da quinta chamada quando já ia desligar eu ouvi.

          - Alô.

          Meu coração deu um pulo, senti toda a pulsação percorrer o meu corpo, era a voz do meu Dono.

          - Dono, o que houve? Onde você está? Estou ligando a horas e ligando e ligando e nada de você atender, eu já.....

          Claro que fui interrompida por ele, na minha impulsividade fui descarregando, soltando palavras como uma metralhadora solta balas, mas não foi de imediato que eu o ouvi, nem sei se ele me chamou de Queta, ou minha menina, só caí em mim quando o ouvi dizer.

          - Queta de Hunter. Escute.

          - Queta de Hunter!

          Me calei e levei meus dedos à minha medalha, eu precisava agradecer por ele estar bem e falando comigo, mas será que só por ele estar falando ele está bem? Será que aconteceu algo e só agora ele está podendo atender ao telefone? E se Dono passou mal e foi e está em um hospital? Lá estava eu novamente colocando o carro na frente dos bois.

          - Você está me ouvindo Queta de Hunter?

          Respirei fundo.

          - Estou sim Dono, está tudo bem?

          - Está sim, por qual razão não estaria?

          - Onde você está?

          - Estou na praia, mais propriamente junto ao Forte de Copacabana.

          - Mas Hugo você está com o pé cortado, não poderia ir para a praia, nem posso passar um dia...

          Mais uma vez sou interrompida.

          - Chega! Queta de Hunter chega! Não quero mais te ouvir.

          As palavras dele soaram forte em mim, era uma ordem que estava me sendo dada e o tom dele era de quem estava realmente chateado.

H&H - SOnde histórias criam vida. Descubra agora