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🎸 | Boa leitura!

⚠️ | Alerta de gatilho: esse capítulo contém alguns temas sensíveis como problemas familiares, abuso/assédio sexual, luto e depressão.

— Que merda é essa!? — ele grita antes de arremessar meu caderno de composições pela janela

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Que merda é essa!? — ele grita antes de arremessar meu caderno de composições pela janela.

— Não! Por que fez isso? — minha voz treme com um choro que sobe e fica preso em minha garganta.

— Quantas vezes eu já disse que poesia é coisa de mulher? Você é mulherzinha agora? — tomado pela irritação, ele investe para cima de mim e me dá um tapa na nuca que me faz perder um pouco o equilíbrio.

— Não são poesias, são canções. — explico tentando conter o meu medo.

— E por que não escreve canções de homem? Fica escrevendo sobre amor e sentimentos igual um fresco! — recebo outro tapa e dessa vez caio de joelhos no tapete do quarto. — Tem que fazer coisas de homem, praticar um esporte, sair com alguma garota... Você não gosta de garotas, Christopher? É por isso que fica escrevendo essas músicas de bichinha?

— Para com isso! — peço já não conseguindo conter as lágrimas.

— Por que está chorando? Viu? É um fresco! — se irrita mais. — Olha aqui, garoto, eu quero que você se conserte pra que eu não tenha que consertá-lo. Garanto que você não ia gostar do jeito como eu faria isso. Dentro da minha casa, você vai aprender a ser homem! E homem não fala de sentimentos, homem engole e finge que não sente nada, me ouviu!? A gente não desabafa sobre essas merdas!

Balanço a minha cabeça positivamente me sentindo incapaz de erguer os olhos e encará-lo. Só quero que ele saia do meu quarto já que não pode sair da minha vida.

— Agora arruma a merda do quarto e para de chorar! Se eu pegar você chorando, eu vou te dar motivo de verdade pra isso, ok?

Mordo a parte interna da bochecha e tento me conter. Depois que ele sai do meu quarto e bate a porta com força, respiro fundo para engolir o meu choro.

Homem não fala de sentimentos.
Homem finge que não sente nada.

Respiro fundo e abro os meus olhos. No primeiro momento, não entendo onde estou. A luz do sol invade o cômodo prejudicando um pouco da minha atenção nos primeiros segundos. Pouco a pouco, as sensações do meu corpo se normalizam e eu sinto um desconforto nas costas. Não estou deitado numa cama, estou no chão com meu corpo parcialmente coberto por um lençol. Minha cabeça está apoiada em algo que parece ser um sapato.

Minha boca está seca e eu sinto cada músculo tenso quando tento me mover. Meu estômago também não parece normal. Decido esperar um pouco ali deitado até meu corpo entender de vez que eu acordei. A noite de ontem realmente foi das boas e a festa nem sequer foi programada por mim. Maldito Louis e suas ideias mirabolantes.

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