~》Onde Jão e Pedro apenas vivem seus dias.
~ Totalmente autoral.
Eu quero a sorte de um
amor tranquilo, com sabor de
fruta mordida.
Nós na batida,
no embalo da rede
Matando a sede na saliva.- Todo Amor Que Houver Nessa Vida,
Cazuza.◇
Pedro Palhares Tófani.
São Paulo, Brasil.◇
Nunca fui uma pessoa muito fã das manhãs.
Normalmente, sempre fui bem preguiçoso e funcionava mais pela noite.
Porém, algumas coisas mudaram de uns tempos pra cá.
O despertar no interior, ao lado de João, tem sido uma coisa inexplicável de tão boa.
O ar fresco o menos poluído, junto ao vento gelado da manhã. É tão gostoso de sentir.
E tudo apenas melhora quando percebo os braços do meu namorado roeando-me.
É perfeito.
- Ei! - Sou tirado dos meus pensamentos pelo garoto. - Você está no mundo da lua? Estou te chamando a séculos!
Seu tom risonho me faz sorri.
- Me desculpe, estava pensando. O que você quer?
- Deitar aí com você! - Ele diz e eu não prendo o sorriso.
Ajeito meu corpo na rede, para que o mais velho pudesse se acomodar junto a mim.
Outra parte maravilhosa da nossa convivência é essa. Esses momentos.
João se deita e se aconchega em meu peito e eu inicio um cafuné em seus fios loiros.
- Eu estava compondo ainda agora. - Ele comenta.
- Hum, algo interessante?
- Acho que sim, mas vou precisar de você para terminar.
- Quer fazer isso agora? - Ele nega com a cabeça. - Tudo bem, resolvemos mais tarde.
Ficamos em silêncio. Apenas aproveitando a calmaria do momento.
Quando passam-se, mais ou menos, 10 minutos, João olha para mim.
Passo meus dedos por seu rosto e o admiro.
João é a coisa mais magnífica existente.
- O que foi? - Pergunto.
Ele não me responde, apenas se aproxima e me beija.
Um beijo lento e calmo. Nossas línguas se tocam de um jeito doce, como o sabor de uma fruta.
É engraçado que, mesmo com a nossa idade e o tempo que temos algo, eu ainda possa sentir meu coração quase pular pela garganta em momentos assim.
João vive em mim como uma marca dourada, que ele mesmo fez a anos atrás. Isso sela um trato silencioso, de um amor infinito que cultivamos. Um amor motor e necessário para seguirmos fortes, juntos.
Todo o amor que houver nessa vida.
Somos dois poetas, que transformam as coisas lindas e feias do dia a dia em uma poesia inexistente fora do nosso mundo.
Cantamos sobre isso a tantos anos.
Quando o ar falta e precisamos parar o beijo, João me deixa um selar demorado e afasta nossas bocas.
- Eu te amo. - Ele diz.
- Eu te amo mais. - Eu respondo.
Os dedos de Vitor passeiam por todo meu rosto. Fecho os olhos e sinto o toque delicado.
Apesar de parecer estranho, momentos assim não acontecem todos os dias. Então, é gostoso estar assim.
- Você quer compor agora? - Ele pergunta.
- Se você quiser, nós vamos. - Ele assente e me beija.
Assim fizemos.
Nota:
Aqui está, querida!💞
writeepejao