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🎸 | Boa leitura!

A voz da consciência está nesse momento gritando comigo e me perguntando o que diabos eu estou fazendo, mas eu a estou ignorando e apenas continuando

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A voz da consciência está nesse momento gritando comigo e me perguntando o que diabos eu estou fazendo, mas eu a estou ignorando e apenas continuando. Estou beijando aquele que cogitei ser o objeto do meu karma e estou gostando disso. Gostando demais.

Eu definitivamente odeio contato humano desnecessário, é uma regra de sobrevivência não deixar que as pessoas cheguem perto demais sem uma necessidade que envolva integridade física ou obrigação de trabalho. Na situação em que me encontro agora, nada em meu corpo está machucado ou sofrendo algum risco de ficar assim, além de que beijar o meu chefe e deixar que ele me beije de volta com certeza não faz parte das obrigações do meu emprego. Inclusive, seria um bom motivo para uma demissão por justa causa.

Mas aqui estou eu envolvendo meus braços em torno do pescoço dele, aprofundando minha boca na sua e seguindo o ritmo que os seus lábios ditam. As mãos dele se deslocam pelo meu corpo, indo para a minha cintura, passando por minhas costas, segurando minha nuca de novo até que ele repita tudo e pare segurando o meu rosto como quando me puxou para si no primeiro momento.

Não quero que o beijo acabe, primeiro porque estou apreciando o momento, segundo porque não faço ideia de como devo agir quando isso acabar. Eu preciso surtar para manter as aparências? Talvez eu deva sair correndo e fazer o papel de sonsa que não sabe o que aconteceu? E se eu apenas sorrir e disser que ele beija tão bem quanto é capaz de me irritar? Ele vai perceber que é um elogio?

Nos afastamos para recuperar o fôlego e então tudo volta a ficar silencioso. O clima fica espesso como se o relógio parasse para observar os acontecimentos seguintes. Christopher está ofegante assim como eu, olha para os meus lábios, que no momento estão pulsando e possivelmente inchados por causa da intensidade de como ele os provou. Não consigo tirar as mãos dele, então não me movo e apenas fico parada esperando a próxima coisa acontecer.

Meu celular toca do outro lado do camarim. Isso serve de despertador para nos arrancar dessa atmosfera onde nos enfiamos. Eu pigarreio limpando a garganta, dou um passo para trás e as mãos dele deslizam para longe da minha cintura. Viro de costas e vou em direção ao aparelho onde recebo uma ligação. Minhas pernas estão trêmulas, mas me obrigo a caminhar com firmeza. Pelo menos posso ganhar tempo para saber o que fazer depois de atender o celular.

Mas tudo muda quando olho para a tela e vejo que é uma ligação do hospital psiquiátrico onde a minha mãe vive há anos. Está muito tarde, eles sabem que não estou na cidade e eu já avisei que farei uma visita na semana seguinte. O único motivo para me ligarem de repente é se alguma coisa terrível aconteceu. Meu coração já está acelerado quando eu aceito a ligação e coloco o celular contra a orelha.

— Alô? — minha voz sai entrecortada.

O que eu ouço do outro lado muda o meu foco totalmente. Nada mais importa além da minha mãe e do fato de que ela ingeriu uma caixa inteira de comprimidos, o que lhe ocasionou uma overdose que quase a levou à morte. Respirar se torna uma dificuldade, meus dedos tremem quando eu abaixo o celular e finalizo a ligação. Preciso estar em Los Angeles o mais rápido possível. Preciso ver a minha mãe, ampará-la, ter certeza de que ela ficou bem e que não tentará algo assim de novo.

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