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🎸 | Boa leitura!

Não quero voltar a ser aquela pessoa amarga e desconfiada, mas a vida não cansa de me dar razões para que eu ache melhor agir assim

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Não quero voltar a ser aquela pessoa amarga e desconfiada, mas a vida não cansa de me dar razões para que eu ache melhor agir assim. Logo quando eu estava começando a ver bondade e felicidade em outras pessoas, meu mundo inteiro foi destruído por uma rede de enganações. E o pior é que eu não sei exatamente quem está enganando quem. Tudo o que eu sei é que o homem que eu amo e que diz me amar olhou nos meus olhos e confirmou que talvez me trairia se bebesse um pouco demais. Que tipo de amor é esse?

O baque foi tão grande e o cansaço emocional tão forte que eu nem chorei quando cheguei em casa. Fiquei em um estado neutro e inerte, como se eu fosse um robô precisando recarregar as energias com um banho gelado que me fizesse sentir qualquer coisa externa, qualquer desconforto que estivesse fora de mim e me distraísse dessa dor dilacerante nas minhas entranhas.

Vesti apenas um blusão e fiquei deitada no sofá da sala até a minha campainha tocar. Hesitei para atender temendo que fosse ele vindo atrás de mim. Mas não era ele. Anahi entrou como um furacão quando eu abri a porta e segurou os meus ombros enquanto exigia saber o que o Christopher fez. Depois de contar tudo para ela, eu me senti ainda mais cansada.

Agora estou na minha cama, deitada no colo da minha amiga molhando a saia dela com as minhas lágrimas. Colocar tudo para fora fez as minhas lágrimas sairem também. É isso o que desabafar faz com as pessoas, sei disso há um tempo e ainda odeio a sensação.

— Quer que eu pegue sorvete na geladeira? — ela pergunta acariciando o meu cabelo.

— Não.

— E se a gente assistir Modern Family? Sempre te faz rir.

— Eu não quero rir.

— Do que precisa?

— De silêncio. — isso sai mais grosseiro do que eu pretendia. — Desculpe. Só quero ficar quietinha aqui, ok?

— Tudo bem. Vou ficar aqui com você a noite toda.

E ela realmente ficou.
Anahi dormiu como uma pedra ao meu lado enquanto eu fiquei encarando o teto a madrugada inteira. Acabei até cedendo aos maus hábitos e peguei o antialérgico dela em sua bolsa, que eu sabia que lhe deixava com sono. Tomei, mas tudo o que fez comigo foi me deixar com uma fadiga enorme, sem um sono propriamente dito. Foi pior do que se eu não tivesse tomado nada. Talvez isso seja algum tipo de castigo por estar procurando medicação para ficar dopada de novo.

Devo ter dormido por uns vinte minutos apenas antes de o meu despertador tocar.

— Você não devia levantar tão cedo. — Anahi diz me puxando pela blusa quando tento sair da cama. — Não tem trabalho presencial hoje, faça o seu próprio horário.

— Eu tenho que buscar a minha mãe na clínica. Ela tem alta hoje. — dessa vez, ela me solta quando eu tento levantar.

— Quer que eu vá com você? — pergunta preguiçosa, levantando com bastante esforço e um pouco mais de lentidão do que eu.

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