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🎸 | Boa leitura!

Eu gostaria que ela parasse de me ver como se eu fosse imaturo

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Eu gostaria que ela parasse de me ver como se eu fosse imaturo. Todo esse tempo que eu passei sem dar trabalho deveria ter valido para que ela mudasse suas opiniões e visse que nem tudo é uma piada para mim. Principalmente ela. Eu a quero de verdade, isso não é uma brincadeira. Estou ficando impaciente, mas sei que se eu for direto ao ponto vai ser pior, aí sim ela não vai acreditar, vai ficar ainda mais furiosa e eu vou ter acabado com tudo.

O gosto do gloss dela ainda está em minha língua e isso me fez perder um pouco a razão, mas eu consegui disfarçar. Aposto que se George não tivesse chegado, eu teria puxado ela e a beijado, o que também não seria uma boa ideia. Mais do que tudo, meu próximo passo precisa se apoiar no objetivo de fazê-la me levar a sério.

Quando acabamos a prova do figurino, estou cansado e pronto para tirar um cochilo antes de viajarmos para o próximo destino. Procuro pela Dulce na entrada do ateliê porque ela resolveu evaporar depois do pequeno clima que tivemos. A vejo na recepção olhando em direção às portas fechadas. Como são portas de vidro, é possível ver a calçada e a rua. Está lotado de gente lá fora e todo mundo parece esperar por algo.

— Puta merda. — resmungo perdendo totalmente o foco que me trouxe aqui.

— Quem divulgou onde ele estaria? — Dulce resmunga de costas para mim enquanto puxa o seu celular. — Cabeças irão rolar.

Sorrio ao ouvir isso. Aí está a minha General.
Me aproximo até parar atrás dela, de modo que ela com certeza pode sentir o calor do meu corpo e a minha respiração batendo em seu pescoço.

— E aí? Como eu posso sair daqui sem ser visto? — falo baixinho de propósito e sorrio ao ver que sua pele se arrepia.

— Qual o problema em cumprimentar alguns fãs? — ela pergunta sem se virar para mim.

Olho lá para fora de novo e reparo nas inúmeras pessoas segurando seus celulares e apontado as câmeras para o ateliê. Gosto de falar com os meus fãs, é uma das partes boas do trabalho. Mas também gosto de ter o meu espaço, saber que estão lá por mim, não por curtidas no Instagram ou vizualizações no TikTok. Toda vez que uma multidão aponta seus celulares para o meu rosto em um lugar que não é um show, sinto-me um objeto para um fim, não uma pessoa.

Solto um suspiro longo e cansado. Não estou preparado para isso, eu só quero o meu cochilo e nenhuma obrigação. Dulce se vira e me encara com o cenho franzido por um instante. Agora ela não parece mais irritada, mas complacente.

— Odeio isso, mas vou distraí-los. — ela diz realmente como alguém que odeia. — Você pode sair pelos fundos, não tem ninguém lá.

— Obrigado, Dulce. — abro um sorriso. — Eu deveria te pagar um jantar por isso.

Ela franze o cenho ao me olhar com estranheza. Há um quê de humor em seus olhos, porque de novo ela acha que estou fazendo uma piada.

— É sério. — desmancho o sorriso. — Que tal a gente jantar e... — paro de falar quando vejo que ela está começando a arregalar os olhos. — Deixa pra lá. — dou de ombros. — Eu vou embora agora.

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