[Dia a dia]

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~》Onde Jão e Pedro apenas vivem seus dias.

~ Totalmente autoral.

Eu quero a sorte de um
amor tranquilo, com sabor de
fruta mordida.
Nós na batida,
no embalo da rede
Matando a sede na saliva.

- Todo Amor Que Houver Nessa Vida,
Cazuza.

Pedro Palhares Tófani.
São Paulo, Brasil.

Nunca fui uma pessoa muito fã das manhãs.

Normalmente, sempre fui bem preguiçoso e funcionava mais pela noite.

Porém, algumas coisas mudaram de uns tempos pra cá.

O despertar no interior, ao lado de João, tem sido uma coisa inexplicável de tão boa.

O ar fresco o menos poluído, junto ao vento gelado da manhã. É tão gostoso de sentir.

E tudo apenas melhora quando percebo os braços do meu namorado roeando-me.

É perfeito.

- Ei! - Sou tirado dos meus pensamentos pelo garoto. - Você está no mundo da lua? Estou te chamando a séculos!

Seu tom risonho me faz sorri.

- Me desculpe, estava pensando. O que você quer?

- Deitar aí com você! - Ele diz e eu não prendo o sorriso.

Ajeito meu corpo na rede, para que o mais velho pudesse se acomodar junto a mim.

Outra parte maravilhosa da nossa convivência é essa. Esses momentos.

João se deita e se aconchega em meu peito e eu inicio um cafuné em seus fios loiros.

- Eu estava compondo ainda agora. - Ele comenta.

- Hum, algo interessante?

- Acho que sim, mas vou precisar de você para terminar.

- Quer fazer isso agora? - Ele nega com a cabeça. - Tudo bem, resolvemos mais tarde.

Ficamos em silêncio. Apenas aproveitando a calmaria do momento.

Quando passam-se, mais ou menos, 10 minutos, João olha para mim.

Passo meus dedos por seu rosto e o admiro.

João é a coisa mais magnífica existente.

- O que foi? - Pergunto.

Ele não me responde, apenas se aproxima e me beija.

Um beijo lento e calmo. Nossas línguas se tocam de um jeito doce, como o sabor de uma fruta.

É engraçado que, mesmo com a nossa idade e o tempo que temos algo, eu ainda possa sentir meu coração quase pular pela garganta em momentos assim.

João vive em mim como uma marca dourada, que ele mesmo fez a anos atrás. Isso sela um trato silencioso, de um amor infinito que cultivamos. Um amor motor e necessário para seguirmos fortes, juntos.

Todo o amor que houver nessa vida.

Somos dois poetas, que transformam as coisas lindas e feias do dia a dia em uma poesia inexistente fora do nosso mundo.

Cantamos sobre isso a tantos anos.

Quando o ar falta e precisamos parar o beijo, João me deixa um selar demorado e afasta nossas bocas.

- Eu te amo. - Ele diz.

- Eu te amo mais. - Eu respondo.

Os dedos de Vitor passeiam por todo meu rosto. Fecho os olhos e sinto o toque delicado.

Apesar de parecer estranho, momentos assim não acontecem todos os dias. Então, é gostoso estar assim.

- Você quer compor agora? - Ele pergunta.

- Se você quiser, nós vamos. - Ele assente e me beija.

Assim fizemos.

Nota:

Aqui está, querida!💞
writeepejao

ONE SHORT, pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora