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🎸 | Boa leitura!

O meu momento de choque por ver a variedade de medicamentos que a Alexandra tem passa bem rápido e é substituído pelo meu interesse quando ela começa a explicar os efeitos de cada um deles

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O meu momento de choque por ver a variedade de medicamentos que a Alexandra tem passa bem rápido e é substituído pelo meu interesse quando ela começa a explicar os efeitos de cada um deles. Sou bem clara e objetiva: preciso dormir rápido e de preferência que seja um sono sem sonhos. Ela me garante que Rivotril é a escolha certa para me deixar totalmente apagada.

— Você só precisa de um complemento. — ela vai até a mesinha perto da porta e tira da cesta de presentes a garrafa de vinho que mandei para ela.

— Álcool? Isso não é perigoso? — questiono já com o comprimido na palma da mão.

— Não se você não fizer sempre. — ela abre a garrafa que estava lacrada e enche uma taça. — O vinho faz o efeito ser mais rápido.

Pego a taça e engulo o comprimido com um gole da bebida. Alexandra pega a minha mão e me leva até a varanda onde nos sentamos à mesa diante das luzes da cidade.

— Esse hotel é maravilhoso. — ela diz sorrindo.

— Você acha? Eu que escolhi.

— Você tem mesmo a cara de alguém que sabe das coisas.

Sorrio de canto e bebo mais um pouco de vinho. Alexandra se espreguiça e as mangas de seu robe descem um pouco, revelando algumas cicatrizes nos braços. Fico séria ao relembrar de toda a violência que ela passou nas mãos do ex marido. É preocupante que isso a tenha transformado em uma mulher que sabe demais sobre remédios tarja preta porque vive se medicando com eles. É incrível o quanto uma pessoa é capaz de causar a destruição de outra.

— O que a senhora faz da vida? — começo a puxar assunto.

— Hum... — ela olha brevemente para o céu. — Sou mãe de um astro do rock. — ri com diversão. — É o trabalho mais cansativo de todos.

— Mesmo? — rio.

— Claro. Não vejo o meu filho por meses e tenho que ficar preocupada com o fato de ele estar viajando toda semana. Já não basta a minha Rose estar do outro lado do mundo fazendo sabe lá Deus o que. Eu sei que eles não são mais crianças, mas fico aflita por não estar vendo com os meus próprios olhos que eles estão bem.

— Eu prometo que o Christopher está sendo muito bem cuidado. — digo de um jeito brincalhão e relaxado, sentindo os primeiros efeitos da mistura que ingeri.

— Tenho certeza disso. — dá um tapinha amigável em meu joelho. — Acho que eu estou só resgatando uma parte minha que eu abandonei depois do divórcio. Essa parte de ser mãe, sabe? Eu deixei os meus filhos à própria sorte antes de eles terem consciência do que é independência de verdade. Mas graças ao Christopher eu voltei aos trilhos.

— Graças ao Christopher? — ergo a sobrancelha.

— É. Ele publicou aquele vídeo no colégio e de repente estava assinando contrato com uma gravadora. Eu era ambiciosa e vi dinheiro fácil ali. Ele deixou bem claro que não me assumiria como mãe diante das pessoas se eu não começasse a me cuidar. Isso foi pior do que se ele tivesse me negado dinheiro. — olha para a paisagem e solta um suspiro. — E aí eu me internei.

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