Capítulo 18

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Eu estava entediado

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Eu estava entediado.

Estava tão acostumado a ficar com Anelise a todo momento, que não estar com ela me causava um vazio.

Encaro a rua a minha frente, vendo a movimentação de pessoas entrando e saindo do bar. Não irei mentir, queria mesmo era estar lá bebendo. O calor que estava fazendo era anormal.

Saio do carro, tentando me refrescar com a leve brisa noturna. Penso em nossa noite de ontem, de como ela havia me tirando dos eixos.

Caralho, Lise era demais. Gostosa, divertida e incrivelmente linda. Isso sem contar como era fácil estar com ela, me pagava querendo lhe fazer companhia apenas pelo fato de ter estes momentos que se fato eram acalmantes.

Não tinha como explicar sem estrar no mérito de que ela era meu escape.Tê-la comigo me fazia esquecer o que me esperava. Me fazia sonhar com novas oportunidades.

Suspiro, de repente sentindo um aperto. Penso em meu pai, em como as coisas saíram do controle da última vez. Não vou mentir dizendo que faria diferente, pois não faria. Contudo, gostaria muito que o final fosse outro.

Queria que, pelo menos por uma vez, ele me tratasse com carinho. Me tratasse como se fosse seu filho, não alguém que ele controlava. Costumava me cobrar muito, querendo fazer tudo certo para que ele enfim me visse como alguém digno de sua atenção. Entretanto, com o passar dos anos tudo só piorou e meu tão sonhado amor paterno foi para o ralo.

Me pego almejando ter sido adotado por outra família. Ou quem sabe nem ter sido abandonado para começo de conversa.

Balanço a cabeça, tentando mudar o rumo dos meus pensamentos. Eu estava com Lise, não queria me mostrar melancólico de novo. Já havia me aberto demais com ela. E eu tinha noção de que minha hora estava chegando, quando as coisas explodissem eu teria que tomar um lado. Teria que escolher entre o caminho da minha família ou do meu coração. E com coração quero dizer minha amizade com Lise, nada mais.

Admito que eu estava nutrindo um carinho grande por ela, mas era isso. Eu queria muito lhe poupar de tudo, talvez até a mandar para uma ilha no meio do nada e só buscá-la quando tudo estivesse bem. Rio de minha própria ideia idiota, isso nunca aconteceria.

Seria mais fácil eu ser mandando para um lugar desconhecido.

Entretanto, essa linha de raciocínio me levava a pensar em sua resposta em nosso jogo de perguntas. Lise queria conhecer a praia na qual sua mãe havia lhe dito. Penso em como eu poderia lhe propor isto, lhe dar uma felicidade para se agarrar na guerra que se aproximava.

Fico animado com a ideia, minha mente começando a trabalhar em como eu poderia fazer isto acontecer.

— Oi, gato. — Uma voz me faz voltar a realidade. — Está sozinho aqui, não quer entrar comigo e com minhas amigas?

Movo meus olhos da pessoa a minha frente, vendo um grupo de garotas com sorrisos em nossa direção.

— Não, valeu.

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