Capítulo 9

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17 de Janeiro, Sábado - Ezequiel Smith

Acordei cedo, me arrumei e desci até a cozinha, avistei dona Marta e minha mãe cozinhando juntas, as duas estavam entretidas em uma conversa animada, o que ocasionou em não me verem na entrada da cozinha.

- Bom dia, mãe - vou até ela e deixo um beijo em sua bochecha - Bom dia, dona Marta - fui até a mesma e deixei um beijo em sua testa - Tem algo pronto para o café da manhã?

- Tem bolo na bancada e suco de laranja na geladeira - disse dona Marta com o seu típico sorriso.

- Obrigado, vou comer e depois vou sair para correr - falo pegando a jarra de suco na geladeira e colocando em um copo - a Emma avisou que o devocional de grupo ia ser aqui em casa?

- Avisou sim, por isso estou ajudando dona Marta, é muita coisa para ela fazer sozinha - minha mãe fala sorrindo.

- Ok, dona Marta, não sei que horas chego, mas assim que chegar te ajudo com o que precisar - falo enquanto tomo meu café da manhã.

- Tudo bem, filho, não se preocupe, terei sua mãe até às oito horas para me ajudar, depois disso eu consigo terminar - dona Marta diz e vem em minha direção, ela me abraça e deixa um beijo em minha testa, dona Marta trabalha em nossa casa desde que eu tinha três anos, ela é como uma segunda mãe.

- Isso mesmo, aproveite sua corrida - minha mãe vem até mim e deixa um beijo em minha bochecha - vou chamar sua irmã, ela acordou cedo e disse que ia fazer o devocional dela, já deve ter acabado, já são sete e meia.

Em poucos minutos minha mãe já não estava mais na cozinha, enquanto comia, senti olhares sobre mim, comecei a procurar e vi dona Marta me olhando.

- Tudo bem, dona Marta? - pergunto confuso.

- Seus olhos parecem inchados, aconteceu algo de madrugada?

- Como me conhece tão bem?

- Te conheço desde que era pequeno, sei quando quer esconder algo, quer conversar sobre isso?

- Eu tive momentos incríveis com todos ontem, mas parece que tudo mudou a noite, foram só momentos, a tristeza que mora comigo a três anos se fez presente, lembrei de tudo que eu e Bia vivemos juntos e não consegui segurar, chorei a noite inteira.

- Filho, eu sei que é doloroso, mas você precisa deixar a Bia ir, você já deve estar cansado de ouvir isso de mim, mas você precisa viver sua vida, a Bia te amava muito, isso é um fato, mas ela se foi e jamais iria querer ver você preso a ela, se esforce mais do que já tem se esforçado, dê tudo de si para sair desse poço profundo que você se enfiou desde que aquele acidente aconteceu.

- É, dói mesmo, eu prometo que vou me esforçar mais, eu sei que ela não iria me querer assim, vou lutar mais contra essa tristeza.

- Emma me contou que ontem você parecia mais solto enquanto estava com Sarah.

- Ela me lembra da Bia, a animação dela, a insistência, os apelidos carinhosos - falo e deixo um sorriso leve escapar - ontem no supermercado eu vi muito da Bia nela, mas ao mesmo tempo em que ela parecia com a Bia, ela tinha uma essência única, eu não sei, ela é diferente, não me julgou por não ser cristão, ela me acolheu e ainda disse que queria ser minha amiga, ela é especial.

- Filho, a Sarah parece ser uma boa garota e pelo que Emma me contou, ela é cristã e apaixonada por Jesus, uma garota que os garotos precisam buscar em Deus para encontrar de tão preciosa que ela é.

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