~》Onde Pedro visita uma Locadora perto de sua casa.
~ Totalmente autoral.
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Pedro Tófani Palhares
São Paulo, Brasil◇
Eram 18:00hs de uma quarta-feira. Estou um tanto entediado, olhando para o teto da minha sala e apenas ouvindo música.
Hoje o dia foi mais do que pacato, não fiz nada demais. Fui para faculdade e voltei para casa. Literalmente isso.
Sem contar que a Maria Luísa ainda derramou seu café em mim! Sinceramemte...
Quando já não aguento mais tamanho tédio, levanto-me. Pego as minhas chaves e desço as escadas de meu prédio.
Caminho até uma Locadora que existe em meu bairro. Ela não é muito grande, mas eu amo alugar filmes aqui.
Entro na loja e procuro pela minha sessão favorita: Ação. Passo os olhos por alguns filmes, procuramos algo que me interesse.
O lugar estava praticamente vazio, exceto por mim, os funcionários e...
Meu Deus!
Uma garoto de pele clara, com os cabelos loiros quase brancos não muito penteados, uma camiseta fina preta e um short da Adidas.
Ele, com certeza, está entre as pessoas mais lindas que já vi na minha vida!
O garoto olhava a sessão de filmes de terror. Ele usava um fone preto e parecia bem entretido em sua música.
Quando finalmente saio do transe, escolho qualquer filme e decido olhar o segundo andar da loja, que era repleto de vinil.
Adentro o elevador e em alguns segundos chego no local.
Dou uma olhada por ali e me entreto tempo o suficiente para me surpreender ao ver o mesmo cara da sessão de terror ali em cima.
Ele olhava algum vinil de rock nacional. Parecia legal.
Decido que é hora de ir embora, não teria como comprar nada dali, é tudo muito caro.
Entro no elevador e, sim, sou acompanhado por ele.
O menino fica a alguns passos de distância de mim, ao meu lado.
A música em seu ouvido parece bem alta, pois eu consigo ouvi-lá sem nem estar muito próximo.
Era... Mal nenhum, do Cazuza.
Ele gosta de Cazuza. Não tinha como ser mais perfeito.
Em um momento meio desnorteado, junto de uma coragem que eu nem sei de onde surgiu, eu digo:
- Eu amo o Cazuza.
O menino retira um lado do fone e me olha confuso.
- O que?
- Eu disse que eu amo o Cazuza. - Respondo e volto a olhar para frente.
Posso ver pelo reflexo do elevador um sorrisinho nos lábios do loiro.
Puta merda, ele é tão lindo!
Quando a porta se abre, saímos juntos do elevador. No momento em que eu estou prestes a virar para direção contrária do garoto, escuto ele dizer:
- E qual a sua favorita? - Sorrio.
Me recomponho o máximo possível.
- Exagerado.