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🎸 | Boa leitura!

A observo enquanto ela gira devagar olhando toda a sala

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A observo enquanto ela gira devagar olhando toda a sala. Meu motorista particular nos trouxe até aqui após uma viagem que consistiu em três horas na estrada. Estamos num lugar interiorano da Flórida, pouco conhecido e pouco frequentado, mas as pessoas que vêm estão interessadas no silêncio e na beleza da natureza que envolve os campos verdes da região.

O chalé que eu aluguei é o maior que poderia encontrar, além de estar mais longe dos outros, em um loteamento particular que pertence ao dono do imóvel. Ou seja, não temos vizinhos. Provavelmente só veremos alguém quando descermos até às margens do rio que fica próximo à montanha. Lá tem uma pequena faixa de terra que funciona como uma pequena praia. Pedi para Anahi ver se a visitação estava demais nessa época do ano e ela garantiu que no máximo encontraríamos casais de idosos aposentados que não devem fazer ideia de quem eu sou.

— É grande demais para duas pessoas. — Dulce indaga agora perto da lareira, tocando as pedras que a formam.

— Eu queria que fosse um lugar confortável e pensei que talvez você quisesse espaço em algum momento. Pode ficar sozinha quando quiser.

Ela dirige seus olhos castanhos até mim e eu sinto esse arrepio que já está se tornando familiar. Dulce está linda hoje, usa uma camisa de linho branca que ela não se preocupou em deixar arrumadinha. A camisa não está por dentro do shorts, está com os dois primeiros botões abertos e as mangas estão erguidas até os cotovelos de forma assimétrica.

Seu cabelo está solto e em ondas naturais. Ela não está com seus óculos e usa blush e gloss como maquiagem. A General que eu conheci diria que isso é informal demais, mas ela parece estar sumindo e dando espaço para uma Dulce mais alegre e iluminada. Gosto de vê-la assim e tenho a sensação de que abrir-se para outras pessoas pela primeira vez pode ser uma das razões da sua personalidade mais tranquila.

— E o que pretende fazer aqui por uma semana? — pergunta.

— Só relaxar. Podemos acender uma fogueira hoje à noite e assar marshmallows enquanto olhamos as estrelas. Tenho certeza que o céu daqui deve ser incrível sem todas aquelas luzes da cidade.

— Parece ótimo. — sorri fraco. — E agora? Ainda não anoiteceu e eu não pretendo desarrumar minhas malas nesse exato momento.

— Quer dar um passeio pela vila? Ouvi dizer que tem um ar vintage.

Seu sorriso aumenta e a animação surge no seu rosto, o que me deixa animado também. Quero ver ela feliz, saber que pelo menos por um momento ela pode esquecer das coisas que a perturbam e tentar cuidar de si mesma sem pressão.

Saímos do chalé e vamos a pé até a vila da região. São poucos os moradores, a maior parte das pessoas já é de idade. Tem algumas lojinhas pacatas, como uma livraria, floricultura, uma loja de antiguidades e uma cafeteria. Passamos por mais alguns estabelecimentos até que Dulce para em uma loja de música. Seus olhos brilham ao encarar a bateria que está na vitrine e ela me olha como uma criança prestes a pedir um doce.

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